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Relatório da ONU indica perda da biodiversidade em todo o mundo

Publicado: Segunda, 10 Maio 2010 21:00 Última modificação: Segunda, 10 Maio 2010 21:00

Carine Corrêa

De acordo com relatório do Panorama da Diversidade Global (GBO, na sigla em inglês), divulgado ontem (10/05) pelas Nações Unidas, nenhum País cumpriu integralmente as metas de redução da perda da biodiversidade entre 2002 e 2010.

A terceira edição da publicação, que faz parte da Convenção de Diversidade Biológica, vai pautar as discussões entre os chefes de Estado participantes da Cúpula da Biodiversidade, que ocorre em outubro no Japão. O documento sugere que a perda da biodiversidade global está alcançando um patamar quase irreversível.

Entre 1970 e 2006, por exemplo, o número de espécies de vertebrados teve um declínio de 30% em todo o mundo, e a tendência, segundo o GBO, é de que a redução continue, especialmente entre animais marinhos e nas regiões tropicais. O relatório indica ainda que 40% das espécies de aves e 42%dos anfíbios apresentam população em queda.

Segundo o secretário-executivo da Convenção de Diversidade Biológica, Ahmed Doghlaf, a perda da biodiversidade ocorre em uma velocidade sem precedentes. "As taxas de extinção podem estar mil vezes acima das médias históricas", alerta.

Outros pontos do documento do Pnuma são considerados críticos. A Amazônia é citada como área sujeita a danos irreparáveis, em parte por conta do desmatamento e das queimadas, e também pelas mudanças na dinâmica regional das chuvas e extinção de espécies.

O Brasil é citado como exemplo no que diz respeito à criação de áreas de preservação ambiental. Dos 700 mil quilômetros quadrados transformados em áreas de proteção, desde 2003, quase três quartos estão em solo brasileiro, resultado atribuído em grande parte ao Programa de Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa).

Apesar do GBO ressaltar o aumento considerável das áreas de proteção ambiental (82% estão em áreas marinhas e 44% em regiões terrestres), e o progresso significativo da preservação de florestas tropicais e manguezais, dados do documento revelam que a medida não foi suficiente para alcançar a meta estabelecida.

As perdas anuais decorrentes do processo de redução de espécies já alcançam uma cifra em torno de U$2 a 4,5 trilhões, segundo pesquisadores. Para reverter o quadro, seriam necessários investimentos em todo o planeta de aproximadamente U$45 bilhões por ano.

O estudo indica os cinco principais fatores de pressão sobre a biodiversidade: a perda e degradação de habitats (convertidos em plantações), mudanças climáticas, poluição, super exploração dos recursos naturais e espécies invasoras. As intervenções humanas em lagos de água doce também foram apontadas por terem causado o acúmulo de nutrientes e levado à morte, em larga escala, inúmeras espécies de peixes.

A acidificação e poluição dos oceanos também vitimam, dentre outros indivíduos, os recifes de corais, o que descaracteriza o ecossistema marinho. Nas grandes regiões do mundo, os habitats naturais continuam a declinar em extensão e integridade, especialmente os leitos de águas marinhas, as zonas úmidas de água doce, as localidades de água congelada e os recifes de corais e de mariscos.

Entenda melhor

A Convenção da Biodiversidade foi estabelecida em 1992, mas a meta de redução da perda da biodiversidade só foi fixada na Cúpula da Terra de Johannesburgo, em 2002. Durante o evento, os governos participantes se comprometeram a estabelecer medidas para combater a extinção de espécies.

Dentre os pontos acordados, constam a redução da degradação de habitats, o controle de espécies exóticas invasoras (que ocasionam prejuízos de aproximadamente R$ 2,5 trilhões nas economias de todo o planeta) e transferência de tecnologia para países em desenvolvimento. Das 21 metas estabelecidas pela ONU em 2002, nenhuma está próxima de ser atingida.

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