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Marina Silva elogia fortalecimento da união entre os povos das florestas

Segundo Encontro Nacional dos Povos das Florestas, lançado oficialmente nesta terça-feira pela ministra, ocorrerá em Brasília, no mês de setembro. O evento será realizado 20 anos depois do primeiro, em 1987, coordenado pelo líder seringueiro Chico Mendes
Publicado: Segunda, 18 Junho 2007 21:00 Última modificação: Segunda, 18 Junho 2007 21:00

Rafael Imolene

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, participou nesta terça-feira (19), em Brasília, do lançamento oficial do 2º Encontro Nacional dos Povos das Florestas, programado para se realizar na capital brasileira entre os dias 18 e 23 de setembro. O evento ocorrerá 20 anos depois do primeiro, em 1987, coordenado pelo líder seringueiro Chico Mendes, assassinado no ano seguinte. De acordo com os participantes, o longo intervalo foi conseqüência da desmobilização entre os povos das florestas, realidade que começa a mudar com a continuidade dos debates iniciados há duas décadas.

Durante o discurso de encerramento da solenidade, Marina Silva ressaltou o fortalecimento das relações entre os povos. "Temos de celebrar o esforço dessas comunidades historicamente marginalizadas, que foram capazes de ampliar uma aliança fundamental para recuperar a sua história e avançar socialmente", disse. A ministra lembrou que, desde a chegada dos portugueses, o Brasil conviveu com o massacre de 1 milhão de índios a cada século, em média. "Precisamos resgatar essa dívida com as comunidades tradicionais", afirmou, citando seringueiros, pescadores, quebradores de coco, entre outros.

A cerimônia reservou homenagens póstumas a Chico Mendes, com músicas e recitação de poemas. A moderadora da mesa, a antropóloga Zezé Weiss, ao anunciar que também Marina Silva seria homenageada, afirmou que a ministra personifica Chico Mendes nesses 19 anos de sua morte, por meio de incessantes atividades em favor do meio ambiente. Marina recebeu flores e uma peça de artesanato, entregues por representantes das comunidades tradicionais.

Ainda durante a solenidade, a ministra ressaltou as conquistas do governo federal para contribuir com o desenvolvimento dos povos das florestas. Citou os 18 milhões de hectares em reservas extrativistas criadas nos últimos quatro anos. "E nos próximos meses teremos mais 8 milhões de hectares para este fim", disse. Também enfatizou os 10 milhões de hectares em terras indígenas homologadas também na primeira gestão do governo Lula, bem como o combate ao desmatamento, com redução de 50% na Amazônia em dois anos, e 75% na Mata Atlântica.

Marina Silva destacou o compromisso do governo em conciliar crescimento econômico com proteção ambiental. "Precisamos juntar o melhor da tradição e o melhor da modernidade. O mesmo governo que apóia as comunidades tradicionais, também apóia o crescimento econômico. O mesmo banco que apóia os povos das florestas, também apóia os produtores. Então precisamos unir os objetivos na mesma equação", disse.

Para encerrar, reforçou a necessidade de criar uma nova estrutura para enfrentar a grave crise ambiental que o mundo atravessa, além de ter condições de gerir as unidades de conservação. "É injusto ficar oito anos no governo e deixar a mesma estrutura que existe há 20 anos. Quando o Ibama foi criado, em 1989, tínhamos 113 unidades de conservação, somando 15 milhões de hectares. Agora são 288 unidades, com 60 milhões de hectares. E chegaremos em 2010 com 90 milhões de hectares. Precisamos de uma nova estrutura, orçamento e pessoal para cuidar desse patrimônio", disse.

Além da ministra, compuseram a mesa a secretária executiva-adjunta do Ministério do Desenvolvimento Social, Arlete Sampaio, o líder da Coordenação das Nações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Jecinaldo Saterê-Mawé, o secretário-geral do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), Adilson Vieira, e a representante do Unicef no Brasil, Marie-Pierre Poirrier. Também sentaram à mesa o líder do Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS), Joaquim Belo, a coordenadora-geral da Rede Mata Atlântica, Elizete Siqueira, o representante do Banco Mundial no Brasil, John Briscoe, o diretor do Jardim Zoológico de Brasília, Raul Gonzales Acosta, e o reitor da Universidade da Paz, Pierre Weil.

O 2º Encontro Nacional dos Povos das Florestas terá sua abertura no dia 18 de setembro, no Teatro Nacional, em Brasília. Nos dias seguintes, as atividades ocorrerão em uma área que será montada no Jardim Zoológico do Distrito Federal.

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