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Notícias

Recifes Artificias

Populando o fundo do mar

Criação de recifes artificiais estimula mergulho contemplativo e atividades de estudo da biodiversidade marinha

Os recifes são formações rochosas encontradas na superfície de águas oceânicas, normalmente próxima à costa. Esse ecossistema marinho não só é importante para a preservação da biodiversidade como também atrai a atenção de oceanógrafos, biólogos e mergulhadores. Dentro do papel de proteger o meio ambiente e incentivar o ecoturismo náutico, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) está investindo na criação de recifes artificiais, ou seja, estruturas afundadas em pontos estratégicos para a criação de vida subaquática.

Segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), ligado ao MMA, os recifes são o ecossistema de maior densidade de biodiversidade dentre todos os outros do planeta e também o que mais sofre degradação por conta da ação do homem (como o despejo de esgoto não tratado e excesso de exploração de seus recursos), além das mudanças climáticas.

Cuidados – Não é permitida a criação de recifes artificiais de qualquer maneira. Para regulamentar a prática, entrou em campo o Ibama. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, ligado ao MMA, editou uma Instrução Normativa com todas as regras, como por exemplo, a utilização de material inerte e não-poluente, com vida útil maior do que 30 anos. O aço dos navios é um bom exemplo.

“Os recifes artificiais podem ser formados a partir de qualquer estrutura, pode ser um navio, avião, tanque de guerra, blocos de concreto especialmente feitos para essa finalidade”, explica André Germanos, secretário de Ecoturismo do MMA. “Há, no entanto, todo um cuidado. Todas as estruturas que vão se tornar um recife artificial têm de ser preparados para tal. Há uma preparação detalhada, como por exemplo a remoção de tinta, que pode apresentar metais pesados e são danosos para o meio ambiente. Tanques de combustível, de óleo e quaisquer outras peças que possam ter resquícios que agridem o meio ambiente também são retirados. Ou seja, o que é afundado está em plenas condições de se misturar com o ambiente, sem agredi-lo, e proporcionar a criação de um recife artificial.”

Ajuda – A falta de habitat para que a vida marinha possa se fixar é um problema para a biodiversidade. Os projetos de recifes artificiais criam esses locais para que as comunidades marinhas possam colonizá-lo, formando uma nova rede de fauna e flora marinha em um local onde não havia quase nada.

“Um exemplo de muito sucesso está no Paraná”, ressalta o secretário. “Tem um local que é conhecido hoje como Parque dos Meros, um ponto de mergulho onde foi criado um recife artificial. Esse recife atraiu vários Meros, que hoje correm risco de extinção e são protegidos por lei. Eles foram atraídos para lá porque se sentem seguros na formação.”

O Parque dos Meros atrai muitos turistas para o mergulho contemplativo e a mera presença desses mergulhadores afasta a pesca predatória que quase acabou com o animal. “Ele é um peixe enorme, que pode chegar a 400 quilos, mas ao mesmo tempo é dócil. Por isso foi muito caçado e entrou em extinção. Agora sabemos que no Parque dos Meros ele é plenamente protegido”, destaca Germanos.

Ainda segundo o secretário, as formações artificiais podem a derradeira ajuda que os mares precisam para garantir sua enorme biodiversidade. “Os recifes podem ser uma alternativa para determinadas espécies ou pode ser a única alternativa para certas espécies. Isso quer dizer que uma superfície onde antes não existia muita vida pode se tornar um verdadeiro berçário para o desenvolvimento de fauna e flora marinha.”

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