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Experiências com o setor empresarial

O setor empresarial depende da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos em maior ou menor extensão. A água doce, por exemplo, é um insumo para quase todos os processos produtivos, desde a produção agrícola até a mineração em grande escala. As empresas farmacêuticas dependem de recursos genéticos de plantas e animais para identificação de novos ingredientes ativos.

O agronegócio depende da polinização natural, do controle biológico de pragas e de processos biológicos do solo. Muitos destinos do turismo devem a sua atratividade a ambientes naturais. A proteção oferecida por alguns ecossistemas, tais como pântanos e mangues, pode reduzir os danos causados por tempestades e inundações e é monitorada por companhias de seguros e resseguros. A perda da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos (BSE), como a provisão de água, estão cada vez mais reconhecidas como geradoras de riscos para as empresas, quer pelos impactos diretos associados à dependência da empresa em relação aos serviços ecossistêmicos (que podem, inclusive, servir de insumo para a produção), quer pelos impactos indiretos, operando por meio de cadeias de abastecimento ou decisões de mercado quanto ao investimento, à produção, à distribuição e à comercialização. Considerar informações sobre os impactos e dependências das empresas com relação à biodiversidade e serviços ecossistêmicos, mapear os riscos e tomar decisões para minimizar esses riscos, além de aproveitar oportunidades associadas a práticas de conservação dessa biodiversidade e ecossistemas, é o caminho.

O projeto TEEB Regional-Local buscou inserir e consolidar o tema da biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (SE) na agenda do setor empresarial. Engajou empresas e federações estaduais das indústrias no entendimento sobre os riscos e as oportunidades associadas ao capital natural e, em parceria com o GVces/FGV, buscou desenvolver métodos e ferramentas customizadas para as empresas que lhes permitissem levantar informações sobre seus impactos e dependência dos SE. A iniciativa Tendências em Serviços Ecossistêmicos (TeSE) é desde 2014 apoiada pelo Projeto TEEB R-L.

O desenvolvimento de um Programa de Formação é também parte da estratégia de incorporação de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (BSE) nas agendas das Federações Estaduais das Indústrias. Isso permitirá que o tema ganhe escala e possa ser oferecido de forma ampla, garantindo maior impacto e a permanência do assunto nas agendas das empresas após a finalização do projeto. Medidas já em andamento, como a construção e adequação de métodos de valoração de SE, bem como a identificação e desenvolvimento de exemplos de valoração e gestão de SE, relacionados a atividades empresariais, e capacitações temáticas pontuais, são as bases da orientação do programa de formação.
 
Estratégia do projeto com o setor empresarial:
• Desenvolvimento e adequação de métodos e ferramentas;
• Engajamento das federações estaduais das indústrias e de empresas;
• Aplicação dos métodos e procedimentos em empresas-piloto;
• Inserção/consolidação do tema de biodiversidade e SE na agenda do setor empresarial;
• Incorporação do capital natural na tomada de decisão de negócios.
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