A troca de água de lastro no mar, conforme recomendado pelas diretrizes da IMO, consiste na melhor medida para reduzir o risco de transferência de espécies aquáticas nocivas disponível no momento. Entretanto, esta técnica pode comprometer os limites de segurança dos navios, e mesmo quando é possível implementá-la por completo, ela não é 100% efetiva no remoção de organismos na água de lastro. Algumas entidades sugerem até que a troca da água de lastro no mar pode contribuir por si só para aumentar a dispersão de espécies nocivas, e que ilhas localizadas próximas a áreas onde ocorrem trocas de água de lastro, em alto mar, podem estar especialmente em risco com essa prática.
É, portanto, extremamente importante que métodos de tratamento e/ou gerenciamento de água de lastro efetivos sejam desenvolvidos o mais rápido possível para substituir a troca de lastro no mar. Esforços significativos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) vêm sendo feitos por diversos institutos de pesquisa de engenharia e ciências no intuito de desenvolver uma solução completa para o problema.
As opções que vêm sendo consideradas compreendem:
- Métodos de tratamento mecânicos como filtragem e separação;
- Métodos de tratamento físicos tais como esterilização por ozônio, luz ultra-violeta, correntes elétricas e tratamento térmico;
- Métodos de tratamento químicos como adição de biocidas na água de lastro para matar os organismos; e
- Várias combinações dos métodos acima descritos.
Todas essas possibilidades atualmente demandam esforços expressivos de pesquisa para o futuro. Os maiores obstáculos encontram-se no fator de escala dessas novas técnicas que deverão lidar efetivamente com quantidades imensas de água de lastro carregadas nos navios maiores (ex: um navio graneleiro de 200.000 DWT carrega cerca de 60.000 toneladas de água de lastro). As opções de tratamento não devem interferir indevidamente na segurança e na operação econômica do navio e têm de considerar limitações de projeto dos navios. Qualquer medida de controle desenvolvida deve ir de encontro a um número de critérios incluindo:
- Deve ser seguro;
- Deve ser ambientalmente aceitável;
- Deve ser custo-efetivo; e
- Deve funcionar.
Um dos problemas que vêm sendo enfrentados pela comunidade mundial de P&D, aparte os critérios gerais citados acima, é que atualmente não há padrões de desempenho internacionais acordados e aprovados ou sistemas de avaliação para a aceitação formal de quaisquer dessas técnicas que vêm sendo desenvolvidas. Além disso, vários grupos estão trabalhando isolados entre si. Não há mecanismos formais para assegurar linhas efetivas de comunicação entre a comunidade de P&D e os governos, projetistas, proprietários e construtores de navios. Esses fatores são fundamentais para o sucesso dos esforços de P&D.
O Programa GloBallast espera reduzir essas barreiras por meio de duas iniciativas: manter um diretório sobre P&D em Tratamento de Água de Lastro, e realizar um dois Simpósios Globais de P&D em Tratamento de Água de Lastro. O 1° Simpósio foi realizado em março de 2001. A Unidade de Coordenação do Programa também organizou uma Oficina de Padrões de Tratamento de Água de Lastro em março de 2001, num esforço para apoiar o Comitê de Proteção ao Meio Ambiente Marinho da IMO na finalização da nova Convenção de Água de Lastro.
Relatório dos representantes brasileiros nos eventos
Outros documentos sobre os eventos realizados e esse assunto podem ser obtidos na página do Programa ( http://globallast.imo.org ) :
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