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Segunda, 11 Junho 2012 19:48
Biodiversidade e unidades de conservação
Para especialista, inserção produtiva das comunidades que habitam as UCs deve incentivar o manejo adequado da terra e assegurar investimentos em tecnologias de produção.Sophia GebrimA exploração e conservação da terra por populações tradicionais, comercialização de produtos da biodiversidade e diferentes formas de ocupação do solo são diferenciais das unidades de conservação (UCs) no Brasil e no mundo. Quando governo e sociedade falam de inserção produtiva dessas comunidades em áreas de preservação ambiental, é incentivado o manejo adequado da terra e investimentos em tecnologias de produção que garantam a qualidade dos produtos da biodiversidade.No dia de debates sobre Unidades de Conservação e Metas Globais da Biodiversidade para 2020, a coordenadora da Iniciativa Amazônia e representante do Conselho Diretor da ONG Instituto Socioambiental (ISA), Adriana Ramos, resgata os fundamentos da importância das populações tradicionais na gestão das áreas protegidas, regidas pela Convenção da Biodiversidade, pelo próprio Sistema Nacional de Unidades de Conservação, pela Política de Povos e Comunidades Tradicionais e pelo Plano Nacional de Áreas Protegidas.Leia entrevista de Adriana Ramos durante o Ciclo de Debates Brasil Sustentável – O caminho para todos, nesta segunda-feira (11/06), no Espaço Tom Jobim do Jardim Botânico do Rio de Janeiro:Qual o papel da sociedade nesses debates?No contexto das Unidades de Conservação, o papel da sociedade está no incentivo para que sejam cumpridas as metas da biodiversidade, considerando as diferentes áreas protegidas, não somente nas Unidades de Conservação, mas também as áreas indígenas e as áreas quilombolas.Como a ONG contribui para isso?Podemos resgatar uma experiência do Instituto Socioambiental (ISA) que contribui para essa visão. Trata-se da implementação das reservas extrativistas da região da Terra do Meio, em especial da reserva do Riozinho do Anfrísio, onde nos estamos desenvolvendo, junto com as comunidades locais, cadeias produtivas do uso da biodiversidade. Essas populações usam quase 100 produtos diferentes da biodiversidade, nessa unidade, isso é, enfim, um reflexo da realidade da Amazônia.Como isso pode contribuir para o alcance das metas?As dificuldades e as potencialidades desse trabalho podem contribuir com uma visão do que as políticas devem fazer para as reservas extrativistas de fato funcionarem.Existe outra ferramenta de apoio aos produtos da biodiversidade?Outra experiência que trabalhamos na ONG e apresentamos aqui é o Sistema de Indicadores Socioambientais de Unidades de Conservação, que nós desenvolvemos. É um sistema que busca avaliar a gestão e a implementação dessas áreas a partir da visão dos diferentes conselheiros, dos conselhos gestores, portanto, considerando a participação de todas as partes envolvidas na gestão da unidadeQual o papel das comunidades tradicionais na conservação da biodiversidade?As comunidades tradicionais, ao fazerem uso sustentável da biodiversidade dentro dessas áreas, estão contribuindo muito com a manutenção dessas áreas, tanto do ponto de vista ambiental e social. Dessa forma, contribuem para a conservação da biodiversidade e preservação do meio ambiente.Na sua opinião, como deve funcionar a gestão dessas áreas?Apoiamos o modelo de gestão compartilhada, para que seja efetiva e contribua também para a conservação da biodiversidade. É fundamental que a visão dessas comunidades, que estão dentro dessas áreas, seja considerada na gestão dessas áreas. Por isso é importante a gente ter instrumentos que permitam essas comunidades participar do planejamento da gestão da unidade.O que deve ser feito a longo prazo para a preservação da biodiversidade nas Unidades de Conservação?É preciso a valorização do conhecimento tradicional nas áreas protegidas, políticas públicas especificas que atendam as populações dessas áreas, parceria com empresas que respeitem o ritmo das comunidades tradicionais e a garantia de formas de comercialização e venda.
Segunda, 11 Junho 2012 19:41
Ministra defende audácia no trato de questões florestais
Participantes de debate no Rio apontam dificuldades para promover a gestão do setor com os entraves impostos pela estrutura institucionalCamilla ValadaresA ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse que apesar dos vários avanços alcançados, é preciso inovação e audácia para colocar as florestas no centro dos debates sobre desenvolvimento sustentável. A declaração foi feita nesta segunda-feira (11/06), durante o debate Florestas do Século XXI, o segundo evento do Ciclo de Debates Brasil Sustentável – O Caminho para Todos, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Entre os principais aspectos destacados pelos debatedores está a dificuldade de promover a gestão florestal com a atual estrutura institucional e entraves burocráticos que dificultam a aplicação de medidas sustentáveis. Para Roberto Waack, CEO da Amata S.A e membro do FSC (Forest Stewardship Council) "na prática a economia florestal hoje é baseada em informalidade, ilegalidade e impunidade".EMPREGO E RENDADurante o debate, moderado pelo diretor da Oscip Amigos da Terra, Roberto Smeraldi, o superintendente geral da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), Virgílio Viana, afirmou que conquistar importância política para o tema passa necessariamente pelo reconhecimento da relação clara entre as florestas com a economia, emprego e renda. "Temos o desafio de fazer com que se entenda que as florestas valem mais em pé do que deitadas", completou.Ricardo Rodriguez, representante brasileiro da Revisão dos Critérios do Forest Stewardship Council (FSC) – Conselho de Manejo Florestal – abordou a importância de trabalhar economia florestal aliada à economia agrícola uma vez que historicamente o homem tem promovido a substituição de áreas naturais por áreas agrícolas. Rodriguez citou ainda a experiência realizada no estado de São Paulo com a capacitação dos órgãos e definição legais de seus papéis – essas medidas produziram avanços significativos na política de restauração com a produção de 60 milhões de mudas em 2011.ECONOMIA FLORESTALForam destacados ainda o conceito de economia florestal, pagamentos ambientais, a relação entre agricultura e floresta, a importância e dificuldades para a restauração de áreas florestais. O ex-diretor do Serviço Florestal Brasileiro do Ministério do Meio Ambiente e empreendedor socioambiental Tasso Azevedo destacou a importância da valorização dos serviços florestais e de fornecer aporte à cadeia primária como forma de fortalecer as florestas.O vice-presidente de Tecnologia e Desenvolvimento da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (ABIMC), Ivan Tomaselli, afirmou que os avanços dependem de ações políticas de governo e investimento privado. A relação com o setor privado foi um dos pontos levantados também pela ministra Izabella Teixeira durante o encerramento do debates: "Precisamos acabar com o preconceito com o setor privado, a grande maioria no setor privado não quer ficar na ilegalidade, há mais gente querendo trabalhar dentro da lei do que fora dela".
Segunda, 11 Junho 2012 17:39
Rio +20: ministra aposta nas discussões sobre oceanos
Atual modelo de gestão de recursos pesqueiros precisa ser aperfeiçoado com conhecimento cientifico e engajamento socialSophia GebrimAs discussões sobre ecossistemas marinhos terão papel especial na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20). A afirmação foi feita pela ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira, na tarde desta segunda-feira (11/06), no Espaço Tom Jobim do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. "Pessoalmente, aposto nos debates sobre oceanos, assunto de grande relevância na agenda ambiental e que precisa ser discutido de forma global, com representantes governamentais e sociais de todo o mundo", disse a ministra.No Brasil, Izabella destacou a necessidade de aperfeiçoar o trabalho realizado nos centros de excelência e pesquisa ligados diretamente ao tema. "Precisamos trabalhar uma visão mais estruturada de pesquisa de médio e longo prazos e também priorizar a gestão dos ecossistemas marinhos e costeiros", salientou. Para ela, o país conta com inúmeras reservas extrativistas em áreas marinhas que, para serem instituídas oficialmente, devem extrapolar dados de pesquisa que justifiquem a sua criação não só pela questão ambiental mas também pela questão social e econômica.Por fim, a ministra destacou que o atual modelo de gestão de recursos pesqueiros também precisa ser aperfeiçoado e somente mudará de patamar se tivermos conhecimento cientifico, além de engajamento social. "São necessárias parceiras extremamente sólidas com cada segmento envolvido, argumentou". Na sua avaliação, pescadores, órgãos de pesquisa e governo devem ter consciência da importância do seu papel no processo evolutivo do ecossistema marinho.
Segunda, 11 Junho 2012 16:28
Regularização é desafio nas unidades de conservação
Ministra defende, em debate no Rio de Janeiro, mudar o status do debate político sobre áreas protegidasSophia GebrimA necessidade de um plano de regularização fundiária nas unidades de conservação (UCs) foi destacada pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, na abertura do Ciclo de Debates Brasil Sustentável – o Caminho para Todos, na manhã desta segunda-feira (11/06), no Espaço Tom Jobim do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. "Hoje, a prioridade do governo federal é colocar o assunto na pauta de discussões, temos que ter um horizonte de tempo sobre regularização fundiária no Brasil", disse a ministra durante o primeiro painel agendado para o dia, sobre O Contexto das Unidades de Conservação nas Metas Globais de Biodiversidade para 2020.Izabella ressaltou que, associados aos indicadores socioambientais, devem ser relacionados os indicadores de governança e de gestão das UCs, que são espaços territoriais com características naturais relevantes legalmente instituídos com objetivos de conservação. "Essa métrica precisa estar estabelecida com toda a transparência, pois, na hora que é proposta a criação de uma unidade de conservação, eu gostaria que fosse proposta sem conflito, porque depois acabamos gastando mais tempo para implantar do que para gerir a área". Para a ministra, a implantação deve ser feita resolvendo os chamados contornos daquela área que foi proposta. "Está na hora do Ministério do Meio Ambiente e da sociedade, enfim, todos nós que queremos áreas protegidas mudar o status do debate político sobre unidades de conservação".ETNIA E CULTURAO debate do primeiro painel realizado nesta segunda-feira foi mediado pela jornalista Paula Saldanha, apresentadora e diretora do programa Expedições. Com inúmeros trabalhos sobre populações tradicionais e transformações sociais, econômicas e ambientais em várias regiões do país, ela é referência nacional na produção jornalística voltada para os aspectos étnicos, culturais e de desenvolvimento sustentável. Como debatedoras participaram a coordenadora da Iniciativa Amazônia e membro do Conselho Diretor da ONG Instituto Socioambiental (ISA), Adriana Ramos, a bióloga e engenheira florestal Nutit Bensusan, a pesquisadora e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Carolina Dubeux, e a representante do Ministério da Ciência e Tecnologia, Mercedes Bustamante.Para Adriana Ramos, o foco das ações nas UCs deve ser no manejo do uso da terra e como essas áreas devem ser cuidadas. "Quando falamos de inserção produtiva e manejo da terra, devemos providenciar diálogos com outros setores do governo, da sociedade e com os mercados distribuidores desses produtos originários da biodiversidade", explicou. Ela afirmou também que devem ser consideradas questões ligadas ao credito, financiamento e desenvolvimento de novas tecnologias que vão desde o transporte ate armazenamento e processamento dos produtos da biodiversidade.MUDANÇAS CLIMÁTICASA representante do Ministério da Ciência e Tecnologia, Mercedes Bustamante, explicou o papel das mudanças climáticas na preservação da biodiversidade nas UCs e ecossistemas brasileiros. "A conservação deve abordar os processos ecológicos associados a riqueza de vida e diversidade biológica", disse. Para ela, nos diferentes ambientes observamos uma relativa perda na biodiversidade devido as mudanças no uso da terra e mudanças no clima. "Temperatura e precipitação chuvosa tem papel majoritário e determinam onde espécies de plantas e animais podem viver, crescer e reproduzir", acrescentou. E levantou questões como a ciência pode contribuir com a biodiversidade nas UCs, quais os padrões e processos que regulam a distribuição das espécies nos mais diversos ambientes e os efeitos da diversidade biológica no funcionamento de ecossistemas.As discussões em torno da economia verde nestas unidades foram lideradas pela pesquisadora e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Carolina Dubeux. "Internalizando o valor econômico das Unidades de Conservação no contexto de economia verde, temos que mostrar o valor dessas unidades e que a economia brasileira pode prosperar muito mais em função dos produtos da biodiversidade". Para ela, esses produtos impulsionam a economia por meio de investimentos em capital natural, já que o melhor lugar para encontrar esses produtos da biodiversidade é nas unidades de conservação.Confira as apresentações:
Carolina Dubeux e Ronaldo Seroa da Motta - Internalizando o Valor Economico das Unidades de Conservação
Nurit Bensusan - O Futuro da Biodiversidade como Ideia e como Objeto de Conservação
Mercedes Bustamante - Novos Desafios Biodiversidade e Ecossistemas Brasileiros
Sexta, 08 Junho 2012 12:44
Aviso de Pauta: Ciclo de debates Brasil Sustentável – O Caminho para Todos
Quando: de segunda a quinta-feira, 11 a 14 de junho. Serão dois debates por dia: o primeiro com início às 9h30 e o segundo às 14h30.Onde: auditório Tom Jobim, Jardim Botânico, Rio de JaneiroO Ministério do Meio Ambiente promove, na próxima semana, do dia 11 ao dia 14 de junho, o ciclo de debates Brasil Sustentável – O Caminho para Todos. Serão oito debates com discussão de temas comuns à agenda ambiental, como economia, reciclagem, consumo e florestas.Os painéis antecedem as discussões da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20). Entre os debatedores participam especialistas nacionais e internacionais. Sociedade civil, governo e empresas públicas e privadas são parceiras do Ministério do Meio Ambiente (MMA) na organização deste evento.Confira os temas dos debetes:Segunda-feira, dia 11 de junho:9h30 – O contexto das Unidades de Conservação nas Metas Globais de Biodiversidade para 2020.14h30 – Florestas do Séc. XXI.Terça-feira, dia 12 de junho:9h30 – Diálogo Internacional Sobre Produção e Consumo Sustentáveis.14h30 – Os Desafios Socioambientais da Reciclagem no âmbito da Política Nacional de Resíduos Sólidos.Quarta-feira, dia 13 de junho:9h30 – Juventude e Sustentabilidade.14h30 – Finanças Sustentáveis.Quinta-feira, dia 14 de junho:9h30 – A Sustentabilidade necessária ao potencial do Brasil em se tornar o 5º país do mundo na produção de produtos químicos industriais em 2020.14h30 – Empreendedorismo Sustentável.Assessora de imprensa no local: Alethea Muniz, celular (61) 9972.3703Informações para a Imprensa:Ministério do Meio AmbienteAssessoria de Comunicação – ASCOMTelefone: 61.2028-1227/ (61) 9972.3703
Quarta, 06 Junho 2012 16:48
MMA em destaque nos EUA
Banco Mundial recebe prêmio do Tesouro americano pelo Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), do Ministério do Meio AmbienteCristina ÁvilaNesta quinta-feira (07/06), o Banco Mundial será premiado pelo Departamento do Tesouro americano devido ao apoio institucional ao Programa de Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), da Secretaria de Biodiversidade e Florestas, do Ministério do Meio Ambiente (MMA). O Arpa é o maior programa de conservação da biodiversidade em florestas tropicais do mundo.O programa é responsável pelo apoio a 95 unidades de conservação (UCs), que protegem 52 milhões de hectares da Amazônia. Outras 17 estão em fase de criação, totalizando 58 milhões de hectares protegidos no bioma. Até 2015, o programa vai superar a meta de 60 milhões de hectares em unidades de conservação.Às vésperas da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que começa no próximo dia 13, e durante a Semana do Meio Ambiente, a diretora gerente do Banco Mundial, Sri Mulyani,receberá o prêmio em Washington. O coordenador do Arpa, Trajano Quinhões estará presente na cerimônia."Ficamos muito satisfeitos com a premiação. O Banco Mundial está sendo homenageado pelos resultados conquistados pelo Arpa", relata Simões. "O Banco Mundial é um dos financiadores do programa e é também um dos seus idealizadores". INDICAÇÃOA candidatura do Arpa ao prêmio "Homenagem a Impactos do Desenvolvimento" (Development Impacts Honor), lançado neste ano, foi encaminhada ao Departamento do Tesouro dos Estados Unidos pelo Banco Mundial e Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, sigla em inglês) no Brasil.O Tesouro americano é acionista de grande parte das instituições multilaterais de desenvolvimento em todo o mundo, e criou o prêmio de reconhecimento a projetos de outras seis categorias: educação, segurança alimentar, saúde, infraestrutura, setor privado e mulheres.Estarão presentes no evento parlamentares do Congresso dos Estados Unidos, representantes de agências do governo americano e da ampla comunidade envolvida na agenda do desenvolvimento. A premiação é aberta à imprensa e acontece das 8h45 às 10h da manhã no Main Treasury Building, no número 1500 da Avenida Pensilvânia (Washington, DC).CONSOLIDAÇÃOO objetivo do Arpa é apoiar a criação e a consolidação de um conjunto de unidades de conservação em áreas prioritárias da Amazônia brasileira. Criado em 2002, o programa foi anunciado na conferência mundial do ambiente "Rio +10", em Joanesburgo, na África do Sul. A primeira fase do programa aconteceu entre 2002 e 2009, durante a qual 63 unidades de conservação foram criadas e implementadas – em mais de 32 milhões de hectares.O programa é uma parceria entre o governo do Brasil, Ministério do Meio Ambiente, Instituto Chico Mendes para Conservação da Biodiversidade (ICMBio), governos estaduais da Amazônia Brasileira: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Rondônia, Pará e Tocantins, WWF-Brasil, Cooperação Brasil – Alemanha, GTZ, KfW, Banco Mundial, GEF, Funbio, Fundo Amazônia e BNDES.O Arpa expande e consolida o sistema de unidades de conservação na Amazônia brasileira, contribuindo substancialmente para a prevenção do desmatamento: as unidades de conservação apoiadas apresentam índices menores de destruição florestal do que as que estão fora do programa.BIODIVERSIDADEO programa protege uma amostra considerável da biodiversidade do Brasil. Em apenas 39 unidades de conservação apoiadas pelo programa, foram encontradas mais de oito mil espécies de plantas e animais, das quais 107 estão ameaçadas de extinção.E além disso é fundamental para evitar a emissão de gases de efeito estufa. "Em 13 áreas protegidas pelo programa Arpa, entre 2003 e 2007, temos estudos que comprovam que deixamos de emitir 430 milhões de toneladas de gás carbônico na atmosfera", cita a vice-presidente do Banco Mundial para o Desenvolvimento Sustentável, Rachel Kyte.Ela explica que foram investidos 84 milhões de dólares durante toda a primeira fase do Arpa (2003-2010). "Se cada tonelada de carbono equivale a 5 dólares, até 2050 isso significará 2,2 bilhões de dólares. Se pensarmos em um cálculo anual, o custo para a redução das emissões no período é de 54 milhões de dólares", relata a vice-presidente. Então, considerando que a cada ano da primeira fase do Arpa foram investidos 12 milhões de dólares, "podemos concluir que somente aí temos um índice de retorno de investimentos de 22%".
Quarta, 06 Junho 2012 15:00
Rio +20: inscrições para debates terminam nesta sexta
Alethea Muniz Serão oito painéis, de 11 a 14 de junho, com discussão de temas comuns à agenda ambiental, como economia, reciclagem, consumo e florestasTermina nesta sexta-feira (08/06) o período de inscrições para o ciclo de debates Brasil Sustentável – O Caminho para Todos. Será realizado de 11 a 14 de junho e antecede as discussões da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20). Sociedade civil, governo e empresas públicas e privadas são parceiras do Ministério do Meio Ambiente (MMA) na organização deste evento.Estão programados oito painéis com discussão de temas comuns à agenda ambiental, como economia, reciclagem, consumo e florestas. Entre os debatedores participam especialistas nacionais e internacionais, como no caso do painel Produção e Consumo Sustentáveis, que contará com a participação da diretora do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Sylvie Lemmet.O painel Empreendedorismo Sustentável contará com a presença do presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Luiz Barreto e no debate sobre Finanças Sustentáveis está confirmada a participação do presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal. A discussão sobre Desafios Socioambientais da Reciclagem e a Política Nacional de Resíduos Sólidos terá a participação do presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), João Carlos Coser.COMO SE INSCREVERAs inscrições são gratuitas e podem ser feitas pela internet. Confira a agenda e os links para inscrição:11/06 às 9h30 - O Contexto das Unidades de Conservação nas Metas Globais de Biodiversidade para 2020.http://hotsite.mma.gov.br/ciclomma/uc11/06 às 14h30 - Florestas do Século XXI.http://hotsite.mma.gov.br/ciclomma/florestas12/06 às 9h30 - Produção e Consumo Sustentáveis.http://hotsite.mma.gov.br/ciclomma/producaoeconsumo12/06 às 14h30 - Os Desafios Socioambientais da Reciclagem e a Política Nacional de Resíduos Sólidos.http://hotsite.mma.gov.br/ciclomma/reciclagem13/06 às 9h30 - Juventude e Sustentabilidade.http://hotsite.mma.gov.br/ciclomma/juventude13/06 às 14h00 - Finanças Sustentáveis.http://hotsite.mma.gov.br/ciclomma/financas14/06 às 9h30 - A Sustentabilidade necessária associada ao potencial do Brasil se tornar o 5 país do mundo na produção de produtos químicos industriais em 2020.http://hotsite.mma.gov.br/ciclomma/quimicos14/06 às 14h30 - Empreendedorismo Sustentável.http://hotsite.mma.gov.br/ciclomma/empreendedorismo
Quarta, 06 Junho 2012 12:18
Meio ambiente: brasileiro está mais consciente
Levantamento é o mais amplo painel sobre o tema realizado no país, com 20 anos de dados comparativos.Letícia VerdiA ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse, nesta quarta-feira (06/06), que o brasileiro começa a tomar consciência sobre a importância de sua participação em relação a questões ambientais. Ao divulgar, no Rio, os resultados da pesquisa sobre o tema, ela concluiu que a amostragem revela que a população percebe a descentralização da responsabilidade em relação ao meio ambiente. "Nós precisamos oferecer os caminhos para uma mudança de comportamento", afirmou. "A responsabilidade é compartilhada entre governo, empresas e sociedade. É hora de olhar pra os deveres e não só para os direitos". Realizada desde 1992, a pesquisa "O que o brasileiro pensa do meio ambiente e do consumo sustentável" apresenta, na edição 2012, resultados inéditos. Mostra, por exemplo, uma evolução significativa na consciência ambiental dos brasileiros. O indicador mais relevante desta transformação está no número de pessoas que, 20 anos atrás, não sabiam mencionar sequer um problema ambiental na sua cidade ou no seu bairro. Este número diminuiu para 10% este ano, em relação aos 46% de 1992.A pesquisa aborda, ainda, os principais problemas ambientais identificados pelos brasileiros no Brasil e no mundo; como os brasileiros avaliam a atuação de órgãos públicos e empresas privadas na conservação ambiental; hábitos de consumo e reciclagem; a disposição do brasileiro para se engajar na solução de problemas ambientais; meios que a população usa para se mobilizar e se informar sobre questões ambientais e o que mais os orgulha no país.Confira os dados da pesquisaMETODOLOGIARealizada pelo Instituto CP2 de Belo Horizonte (MG), vencedor de licitação nacional do Ministério do Meio Ambiente (MMA), a pesquisa contou com a cooperação técnica do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). É representativa da população brasileira adulta acima de 16 anos. Foram realizadas 2,2 mil entrevistas domiciliares em áreas urbanas e rurais, nas cinco regiões brasileiras. "Essa pesquisa é para ser adotada por todos os setores da sociedade brasileira", destacou a secretária de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do MMA, Samyra Crespo. "Essa é a ideia do governo ao fazer a parceria com o setor privado para a realização da pesquisa".A pesquisa mostra que conceitos como desenvolvimento sustentável, consumo sustentável e biodiversidade já fazem parte do repertório de quase metade da população brasileira (47%). E que este percentual tende a aumentar à medida que a mídia dê mais espaço ao tema, traduzindo para o dia a dia a aplicação desses conceitos. Os gráficos mostram que cada vez mais brasileiros são capazes de identificar problemas ambientais e atribuir importância ao seu enfrentamento.Um quarto do total de entrevistados que demonstrou conhecimento sobre assuntos relacionados ao meio ambiente escolheu a opção "cuidar do meio ambiente, das pessoas e da economia do país ao mesmo tempo", como defende a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que começa no próximo dia 13, no Rio de Janeiro. Mas a opção mais votada (69%) relacionou desenvolvimento sustentável à não destruição dos recursos naturais, que é apenas parte do problema. Portanto, de acordo com os responsáveis pelo estudo,quando os brasileiros pensam na Rio+20, a noção de meio ambiente é a que prevalece. Isso mostra que a concepção do encontro, pensado a partir de três pilares - social, ambiental e econômico - ainda precisa ser melhor esclarecida.FAUNA E FLORAPor outro lado, o conceito de meio ambiente é cada vez menos naturalista, ou seja, menos identificado com fauna e flora. Os brasileiros se sentem parte da biodiversidade e assumem, cada vez mais, suas responsabilidades. Praticamente 100% da população consideram importante o cuidado e a proteção do meio ambiente, destacando que este cuidado é necessário à nossa sobrevivência e a um futuro melhor para a humanidade.Na prática, a população brasileira ainda apresenta hábitos predatórios ao meio ambiente e à sua própria qualidade de vida, mas aumenta a disposição para atitudes pró-ativas, assim como elevou-se o conhecimento sobre os problemas. Ações como a Política Nacional de Resíduos Sólidos e campanhas como a Saco é um Saco, que incentiva a redução do uso de sacolinhas plásticas nas compras em supermercados, já repercutem na população.Além disso, 85% dos brasileiros dizem estar dispostos a aderir a uma campanha para reduzir o consumo de sacolas plásticas e 35% afirmam que, em suas cidades, já existem estímulos neste sentido. No entanto, 58% dizem não ter o hábito de levar a própria sacola ou carrinho ao supermercado. As ações pró-ambiente estão concentradas em homes e mulheres com nível mais alto de escolaridade e residentes em áreas urbanas, independentemente da renda.A pesquisa mostrou que a população não considera a preocupação com o meio ambiente no Brasil exagerada. E vai além: as pessoas não estão dispostas a ter mais progresso às custas da depredação dos recursos naturais (82%). Aumentou o número de brasileiros,de 38% em 2006 para 51%, em 2012, dispostos a contribuir com dinheiro para proteger a Amazônia, que continua a preferida, seguida pela Mata Atlântica, a Caatinga e o Pantanal.RESÍDUOSNa fase que de pós-consumo, os brasileiros ainda possuem hábitos prejudiciais, sobretudo no descarte incorreto de itens como pilhas, baterias e lixo eletrônico. Mas, em comparação a 1992, a preocupação com o lixo aumentou significativamente (29%), fato que pode ser atribuído à divulgação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, desde 2010.Segundo a pesquisa, 52% da população brasileira ainda não separam lixo, mas quase metade (48%) afirma fazê-lo. A disposição em separar o lixo é maior nas áreas urbanas (50%), contra 35% na área rural. A região Sul possui o maio percentual de coleta seletiva (76%), seguida pelo Sudeste (55%), Centro-Oeste (41%) e Nordeste (32%). A região Norte possui o menor índice de famílias que separam o lixo, 27%. A disposição para separar o lixo vem aumentando significativamente. Em 2001 era de 68%, em 2006, 78%, e em 2012 é de 86%.GOVERNANÇACada vez mais os brasileiros consideram o governo estadual (61%) e prefeituras (54%) como responsáveis por cuidar dos problemas ambientais. O governo federal ficou com 48% de responsabilidade. A visão de que o governo é quem deve resolver as questões ainda predomina sobre as esponsabilidades comunitárias ou individuais. Ao longo dos anos, a pesquisa mostrou que os efeitos da descentralizaçãojá permeia a percepção dos brasileiros. Na primeira edição, a maior parte da população atribuía ao governo federal a maior responsabilidade (51%).Já o conhecimento sobre o que é uma "empresa cidadã" ainda é baixo: 76% dos entrevistados nunca ouviram falar. Desde 1991, as empresas tendem a ser o segmento avaliado mais negativamente pela população - 55% das pessoas avaliaram negativamente. Na esfera governamental, os percentuais mais negativos vão para os municípios (49%) e os estados (48%). O governo federal teve 37% de avaliação negativa.CONSUMODois terços dos brasileiros (66 em cada 100) dizem desconhecer o que é consumo sustentável e 34% disseram ter ouvido falar. Somente uma minoria, 3%, apontou erroneamente que consumo sustentável é "comprar produtos mais baratos". Desde 2001, vem aumentando a disposição do consumidor brasileiro para comprar produtos orgânicos (de 73% para 81%).A pesquisa de 2012 confirma outros estudos na área: a mulher é quem exerce o maior poder de decisão de compra no domicílio, principalmente para o abastecimento da família. Já os itens classificados como bens duráveis (eletroeletrônicos) ou férias no exterior são decididos por ambos ou pelos homens. Os únicos itens em que os filhos opinam com força são os cursos de inglês ou informática.A pesquisa foi realizada entre 15 e 30 de abril de 2012.Contou com a colaboração de técnicos em pesquisa das empresas Pepsico, Walmart e Unilever para realização de estudo qualitativo sobre mulheres e consumo, divulgado dia 31 de maio no Rio de Janeiro. As duas pesquisas, a qualitativa e a quantitativa, fazem parte de uma cooperação entre o governo e o setor produtivo, no âmbito do Plano de Ação em Produção e Consumo Sustentável, lançado pelo governo federal em dezembro de 2011.EMPRESÁRIOSApós a coletiva de imprensa, a ministra Izabella Teixeira participou do encontro "Diálogos pela sustentabilidade", promovido pelo MMA em parceria como o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). Neste evento, foi debatida uma agenda de ação comum entre governo e setor privado pela sustentabilidade. Participaram o presidente do Banco Nacional para o Desenvolvimento (BNDES), Luciano Coutinho, e o presidente da Gerdau, Jorge Gerdau, além de CEOs de várias outras empresas.Os temas debatidos foram competitividade e meio ambiente, focado nas oportunidades do ponto de vista das cadeias produtivas; boas práticas do setor privado que podem servir de exemplo e ganharem escala; e desdobramentos da Visão Brasil 2050 para a agenda 2012.
Terça, 05 Junho 2012 19:24
Senado lança revista sobre Rio+20
Sophia GebrimComo parte das comemorações do Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado nesta terça-feria (05/06), a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, participou do lançamento da Revista Em Discussão, editada pela Secretaria Especial de Comunicação Social do Senado. A publicação trata da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio +20). O ato ocorreu durante audiência pública na Comissão de Meio Ambiente do Senado. Participaram do evento o presidente da Comissão, senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), o diretor da Secretaria de Comunicação do Senado Federal, Fernando Cesar Mesquita e diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Achim Steiner.A ministra destacou a relevância da publicação elaborada especialmente para a Rio+20, que acontece de 13 a 22 de junho, no Rio de Janeiro e a importância dos debates, que marcam essa que é a principal conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) dos últimos anos. "Durante a conferência, que reunirá representantes da sociedade e governo de todo o mundo, buscaremos quais avanços podem ser alcançados no meio ambiente e desenvolvimento sustentável e quais ações necessárias, a curto e longo prazo, para alcançar essas metas", destacou Izabella.As celebrações em todo o planeta do Dia Mundial do Meio Ambiente foram ressaltadas pelo diretor-executivo do Pnuma, Achim Steiner. "Este ano temos uma comemoração especial, com os debates globais da Rio+20 e com o lançamento dessa publicação, que reflete a participação do governo brasileiro nas discussões da conferência", disse.
Terça, 05 Junho 2012 19:01
Governo lança medidas que ampliam proteção ambiental
Ministra diz que administração federal levará o desenvolvimento sustentável em contratações que representam 16% do PIBLuciene de AssisNa manhã desta terça-feira, 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, o governo federal lançou um conjunto de medidas voltadas ao incremento da preservação do meio ambiente. O anúncio ocorreu no salão nobre do Palácio do Planalto, em cerimônia conduzida pela presidenta Dilma Rousseff, reafirmando os compromissos do Brasil com o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável, a oito dias do início da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20(), evento que terá a participação de 192 países."Estamos sinalizando a importância que tem o meio ambiente para o Governo Federal", declarou a presidenta Dilma Rousseff, ao anunciar a assinatura do decreto que regulamenta o artigo. 3º da Lei nº 8.666, de 1993, e estabelece critérios, práticas e diretrizes para a promoção do desenvolvimento nacional sustentável nas contratações realizadas pela administração pública federal. A iniciativa representa a busca pela eficiência da aquisição na esfera governamental, a partir da adoção de novos comportamentos por parte do setor produtivo e de toda a sua cadeia de valor.A ministra do Meio Ambente, Izabella Teixeira, lembrou que as compras governamentais representam, hoje, um grande impulso para a economia, pois somam cerca de 16% do Produto Interno Bruto (PIB) e têm o poder de transformar mercados e realidades. Basta dizer que, somente em 2010, o governo federal contratou quase R$ 70 bilhões. "O governo brasileiro vai privilegiar dando vantagens comparativas sim, buscando vantagemcomparativa em preços, estimulando as cadeias produtivas para baratear isso", salientou.PROCEDIMENTOSO decreto também cria um comitê interministerial que colocará em prática as mudanças previstas no instrumento legal. Para Izabella Teixeira, o sistema está em teste há dois anos, tempo suficiente para as secretarias de Planejamento e Orçamento dos ministérios se qualificarem. "Há todo um processo de qualificação, de capacitação, de definição de procedimentos para que a gente possa buscar, nos nossos editais, induzir a esse novo patamar", explicou.A pedido da ministra, Dilma assinou o decreto que institui o Comitê da Bacia Hidrográfica (CBH) do Rio Paranapanema, uma área total de 105.921 quilômetros quadrados e localizada entre os estados do Paraná e de São Paulo. A presidenta também assinou decretos relativos à criação da Reserva Biológica Bom Jesus, no Paraná, e do Parque Nacional Furna Feia, no Rio Grande do Norte. Chancelou, também. instrumento que amplia as áreas do Parque Nacional do Descobrimento, na Bahia; da Floresta Nacional Araripe-Apodi, no Ceará; e da Floresta Nacional Goytacazes, no EspíritoSanto.MENSAGENSNa mesma solenidade, Dilma Roussef encaminhou ao Congresso Nacional mensagem fundamentando a necessidade de o Brasil ratificar os termos do Protocolo de Nagoia sobre acesso e repartição de benefícios derivados da utilização de recursos genéticos e/ou aos conhecimentos tradicionais associados. O instrumento foi adotado pela 10ª Conferência das Partes (COP-10) da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) em outubro de 2010, no Japão. Visa a corrigir um desequilíbrio histórico na implementação do terceiro objetivo da CDB, ao oferecer uma plataforma para o combate à biopirataria, para a regulação do comércio internacional de recursos biogenéticos e para a valorização do patrimônio natural de cada país signatário desse acordo.Durante as comemorações pelo Dia Mundial do Meio Ambiente, a presidenta assinou também outra mensagem dirigida aos parlamentares, pedindo a adesão do País à Convenção de Bonn para a conservação de espécies migratórias de animais silvestres. Esta convenção foi firmada em 1980 e visa a conservar e proteger as espécies que migram por via terrestre, marinha ou aérea, atravessando as fronteiras físicas entre os países, tarefa que requer esforços comuns e a efetiva cooperação intergovernamental. "Estamos aderindo ao Protocolo de Nagoia e à Convenção de Bonn", confirmou Dilma Roussef.CONSERVAÇÃOA presidenta assinou, na ocasião, os decretos de criação da Reserva Biológica Bom Jesus, no Paraná, e do Parque Nacional Furna Feia, no Rio Grande do Norte. Adotou também instrumentos legais que ampliam as áreas do Parque Nacional do Descobrimento, na Bahia; da Floresta Nacional Araripe-Apodi, no Ceará; e da Floresta Nacional Goytacazes, no Espírito Santo. "Essas áreas foram doada pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO) e vai possibilitar que sejam feitas tanto pesquisas como uso múltiplo sustentável dos recursos florestais", explicou a ministra.Duas novas Unidades de Conservação (UCs) foram criadas com o objetivo de preservar os ecossistemas existentes. Situada nos municípios de Antonina (PR) e Guaraqueçaba (PR), a Reserva Biológica Bom Jesus engloba 34.179 hectares em uma região remanescente de Mata Atlântica. Nas cidades de Barauna (RN) e Mossoró (RN), o Parque Nacional Furna Feia foi formado numa área de 8.500 hectares, destinados à preservação da caatinga e de cavidades naturais subterrâneas.CONQUISTASDecretos presidenciais também ampliaram as áreas de outros três parques. O Parque Nacional do Descobrimento, em Prado (BA), ganhou mais 1.549 hectares e é, agora, uma unidade de conservação com 22.678 hectares. Com a ampliação, importantes fragmentos de Mata Atlântica foram incorporados ao Parque.À Floresta Nacional Araripe-Apodi foram adicionados 706,77 hectares e a área total passa a ser de 39.333,09 hectares de caatinga, dentro do município de Barbalha (CE). O aumento da área possibilita a realização de pesquisas científicas e o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais. A incorporação foi possível graças à área que a Embrapa doou ao Instituto Chico Mendes.Ao todo, 74 hectares de Mata Atlântica serão somados à Floresta Nacional de Goytacazes, em Linhares (ES), que conta, agora, com um total de 1.424 hectares. A área adicionaltambém foi doada pela Embrapa ao Instituto Chico Mendes, com o objetivo de viabilizar apesquisa científica e o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais ali existentes.BIOMASA ministra Izabella Teixeira lembrou que a criação de novas Unidades de Conservação obedecerá, a partir de agora, a um processo mais democrático, envolvendo negociações mais amplas com todos os setores governamentais para evitar problemas no futuro. "Não vamos mais criar unidades de conservação, como ocorria no passado, sem antes consultar todas as instâncias e todos os envolvidos", disse a ministra. Segundo ela, algumas áreas precisam ser desafetadas, outras englobam municípios inteiros ou estão em locais com conflitos estabelecidos.Para a ministra do Meio Ambiente, é preciso dar atenção a outros biomas menos protegidos, que necessitam ser incluídos em unidades de conservação, como os do Pampa, Pantanal, Caatinga e áreas costeiras, que têm apenas 1,6% de área protegida. "Precisamos ampliar as áreas federais protegidas, estimulando governos estaduais a criar novas áreas; e precisamos resolver todos os conflitos antes de criar novas áreas, ao contrário do que ocorria antigamente, acrescentou.