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Terça, 09 Abril 2013 18:27
Pauta extrativista é fortalecida
Grupo interministerial discute estratégias para levar políticas públicas às comunidades tradicionais residentes em áreas de preservaçãoSOPHIA GEBRIMOs territórios prioritários para a implantação de políticas públicas do governo federal nas comunidades extrativistas estiveram em discussão na 2ª Reunião do Grupo de Trabalho Interministerial (GTI) responsável pela elaboração do Plano de Ação Nacional de Fortalecimento do Extrativismo, encerrada nesta terça-feira (9), na sede do Ministério do Meio Ambiente. “Identificamos que grande parte da população extrativista está concentrada em unidades de conservação da Amazônia e projetos de assentamentos na região Nordeste”, disse a coordenadora do grupo, Larisa Gaivizzo, chefe de gabinete da Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável (SEDR).Durante os trabalhos, foram discutidas ações e medidas de apoio ao Plano, previsto para ser lançado no Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado em 5 de junho. As ações serão pactuadas a partir de parcerias governamentais, de modo que políticas já existentes cheguem aos extrativistas. Entre essas políticas estão o Programa Luz para Todos, o Plano Brasil sem Miséria e o Programa Minha Casa Minha Vida.O Bolsa Verde, programa do Plano Brasil sem Miséria voltado às famílias em situação de extrema pobreza que exercem atividades de conservação ambiental, também é exemplo de ação para o fortalecimento da pauta extrativista. “O Plano será bastante beneficiado pelo Bolsa Verde, já que o público é praticamente o mesmo”, explicou Larisa Gaivizzo. O Bolsa Verde destina R$ 300, pago a cada três meses, a famílias extrativistas e ribeirinhas que vivem em áreas de preservação ambiental. O objetivo é incentivar a conservação dos ecossistemas, promover a cidadania e a geração de renda. SAIBA MAISO Grupo de Trabalho Interministerial responsável pela elaboração do Plano de Ação Nacional de Fortalecimento do Extrativismo foi criado em 8 de fevereiro de 2013. Coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, conta com representantes dos ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Desenvolvimento Agrário (MDA), Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), além do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Terça, 09 Abril 2013 17:32
Mundo discute desertificação
Agenda estratégica brasileira de mitigação dos efeitos da seca será apresentada nesta semana em conferência da ONU realizada na AlemanhaSOPHIA GEBRIMRepresentantes de 192 países reúnem-se na cidade de Bonn, na Alemanha, de hoje (9/4) a sexta-feira, para a 2ª Conferência Científica da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD). O tema em debate é “Avaliação econômica de desertificação, gestão sustentável da terra e resiliência de zonas áridas, semiáridas e subúmidas secas”, com enfoque no refinamento dos indicadores de impacto a serem utilizados para avaliar a direção da mudança na produtividade da terra e meios de subsistência. A agenda estratégica brasileira de mitigação dos efeitos da seca, desafios e atividades já desenvolvidas no país será apresentada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA).O diretor do Departamento de Combate à Desertificação da Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do MMA, Francisco Campello, representa o Brasil no encontro. Ele destaca que os fatores que agravam o processo de degradação de terras, em todo o mundo, são bastante variáveis e decorrem principalmente da forma de atuação do homem sobre os recursos naturais. “Dessa forma, esses processos são agravados pelas questões climáticas nas regiões semiáridas podendo resultar em degradações tão severas que culminam em processos de desertificação”.Conforme ele explica, o Brasil, pela sua dimensão e por ser um país federado, elaborou o seu programa nacional de combate à desertificação com o apoio de ampla participação de representações do governo, universidades e sociedade. “Para uma melhor interlocução foram criadas referências (pontos focais) nos âmbitos estaduais: dos governos, dos parlamentares e da sociedade civil”. Para reverter os agentes causadores dos processos de desertificação, ele aponta o fortalecimento de uma visão agroecológica nos processos produtivos, o uso sustentável dos recursos florestais e uso de tecnologias de eficiência energética.AGENDA ESTRATÉGICAComo parte da agenda estratégica de combate à desertificação no Brasil, o diretor do Ministério do Meio Ambiente (MMA) destaca a articulação com o Congresso Nacional para adequação e aprovação do Projeto de Lei que institui a Política Nacional de Combate à Desertificação. “Também estamos elaborando uma matriz de ações para a segurança alimentar, energética e hídrica no âmbito do combate ao desmatamento e promoção do uso sustentável dos recursos naturais”. Além disso, estão previstas ações de apoio aos 11 estados com áreas susceptíveis à desertificação na implementação de programas estaduais de combate à desertificação e parcerias com os ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Desenvolvimento Agrário (MDA), Integração Nacional, Minas e Energia e Ciência e Tecnologia. Essas ações têm o objetivo de promover o combate à desertificação com inclusão social, desenvolvimento local e sustentabilidade ambiental. Após a 2ª Conferência Científica da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD), ainda na cidade de Bonn (Alemanha), será realizada, de 15 a 19 de abril, a 11ª Sessão do Comitê de Revisão da Implementação da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação - UNCCD (CRIC). Durante três dias, grupos regionais discutirão temas relacionados à agenda da Conferência, de modo que essa pauta regional seja apresentada e votada no último dia do encontro. Mais informações no email Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
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Terça, 09 Abril 2013 17:13
Seminário discute práticas econômicas
Nesta quarta e quinta-feiras, especialistas reúnem-se para trocar experiências sobre diferentes instrumentos econômicos nas políticas ambientaisTINNA OLIVEIRACom o objetivo de estimular a troca de experiências na aplicação de diferentes instrumentos econômicos nas políticas ambientais, o Ministério do Meio Ambiente (MMA), em parceria com o Banco Mundial e a Universidade de Brasília (UnB), reúne especialistas da academia e do setor público para discutir as melhores práticas sobre o tema.O Seminário Instrumentos Econômicos nas Políticas Ambientais, promovido pelo Programa Nacional do Meio Ambiente e o Departamento de Produção e Consumo Sustentáveis do MMA, acontecerá nos dias 10 e 11, em Brasília. A expectativa com o encontro é gerar uma análise de como tais instrumentos vêm sendo utilizados. Serão debatidos os seguintes temas: incentivos fiscais e creditícios, Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), compensações ambientais, fundos financeiros de meio ambiente e instrumentos econômicos na gestão de Unidades de Conservação.Esses instrumentos econômicos são ferramentas de políticas públicas que permitem que os serviços ambientais sejam utilizados de maneira eficiente. Muitos dos benefícios providos pelos ecossistemas e pela biodiversidade não são considerados nas decisões econômicas. Os serviços ambientais acabam não tendo seu valor econômico captado pelo mercado, por isso a importância deste debate. AÇÕESJá existem algumas iniciativas do governo federal, estados e municípios neste sentido. Por exemplo, os programas “Bolsa Verde” e “Produtor de Água”, da Agência Nacional de Águas (ANA). O programa Bolsa Verde, do MMA, prevê o repasse trimestral de R$ 300 às famílias em situação de extrema pobreza que desenvolvam atividades de uso sustentável dos recursos naturais e de manutenção da cobertura vegetal. Já o programa “Produtor de Água” tem como foco o estímulo à política de Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA) voltados à proteção hídrica do Brasil. Além disso, o Banco Central, por meio da Resolução 3545/2008, estabeleceu a exigência de documentos que comprovem a regularidade ambiental para fins de financiamento agropecuário na região Amazônica.SERVIÇOSeminário “Instrumentos Econômicos nas Políticas Ambientais”Data: abertura nesta quarta-feira (10/04), às 9hLocal: Mercure Hotel, SHN – Quadra 05 – Bl. G (próximo ao Brasília Shopping)Mais informações sobre o seminário aqui
Segunda, 08 Abril 2013 18:43
Camarão em fase reprodutiva
Pesca do crustáceo está suspensa até 15 de maio. Descumprimento resulta em multa que pode variar de R$ 700 a R$ 100 mil, de acordo com a Lei de Crimes ambientaisDA REDAÇÃOEstá proibida, até 15 de maio de 2013, a pesca do camarão rosa, camarão sete-barbas e camarão branco na área compreendida entre os estados de Pernambuco, Alagoas, Sergipe e municípios de Mata de São João e Camaçari na Bahia. De acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), esta é a primeira fase do defeso do camarão e destina-se à proteção dos crustáceos jovens, em fase de reprodução (recrutamento e desova).Neste período, estão proibidas as atividades de captura com qualquer petrecho de pesca, conservação, beneficiamento, comercialização ou industrialização de camarão. O descumprimento da proibição sujeita os infratores às penalidades previstas na Lei nº 9.605/98 (Lei de Crimes Ambientais) e no Decreto nº 6.514/2008. A multa para este crime varia de R$ 700 a R$ 100 mil, acrescida de R$ 20 por quilo do pescado apreendido, culminando com a perda da embarcação, dos petrechos de pesca, do produto e, ainda, com o cancelamento da licença de pesca, além de os infratores serem responsabilizados em processo criminal, a pedido do Ministério Púbico Federal.
Segunda, 08 Abril 2013 16:10
Apoio a projetos na Amazônia
Estão abertas três chamadas de apoio a atividades sustentáveis desenvolvidas por associações, cooperativas, extrativistas e agentes de extensão ruralASCOM/ SFBO Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal (FNDF), gerido pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB), e o Fundo Clima, gerido pelo Ministério do Meio Ambiente, abriram em parceria três chamadas de projetos para apoiar atividades sustentáveis na Amazônia. Serão empregados até R$ 2 milhões para o fomento dessas ações. O prazo termina em 5 de maio.A primeira chamada é voltada para associações e cooperativas comunitárias que queiram receber capacitação e assessoria para gerir seus empreendimentos florestais. Podem concorrer interessados do Amapá, Amazonas, Pará e Rondônia.O gerente de Fomento e Capacitação do SFB, João Paulo Sotero, explica que o intuito é contribuir para a melhoria dos processos e amadurecimento dos negócios florestais. "O empreendimento mais organizado tende a gerar mais benefícios sociais, econômicos e a manter a floresta em pé. Fortalecer os empreendimentos florestais comunitários é fortalecer o uso sustentável da floresta”, afirma.PRODUTOS DA AMAZÔNIAExtrativistas situados em unidades de conservação federais que comercializem produtos florestais – seja madeira ou produtos não madeireiros como açaí, castanha, copaíba ou andiroba – são o foco da segunda chamada de projetos. Serão apoiados projetos no Amazonas e no Pará por um período de até 24 meses. “Entre outras ações, será elaborado um plano de negócios participativo, e prestada assessoria para acesso a políticas de compras públicas e formalização de contratos de comercialização”, afirma a gerente de Florestas Comunitárias do SFB, Elisangela Sanches Januário.MANEJO FLORESTALA terceira chamada de projetos é destinada aos agentes de assistência técnica e extensão rural de instituições públicas ou privadas sem fins lucrativos, com interesse na formação profissional relacionada ao manejo florestal para atuação na Amazônia. Será oferecida uma capacitação de 160 horas que incluirá temas como organização social para o manejo florestal; manejo florestal madeireiro e não madeireiro, e acesso a crédito.O coordenador do FNDF, Fábio Chicuta, ressalta que o fomento acontece em duas etapas. "Na primeira, o SFB busca caracterizar a demanda dos beneficiários por meio das chamadas. Na etapa seguinte, o órgão realiza licitação pública para contratar instituições especializadas em cada tema, que irão executar os serviços àqueles que tiveram seus projetos selecionados", diz.O FNDF tem a missão de fomentar o desenvolvimento de atividades florestais sustentáveis e promover a inovação tecnológica no setor. Foi regulamentado em 2010 e, desde então, apoia, individualmente e em conjunto com o Fundo Clima, 98 projetos nos biomas Mata Atlântica, Amazônia e Caatinga.Acesse as Chamadas e outras informações aqui.
Segunda, 08 Abril 2013 15:41
Salas Verdes: últimos dias para inscrição
Prazo do edital que selecionará 100 novos locais se encerra no próximo dia 15. Podem participar instituições públicas ou privadas que desenvolvam atividades educativasTINNA OLIVEIRACom a proposta de ampliar a atuação das Salas Verdes, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) selecionará 100 novos centros de referência para o desenvolvimento de práticas em educação ambiental. As inscrições se encerram em 15 de abril. Podem participar instituições públicas ou privadas que já desenvolvem atividades relacionadas ao tema. “A principal vantagem do projeto Sala Verde é o estabelecimento de um espaço de referência socioambiental que permite engajamento social, promoção de debates e grupos de pesquisa e estudo relacionados a essa temática”, destaca Nilo Diniz, diretor do Departamento de Educação Ambiental (DEA), da Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental (SAIC). Atualmente com 300 unidades certificadas em todo o país, o MMA oferece apoio institucional, com disponibilização de publicações e materiais. O projeto selecionado terá a chancela do Ministério do Meio Ambiente de que está de acordo com as diretrizes e os objetivos da Política e do Programa Nacional de Educação Ambiental.Para participar, a instituição deve elaborar um Projeto Político Pedagógico, que consiste em documento que estabelece proposta de ação pedagógica e social para o espaço Sala Verde. Além disso, para ser uma Sala Verde é preciso dispor de uma infraestrutura mínima composta por cadeiras, mesas e estantes. Também existem salas que desenvolvem seus projetos de forma itinerante, utilizando a estrutura de ônibus, trens, barcos ou caminhões.A proposta deve contar com uma equipe de, no mínimo, duas pessoas. Uma delas será responsável por catalogar e manter em ordem o acervo de livros; a outra coordenará, acompanhará e avaliará a implantação do Projeto Político Pedagógico. Vale ressaltar que não é necessário que a Sala Verde disponha, inicialmente, de outros recursos além do pessoal e da infraestrutura mínima. Os equipamentos adicionais, tais como computadores e projetores, podem ser adquiridos e incorporados ao patrimônio.ACESSO À INFORMAÇÃOCada Sala Verde é única. Não há um padrão pré-definido ou um formato modelo para a unidade. A instituição deve configurá-la considerando a identidade institucional e o público com que trabalha. Em geral, os espaços disponibilizam publicações e materiais. São criados para ser um ambiente de encontro, reflexão e construção da ação socioambiental. As atividades desenvolvidas se propõem a contribuir e estimular a discussão crítica, a organização e o pacto social, o fortalecimento de identidades grupais e do processo de construção de sociedades sustentáveis.O projeto teve início no final dos anos 1990, sendo consolidado em 2003, por demanda espontânea de instituições que buscavam, no MMA, publicações que subsidiassem suas ações de educação ambiental. Em 2010, o formato mudou e o Ministério optou por lançar um manual de apoio institucional para chancelar as instituições que já possuem espaço físico, equipamentos e materiais.Para participar, acesse o edital aqui.
Sexta, 05 Abril 2013 18:14
Parceria pela preservação da vida
Brasil e Noruega trocam experiências para proteção e resposta contra derramamento de óleo no marLUCIENE DE ASSISO Ministério do Meio Ambiente (MMA) realizará, de 8 a 10 de abril, no Auditório da Agência Nacional do Petróleo (ANP), no Rio de Janeiro, seminário sobre Regulação da Indústria de Petróleo Nacional. O evento faz parte das ações de implementação do acordo de cooperação bilateral entre os governos do Brasil e da Noruega, que visa, entre outros objetivos, prevenir e estabelecer ações imediatas em caso de acidentes envolvendo derramamento de óleo no mar. O Brasil assinou com a Noruega, em 2008, o Memorando de Entendimento para Cooperação sobre temas vinculados à luta contra a mudança do clima, proteção da biodiversidade e promoção do desenvolvimento sustentável. Segundo o coordenador para Assuntos Bilaterais e Regionais da Assessoria de Assuntos Internacionais do MMA, Júlio César Baena, o Memorando “representa um marco importante para o estabelecimento de um diálogo político abrangente e ajuda a estreitar a cooperação para redução das emissões de gases de efeito estufa decorrentes do desmatamento e da degradação florestal, bem como para o desenvolvimento, aplicação e transferência de tecnologias limpas voltadas ao desenvolvimento sustentável”.O diálogo entre os dois países sobre o meio ambiente do Brasil e da Noruega prevê, ainda, troca de experiências em gestão integrada do ambiente marinho e da regulamentação do setor de petróleo e gás. O acordo também permitirá a capacitação técnica, por meio de oficinas e treinamentos, a partir das competências e necessidades dos dois países, no que se refere às mudanças do clima, conservação e uso sustentável da biodiversidade e controle de substâncias químicas, além de envolver negociações relativas às convenções internacionais de que ambos os países são signatários.
Sexta, 05 Abril 2013 17:15
Via Campesina adere ao CAR
Assinatura de acordos fortalecerá atividades no campoSOPHIA GEBRIMA agricultura camponesa é a mais nova parceria do Ministério do Meio Ambiente (MMA) na implantação do Cadastro Ambiental Rural (CAR). Na tarde desta sexta-feira (5/4), a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, esteve no município capixaba de Nova Venécia (250km da capital, Vitória) para assinatura de Acordo de Cooperação Técnica entre o Ministério do Meio Ambiente e duas entidades representativas, ligadas à Via Campesina: o Instituto de Direitos Humanos 17 de Abril e a Associação Nacional da Agricultura Camponesa.A assinatura do Acordo, que aconteceu no Lions Clube de Nova Venécia, contou, ainda, com a presença do vice-governador do estado do Espírito Santo, Givaldo Vieira, da senadora Ana Rita, da deputada federal Iriny Lopes, do presidente do Incra Carlos Guedes, do prefeito de Nova Venécia Mario Sérgio Lubiana, do representante do Espírito Santo na liderança do Movimento dos Pequenos Agricutores (MPA) e que também faz parte da Via Campesina, Raul Krauser, além de representantes de diversas entidades ligadas aos movimentos sociais do campo.“O fortalecimento do CAR no Espírito Santo nasce aqui, especialmente com o apoio dos agricultores camponeses da região em assentamentos que produzem, preservam e geram renda”, destacou a ministra Izabella. Ela apontou, ainda, a importância de juntos, governo e sociedade, lutarem por uma reforma agrária digna, com políticas ambientais sólidas. Na avaliação da ministra do Meio Ambiente, “se não resolvermos o problema da terra, não conseguiremos preservar o meio ambiente e não será possível avançar com politicas públicas inclusivas”.INTEGRAÇÃOAo explicar o Cadastro Ambiental Rural (CAR), Izabella Teixeira destacou o papel do CAR como registro público eletrônico de informações ambientais, além da sua obrigatoriedade para mais de 5,4 milhões de propriedades rurais em todo o país. Segundo a ministra, “por meio dessa ferramenta, conseguiremos integrar os dados ambientais das propriedade”.Também por meio do cadastro será possível compor uma ampla base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico, e combate ao desmatamento. O cadastro consiste no georreferenciamento do perímetro do imóvel, dos remanescentes de vegetação nativa, das áreas de preservação permanente, de reserva legal, de uso restrito e das áreas consolidadas.CAMPONESESO representante do Espírito Santo na liderança do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), que também faz parte da Via Campesina, Raul Krauser, falou em nome das duas entidades que assinaram a parceria com o Ministério do Meio Ambiente (MMA) para implantação do CAR. De acordo com Krauser, “nós, os camponeses, queremos continuar a produzir alimentos saudáveis para o povo brasileiro”. Para ele, nada pode impedir o camponês de exercer seu ofício, mostrando preocupação com pulverizações aéreas de agriculturas em áreas próximas a assentamentos e uso excessivo de agrotóxicos.Raul Krauser também relatou a satisfação do movimento na parceria com o MMA para implantação do CAR e destacou o comprometimento dos movimentos sociais com a regularização de imóveis rurais. “No Espírito Santo e em todo o Brasil vamos auxiliar na implantação do cadastro no que for possível, pois somos parceiros do ministério nesse processo, que será uma porta de abertura para uma série de políticas públicas a favor do camponês”.PARCERIAO Cadastro Ambiental Rural (CAR) está sendo implantado em todo o país, a partir de uma gestão compartilhada e inovadora, envolvendo órgãos federais, estaduais, municipais, organizações não governamentais, instituições financeiras e, diretamente, entidades representativas dos agricultores de todo o país.As entidades que firmaram o Acordo de Cooperação com o Ministério do Meio Ambiente, nesta sexta-feira, fazem parte da Via Campesina e comprometem-se a implementar ações de sensibilização e informação dos produtores rurais sobre o CAR e a regularização ambiental de imóveis rurais. O Instituto de Direitos Humanos 17 de Abril é uma entidade ligada ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). E um de seus objetivos é a defesa e preservação do meio ambiente, além da promoção do desenvolvimento sustentável.A Associação Nacional da Agricultura Camponesa é coordenada pelo movimento de pequenos agricultores, formado por milhares de grupos de famílias camponesas. Seu principal objetivo é a produção de alimentos saudáveis.SAIBA MAISO CAR foi instituído pela Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012, e regulamentado pelo Decreto nº 7.830, de 17 de outubro de 2012 (Nova Lei Florestal), que tornam o Cadastro Ambiental Rural obrigatório para todos os imóveis rurais. O Cadastro será feito via internet, por meio do Sistema de Cadastro Ambiental Rural (SiCAR) ou nos órgãos estaduais e municipais de meio ambiente.Durante o cadastramento, o produtor deverá indicar a localização georreferenciada da propriedade, perímetro, áreas de vegetação nativa, Áreas de Preservação Permanente (APP), de Reserva Legal (RL) e de uso restrito. A partir daí, o CAR irá operar como uma base de dados, com integração de informações ambientais das propriedades e posses rurais, com diversas aplicações, tanto para o controle e monitoramento do desmatamento, como para planejamento ambiental e econômico dos imóveis.PRAZOO prazo para aderir ao CAR será de apenas um ano, renovável por igual período, a contar da data de publicação de lançamento do CAR, que ocorrerá por meio da edição de instrumento normativo do Ministério do Meio Ambiente. O lançamento do Cadastro Ambiental Rural, em âmbito nacional, dependerá da conclusão da fase de testes do módulo de inscrição e gestão do SiCAR. Além disso, será realizada articulação pelo Ministério do Meio Ambiente junto às unidades da Federação, por meio da Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente (Abema), no sentido de definir a data em que os estados possam iniciar as atividades relacionadas ao cadastro. Este lançamento ocorrerá por ato administrativo da Ministra do Meio Ambiente.
Sexta, 05 Abril 2013 15:26
Terra dentro da lei
Grupo interministerial definirá estratégias para a regularização dos terrenos remanescentes dos quilombos espalhados pelo Brasil LUCAS TOLENTINO As áreas quilombolas do país passarão pelo processo de legalização conforme o que estabelece a nova Lei Florestal. Foi publicada, nessa quarta-feira (03/04), a Portaria Interministerial nº 98/2013, que cria o Grupo de Trabalho Interministerial (GTI) encarregado de definir estratégias para a regularização dos terrenos remanescentes dos quilombos espalhados pelo Brasil. O objetivo é incluir os territórios no processo de Cadastro Ambiental Rural (CAR) e instituir o Plano Nacional de Gestão Territorial Ambiental para essas áreas. O Ministério do Meio Ambiente (MMA) é responsável pela convocação das reuniões e o prazo para a conclusão dos trabalhos é de três meses, prorrogável pelo mesmo período, a contar da data do primeiro encontro dos integrantes do GTI. O MMA coordena o grupo, que tem, também, a participação do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e dos Institutos Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Participarão somente as comunidades reconhecidas e certificadas pela Fundação Cultural Palmares com base na legislação vigente. De acordo com a Portaria, são considerados remanescentes dos quilombos os grupos étnico-raciais com trajetória histórica própria e de relações “territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida”. Durante o processo, esse grupos terão de ser consultados pelos representantes do GTI.
Sexta, 05 Abril 2013 14:59
Exemplo para o país
Izabella Teixeira visita assentamento modelo de agricultura sustentável em Nova Venécia, a 250 km de Vitória (ES). Prática deve ser replicada em outras regiões SOPHIA GEBRIM Nascentes preservadas, hortas orgânicas e lavouras integradas com áreas de Reserva Legal são experiências desenvolvidas no assentamento Córrego Alegre, localizado a 3 km do município de Nova Venécia, no Espírito Santo, que deram certo e o Ministério do Meio Ambiente quer conhecer para replicar em outras regiões. Na manhã desta sexta-feira (05/04), a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, visitou o assentamento e as atividades sustentáveis desenvolvidas no local, onde hoje vivem cerca de 16 famílias com 100 produtores camponeses. Além da ministra do Meio Ambiente, participaram da visita ao assentamento o vice-governador do estado do Espírito Santo, Givaldo Vieira, a senadora Ana Rita, a deputada federal Iriny Lopes, o presidente do Incra, Carlos Guedes, o prefeito de Nova Venécia, Mario Sérgio Lubiana, o presidente e o vice-presidente da Associação de Pequenos Produtores do Assentamento Córrego Alegre, Aroldo Nascimento e Juraci Quintino, além de representantes do Movimento dos Sem Terra (MST) e Via Campesina. PRESERVAR PARA PRODUZIR “Tudo o que é produzido aqui é feito a partir de uma agricultura simples e sem o uso excessivo de produtos químicos e agrotóxicos”, explicou o presidente do assentamento, Aroldo Nascimento. Ele destaca que além de aumentar a produtividade nas hortas, as práticas sustentáveis elevaram a produção do café da espécie conilon. “Nesta safra, já conseguimos colher cerca de 1 mil sacas de café, tudo com técnicas naturais e sem o uso de mecanização durante a colheita”. Ao conhecer uma das hortas do assentamento, que produz hortaliças orgânicas (sem o uso de agrotóxicos), Izabella Teixeira conversou com os trabalhadores camponeses sobre a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, que está sendo discutida e elaborada por um grupo interministerial. “Podemos replicar essa experiência de sucesso que vem sendo desenvolvida aqui em outros assentamentos, de modo que mais trabalhadores camponeses invistam na produção orgânica”. Essa e outras duas hortas do assentamento produzem hortaliças sem o uso de agrotóxicos e já são comercializadas com o selo de Produtos Orgânicos do governo federal, concedido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária a Abastecimento (Mapa). A produção é comercializada em feiras de produtores e em um mercado orgânico localizado nas proximidades da cidade de Nova Venécia. ÁGUA PURAUma nascente de água totalmente preservada, entre lavouras, hortas e com uma extensa área de Reserva Legal, foi apontada por Izabella Teixeira como diferencial do assentamento. A ministra explica que essa espécie de “corredor ecológico”, com fartura de água entre as plantações, garante a riqueza e qualidade da produção. “O assentamento deve fazer o possível e o impossível para manter essa área preservada”, recomendou Izabella. Ela comenta que, com orientações da Agência Nacional de Águas (ANA) e do órgão estadual de Meio Ambiente, será possível elaborar estratégias para manter a área preservada. “Com o apoio desses órgãos estaduais e federais vocês podem manter por muitos e muitos anos essa nascente pura, limpa e preservada”. Por fim, como parte da visita, a ministra conheceu uma represa do córrego que abastece o assentamento e serve para irrigação, que está sendo contaminado pelo esgoto da cidade de Nova Venécia. “Vamos providenciar estudos de impacto ambiental para verificar o nível de contaminação, mas, antes disso, os assentados já podem iniciar um trabalho de limpeza com ações simples”, orientou Izabella. A ministra afirma que, com a limpeza da espuma que se forma próximo à água e com pequenas barreiras para a poluição não espalhar para níveis mais extensos de água, é recomendável para um tratamento inicial da água. O vice-prefeito de Nova Venécia, Mario Sérgio Lubiana, reforçou o compromisso da prefeitura com o assentamento para a construção de uma estação de tratamento no córrego. “Semana passada firmamos um acordo com investimento de mais de R$ 17 milhões em tratamento de água e esgoto para toda a cidade, e, numa segunda etapa desse projeto, queremos incluir essa área do assentamento Córrego Alegre no projeto de melhoria”. Para ele, tais ações garantirão a preservação de todas as áreas de nascente e córrego, além de assegurar as atividades econômicas em toda a região. COMPROMISSO DE TODOS O presidente e o vice-presidente da Associação de Pequenos Produtores do Assentamento Córrego Alegre, Aroldo Nascimento e Juraci Quintino, mostraram que o compromisso das 16 famílias que vivem no assentamento está totalmente firmado em bases ambientais, sendo a preocupação de todos a preservação do meio ambiente onde vivem. “Uma das coisas mais importantes que vemos por aqui é a preocupação de todos com o ambiente onde moramos, pois sabemos que a nossa produção somente é possível com práticas sustentáveis”, disse Aroldo Nascimento. A representatividade do papel das mulheres no assentamento Córrego Alegre foi destacada pela camponesa Ironete Gazoli. Ela conta que as mulheres trabalham desde a organização da casa até na lavoura de café e nas hortas. “É muito gratificante a gente ver que o nosso trabalho de anos é reconhecido”, disse Ironete. Ela conta que a produção e a preservação são exemplares e muitos chegam a compará-las às de grandes fazendas. A camponesa conta que toda a produção do assentamento, que é principalmente de café e hortaliças, é comercializada de diversas formas, de modo a garantir renda às 16 famílias que vivem na região. “Comercializamos nas feiras livres da cidade, lojas de orgânicos, e na cidade vendemos de porta em porta”. Até as crianças estão envolvidas com o compromisso ambiental no assentamento. Daniel Fonseca, 9 anos, e Mateus Nascimento, 6 anos, contam que os pais trabalham em hortas e com a produção de café. E, desde pequenos, eles já sabem da importância de preservar para produzir melhor. “Desde criança estamos aprendendo, pelo que os nossos pais fazem, de não jogar lixo na água e de comer legumes produzidos sem agrotóxicos. Sabemos que isso faz bem para as pessoas”, disseram. Galeria de Imagens