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Serviços ecossistêmicos nos negócios

O setor empresarial no Brasil está cada vez mais integrando a gestão da sustentabilidade em suas estratégias de negócio e enfrentando o desafio de conciliar padrões de produção competitivos com um bom desempenho social e ambiental. O reconhecimento de que é possível manter a competitividade das empresas ao mesmo tempo que se garantem princípios de sustentabilidade tem levado o setor a buscar abordagens e metodologias para avaliar os riscos e as oportunidades associadas ao meio-ambiente e ao capital natural, muitas vezes invisíveis na sua contabilidade tradicional.
 
São várias as iniciativas que foram ou estão sendo implementadas por parcerias do setor empresarial e/ou por instituições de pesquisa para colaborar com o trabalho de valoração e integração dos serviços ecossistêmicos (SE) no planejamento e em atividades do setor empresarial. Entre 2011 e 2014 foi desenvolvido o Projeto “TEEB para o Setor de Negócios Brasileiro” pela Conservação Internacional (CI), com apoio do Centro de Monitoramento da Conservação Mundial do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP-WCMC) e da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Seu principal objetivo foi revelar e destacar os benefícios econômicos de iniciativas empresariais que favoreçam a conservação da biodiversidade e a manutenção dos serviços ecossistêmicos, uma vez que todos os empreendimentos dependem em algum grau da prestação de SE (energia, água, matérias-primas, clima estável, fertilidade do solo, polinizadores, etc.).
 
Outro exemplo de iniciativa é a “Parceria Empresarial pelos Serviços Ecossistêmicos – PESE”, que buscou capacitar as empresas para utilização da Ecosystem Services Review (ESR), ferramenta que avalia o impacto e a dependência da atividade produtiva sobre os recursos naturais (água doce, madeira, clima, alimento, medicamentos e outros). A iniciativa “Tendências Empresariais em Serviços Ecossistêmicos – TeSE”, criada pelo GVces em 2013, da qual o Projeto “TEEB Regional-Local”, da Cooperação Brasil-Alemanha, é parceiro desde 2014, é outro exemplo. Criada com o objetivo de desenvolver estratégias e ferramentas destinadas à gestão empresarial de impactos, dependências, riscos e oportunidades relacionados a serviços ecossistêmicos, a iniciativa busca contribuir para a mensuração, relato e verificação de SE.
 
O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) é membro da Natural Capital Coalition, uma colaboração mundial única e multipartidária que reúne cerca de 250 organizações líderes mundiais, iniciativas e organizações que possuem uma visão compartilhada de um mundo onde o negócio conserva e melhora o capital natural. O CEBDS atua em seus grupos focais de trabalho e acompanhou todo o processo de elaboração do Protocolo de Capital Natural junto ao World Business Council for Sustainable Development (WBCSD). A Iniciativa Brasileira de Negócios e Biodiversidade (IBNBio), formada pela CNI, CEBDS e Instituto Life, tem como objetivo funcionar como um canal direto entre o setor empresarial brasileiro e a CDB, promovendo a cooperação e o engajamento do setor empresarial brasileiro no âmbito internacional. A Iniciativa representa o setor produtivo brasileiro na Plataforma Global de Negócios e Biodiversidade da CDB. 
 
Com relação ao setor financeiro, o ano de 2015 assinalou a primeira participação da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) numa conferência do clima (COP 21 em Paris), o que é um indicador de que os bancos brasileiros estão despertando para o engajamento na proposição de negócios para mitigação e adaptação às mudanças climáticas e nas oportunidades que esse novo mercado vai trazer para o Brasil. Nessa conferência a Febraban evidenciou que os dez maiores bancos do país tinham, até ao final de 2014, quase 10% (US$ 65 bilhões) da carteira de crédito corporativo destinados a setores da economia verde, além de evidenciar o engajamento dos bancos em contribuir com a implementação das políticas governamentais, nomeadamente o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e o Plano ABC e a ampliação do mercado dos "green bonds", títulos de dívida de destinação específica na área ambiental.
 
Também foram apresentadas ações relativas à concessão de crédito, nomeadamente procedimentos de gestão de riscos socioambientais praticados pelas instituições financeiras, com a inclusão, nos contratos de financiamento, de dispositivos obrigando tomadores de empréstimos a adotar boas práticas trabalhistas e ambientais para ter direito a crédito.
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