|
Projeto PDA 170-MA |
|
O palmiteiro juçara (Euterpe edulis Martius) é uma palmeira nativa do Domínio da Mata Atlântica do Brasil. O potencial ecológico da espécie, com intensa interação com a fauna, indica que o palmiteiro é uma espécie estratégica para a manutenção da dinâmica dos ecossistemas, bem como para a retomada da dinâmica em áreas de formação secundária, geralmente degradadas pelo extrativismo. A abundância da espécie no Vale do Ribeira, a grande demanda pelo produto pelos centros urbanos próximos à região e a facilidade inicial de exploração e processamento, ofereceu suporte para a exploração ilegal e predatória do palmiteiro na região. A gravidade problema fez com que a Secretaria Estadual de Meio Ambiente de São Paulo colocasse palmiteiro na lista oficial das espécies da flora do Estado de São Paulo ameaçadas de extinção. A falta de alternativas econômicas para as comunidades quilombolas do Vale do Ribeira, que guardam privilegiada relação - tanto geográfica como cultural com a floresta, levam suas populações a se sujeitarem ainda mais à atividade clandestina do palmito. Além dos aspectos ambientais, a exploração clandestina do palmito é uma situação que gera vários conflitos, envolvendo a população quilombola, extratores, Unidades de Conservação e o aparato oficial de fiscalização, implicando em roubos, violência e corrupção, num contexto onde as populações quilombolas arcam com o ônus da marginalidade e de processos de ordem administrativa, criminal e penal. A questão do palmito se configura, dessa forma, como um dos principais problemas socioambientais nas comunidades quilombolas do Vale do Ribeira. A idéia do 'Programa Regional de Recuperação do Palmiteiro Juçara das Comunidades Quilombolas', objetivo central do presente projeto, parte dos resultados positivos obtidos nas ações de conservação e recuperação do palmiteiro realizadas no quilombo de Ivaporunduva, pelo Instituto Socioambiental e a associação quilombola, através do primeiro projeto PDA. Parte ainda do interesse e demanda de outras comunidades da região para o desenvolvimento de iniciativas semelhantes em seus territórios, o que já vem sendo amplamente discutido entre o ISA e conjunto das comunidades. Dessa forma, o Programa será implementado a partir da disseminação das ações e experiências de Ivaporunduva para os demais quilombos, efetivando-se um trabalho em nível regional junto a dezessete comunidades, que abrigam cerca de 700 famílias. Sociedade Civil dos Bombeiros Voluntários SCBV-ST |