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Notícias

Terça, 19 Junho 2012 21:56

Bachelet e o desafio de gênero

A agenda das mulheres foi tema de evento promovido no Riocentro na programação paralela da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável.Camilla ValadaresDurante o evento "O Futuro que as Mulheres Querem – Equidade de Gênero e Empoderamento das Mulheres para o Desenvolvimento Sustentável", a ex-presidenta do Chile Michelle Bachelet falou hoje que o mundo ainda enfrenta o desafio da inclusão da mulher. Para ela, ainda é preciso avançar na garantia do acesso aos direitos básicos, mas também à tecnologia e condições mais igualitárias em relação aos homens. O evento foi promovido pela ONU Mulheres na tenda de eventos da sociedade civil no Riocentro, Rio de Janeiro – RJ, como parte da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20).A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira também participou do evento e destacou que a agenda da pasta tem forte presença de iniciativas para promoção da equidade de gênero. Em relação à agenda de negociações da Rio+20, a ministra declarou que "temos que ter uma dupla jornada de esforços: manter as conquistas e avançar em novos desafios".O Ministério do Meio Ambiente, por meio de sua Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental (SAIC) tem promovido ações para o fortalecimento da agenda socioambiental contemplando as questões de gênero. Entre as iniciativas está a capacitação de mulheres sobre sustentabilidade para incidência nas mudanças nos padrões de consumo – um dos compromissos firmados pelas nações para a implementação do desenvolvimento sustentável.
Terça, 19 Junho 2012 21:52

Cerrado ganha 8,5 milhões de euros

Recursos doados pelo governo alemão serão destinados para prevenção e combate aos incêndios florestais e queimadas irregulares no JalapãoAlethea MunizA prevenção, o controle e o monitoramento das queimadas irregulares e de incêndios florestais no cerrado receberão um reforço de 8,5 milhões de euros. Os recursos foram doados pelo governo alemão para o projeto Cerrado Jalapão e serão gerenciados pela Caixa Econômica Federal, que executará a parte financeira do projeto, sob a coordenação do Ministério do Meio Ambiente.A parceria foi assinada nesta terça-feira (19/06), no Rio de Janeiro, pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e pelo vice-presidente deFundos de Governo e Loterias da Caixa, Fabio Ferreira Cleto. Desse total, 2,5 milhões de euros serão para cooperação técnica, por meio da agência de cooperação alemã GIZ, e outros 6 milhões para a cooperação financeira, por meio do banco alemão KfW.CAPACITAÇÃOOs recursos serão investidos no aprimoramento da gestão das unidades de conservação que compõem a região do Jalapão, no Tocantins. Entre as prioridades estão a prevenção e combate aos incêndios, a capacitação dos agricultores locais para substituição do uso do fogo na agricultura e manejo de pastagens, além da formação de brigadas de combate aos incêndios.Com esses recursos também serão desenvolvidos dois sistemas: o primeiro será de monitoramento de áreas queimadas; o segundo,de detecção do desmatamento em tempo real, similar ao que existe hoje para a Amazônia (DETER). Eles serão desenvolvidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em parceria com o Instituto do Brasileiro do Meio Ambiente e Recuros Naturais Renováveis (Ibama) IBAMA e com o Instituto Chico Mendes (ICMBio).O projeto foi aprovado na Iniciativa Internacional de Proteção ao Clima 2011 do Ministério Federal do Meio Ambiente, da Proteção da Natureza e da Segurança Nuclear da Alemanha (BMU). A efetivação se dará sob a coordenação do Departamento de Políticas para o Combate ao Desmatamento (DPCD/MMA).QUEIMADASNo bioma cerrado, o fogo é bastante disseminado para o manejo agropecuário no meio rural. No meio urbano é usado "ilegalmente" para limpar o terreno, queimar o lixo e aparas de jardim. Esse uso foi responsável, no ano passado, pelo incêndio ocorrido no Jardim Botânico de Brasília, que queimou mais de 70% da sua área."Esses incêndios resultam em poluição do ar, emissões de gases de efeito estufa, empobrecimento do solo, erosão, morte de animais silvestres, redução da biodiversidade e de espécies da flora nativa", explica o diretor do Departamento de Políticas de Combate ao Desmatamento do MMA, Francisco Oliveira. "Os prejuízos são ainda mais graves quando o incêndio ocorre nas unidades de conservação, anualmente atingidas pelo fogo proveniente das propriedades vizinhas".O cerrado é o segundo maior bioma brasileiro, ocupando uma área de mais de 2 milhões de hectares, aproximadamente 24% do território nacional. A fauna possui cerca de 2,5 mil animais, entre os quais a onça pintada, lobo guará, tamanduá-bandeira, tatu-canastra, veado campeiro e a coruja buraqueira. Mais de 10 mil espécies vegetais já foram identificadas por cientistas. Entre as mais conhecidas está o ipê, angico, jatobá, paineira, canela de ema, buriti, ingá e quaresmeira.
Terça, 19 Junho 2012 21:50

Ministra festeja atuação do Brasil

Documento final da Rio+20 inclui várias contribuições do país, como o fortalecimento do PNUMA, a criação, na ONU, de uma instância de alto nível para tratar de desenvolvimento sustentável e a proteção dos oceanos.Camilla ValadaresA ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou nesta terça-feira (19/06) que boa parte dos pontos defendidos pelo Brasil na agenda de desenvolvimento sustentável está contemplada na versão do que será conhecida como a declaração final da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20). Os negociadores oficiais dos 193 paísesparticipantes do evento fecharam o texto que será a base para a deliberação final dos chefes de Estado, na próxima sexta-feira (22/06).Em coletiva de imprensa, foram anunciados os principais pontos do texto, após um processo marcado por dificuldades de consenso."Recebemos um texto 40% fechado e conseguimos fechar consenso pelos 193 países participantes", declarou o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota.MULTILATERALISMOEntre os temas presentes na declaração final, que também estavam na contribuição brasileira, estão o piso social com critérios de desenvolvimento sustentável, o fortalecimento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a criação de uma instância de alto nível para tratar de desenvolvimento sustentável no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU), os objetivos do desenvolvimento sustentável e a proteção dos oceanos. Os negociadores passaram a madrugada de segunda para terça-feira concluindo o relatório, que hoje possui 49 páginas.Patriota destacou que as negociações representaram uma vitória do multilateralismo e que o Brasil assumiu o papel de liderança comunidade internacionak. A ministra Izabella Teixeira também enfatizou o sucesso dos debates, inclusive por terem sido concluídos no prazo previsto.
Terça, 19 Junho 2012 19:25

Alemanha elogia ação do Brasil

Ministro germânico do Meio Ambiente diz que o governo brasileiro tem se mostrado eficiente nas negociações da Rio+20 e na implantação de políticas para o setor.Lucas TolentinoAs políticas e iniciativas brasileiras para a preservação do meio ambiente se tornaram alvo de elogios do governo alemão. O assunto foi abordado durante o debate "Fundo Verde para o Clima: financiamento do crescimento verde", realizado na tarde desta terça-feira (19/06) no Parque dos Atletas, no Rio de Janeiro. O evento faz parte da programação da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20).O secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Carlos Klink, integrou a mesa de discussões. Na opinião dele, a redução no desmatamento na Amazônia é um dos principais fatores que dão visibilidade ao Brasil. "Alcançar os índices nessa velocidade tem um impacto global enorme e mostra que é possível atingir metas estabelecidas a nível mundial", afirmou.Para o ministro do Meio Ambiente da Alemanha, Peter Altmaier, o governo brasileiro tem se mostrado eficiente nas negociações da Rio+20 e na implantação de políticas para o setor. "Estou bastante otimista com o papel desempenhado pelo Brasil", declarou. "É difícil conciliar os interesses envolvidos na conferência. O importante é discutir o desenvolvimento, o meio ambiente e as mudanças climáticas de maneira integrada."ESTÍMULOO Fundo Verde para o Clima foi estabelicido para estimular o crescimento sustentável em todo o mundo e apoiará a redução de emissões de carbono e outras medidas nos países em desenvolvimento. No entanto, ainda não foi definido de onde virão os recursos que financiarão a iniciativa.De acordo com Carlos Klink, as parcerias público-privadas como principal meio de executar políticas de preservação. "Essa combinação é muito significante", afirmou. "O Brasil é, hoje, perfeitamente capaz de atingir as metas estabelecidas e ter bons resultados no desenvolvimento sustentável."Além de Klink e do ministro alemão, o debate contou ainda com a participação de palestrantes como o presidente do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, Rajendra Pachauri, da Índia, e o ex-ministro de Água e Energia de Ruanda Albert Butare.
Terça, 19 Junho 2012 19:18

Turismo sustentável contra a pobreza

Campanha Passaporte Verde objetiva estimular o viajante a adotar um comportamento de consumo responsável, contribuindo para a conservação da natureza e a valorização da cultura dos destinos visitados.Paulenir ConstâncioUm setor que, a cada ano que passa, aumenta a sua participação no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, o turismo agora está encontrando os caminhos da sustentabilidade . Essa é foi a tônica do evento Inovação Verde no Turismo, realizado nesta terça-feira (19/06) paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), na capital fluminense. Empresários, representantes dos governos estaduais e  municipais e de organismos internacionais debateram os novos rumos da indústria,  que responde por 3,6% de toda a riqueza produzida no País."Estamos trabalhando para que os turistas prefiram os destinos engajados com a sustentabilidade", explicou o secretário deExtrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Paulo Cabral. "Queremos  que  o turismo seja inclusivo,  beneficie  de forma direta  as pessoas que moram nos locais visitados". Para ele, além de produzir divisas, a atividade tem grande potencial para alavancar o desenvolvimento e ao mesmo tempo combater a pobreza.PRIORIDADECabral ressaltou a importância de uma ação capaz de integrar os pequenos produtores locais no mercado do turismo. Segundo ele, esses devem ser os fornecedores prioritários para um turismo sustentável. "É importante promovermos arranjos produtivos locais, que valorizem os produtos das populações destino do turismo", acrescentou.Para o ministro do Turismo, Gastão Vieira, o turista já está repensando seus hábitos e atitudes e valorizando o patrimônio socioambiental nos seus destinos.  Ele ressaltou a importância do Passaporte Verde, campanha lançada no início do mês pelo MMA. Seu objetivo é estimular o turista a adotar um comportamento de consumo responsável, e assim dar a sua contribuição para a conservação da natureza e a valorização da cultura dos destinos visitados, tornando a viagem mais prazerosa e recompensadora tanto para o turista quanto para a comunidade visitada. "O Brasil serve de exemplo para a conscientização ambiental", ressaltou o ministro.
Terça, 19 Junho 2012 18:29

Populações tradicionais na internet

Site dará voz a indígenas, quilombolas, entre outros. Ideia é ampliar conhecimentos e informações e fortalecer debates sobre a implementação da Convenção 169, que garante seus direitos ao desenvolvimento sustentável.Paulenir ConstâncioAs populações tradicionais, indígenas e quilombolas  de todo o país  vão ganhar, nesta quarta-feira (20/06), um portal eletrônico na internet.   Em seu lançamento, o http://www.caa.org.br/ypade  já conta com informações detalhadas  de 30 povos e comunidades, colocadas por seus próprios integrantes e vai permitir o acesso a informações e o conhecimento sobre essas comunidades.O canal vai também facilitar o diálogo para a implementação das consultas prévias, criadas pela Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Ratificado pelo Brasil, o documento assegura os direitos sociais, culturais e econômicos dessas populações em projetos de desenvolvimento que afetem seus territórios.O presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Roberto Vizentin e o secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável, Paulo Guilherme Cabral, participaram das  reuniões da Comissão Nacional de Desenvolvimento Sustentável de Povos e  Comunidades Tradicionais na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20). O evento abre o debate sobre o tipo de consulta prévia a ser implementado pelo estado. DIREITO DE INFLUIR"O governo brasileiro se comprometeu com a OIT a regulamentar o mecanismo de consulta prévia, o que será feito a partir de um amplo debate com as populações envolvidas", informou o secretário. As comunidades reivindicam o direito de influir de forma direta na implantação de projetos de desenvolvimento para garantir a sustentabilidade ambiental, respeito a sua cultura e participação nos resultados econômicos de atividades em seus territórios.A Convenção 169 da OIT, assinada por 143 países, é o único instrumento jurídico internacional de caráter vinculante a tratar especificamente dos direitos dos povos indígenas e tribais. Foi adotada na 76a Conferência Internacional do Trabalho, em 1989,  como resultado de uma revisão de políticas internacionais. A consulta prévia é considerada o principal mecanismo para garantir os direitos de populações e comunidades tradicionais.A Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável de Povos ge Comunidades Tradicionais (PNPCT), decretada em 2007 no Brasil, assegura aos povos e comunidades tradicionais seus direitos territoriais, sociais, ambientais, econômicos e culturais. "O governo se comprometeu com a OIT a regulamentar o processo dos mecanismos de consulta prévia, o que será feito a partir de um amplo debate com as populações envolvidas."
Terça, 19 Junho 2012 16:14

Educação ambiental na Rio+20

Rede planetária será responsável pela continuidade das ações após a conferência da ONU. Entre os desafios, o fortalecimento da relação entre a sociedade civil, o estado e as empresas.Letícia VerdiDurante a II Jornada Internacional de Educação Ambiental, que termina nesta terça-feira (19/06),  foi elaborado o Plano de Ação do Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, que inclui a formação de uma Rede Planetária de Educação Ambiental. "Esta rede terá a função de assegurar a continuidade e a expansão das ações após a Rio+20, especialmente aquelas já previstas no Tratado", afirmou o diretor do Departamento de Educação Ambiental da Secretaria de Articulação Instiucional e Cidadania Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Nilo Diniz, referindo-se à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que se realiza no Rio de Janeiro.Entre os participantes, estão representantes de organizações não governamentais (ONGs) brasileiras e do exterior, governos, empresas e universidades O Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global é resultado da primeira jornada, em 1992, e foi implantado em vários países, incluisive como política pública de governo.DESAFIOAs discussões desta II Jornada na Rio+20 apontaram como desafio o fortalecimento da relação entre a sociedade civil, o estado e as empresas. "Elas devem devem assumir a sua responsabilidade no campo socioambiental", disse Nilo Diniz. "Os governos podem contribuir muito nesta aproximação com o setor empresarial, mantendo um diálogo com educadores, lideranças e demais organizações da sociedade civil, com destaque para aquelas que representam a juventude".A Carta da Terra, a Carta das Responsabilidades Humanas, a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a Declaração da Rio-92 foram os documentos lidos e sobre os quais se basearam as discussões. A intenção, também, é foratelcer o intercâmbio internacional de materiais pedagógicos e a disseminação de políticas públicas permanentes de educação ambiental.A II Jornada tem o apoio e o patrocínio dos ministérios do Meio Ambiente e da Educação e é uma iniciativa da sociedade civil, sob a coordenação da educadora Moema Viezzer, e o apoio de um comitê internacional.No Brasil, em 1999, a Lei 9.795 adotou definições, princípios e diretrizes coerentes com o tratado. Mas, na origem de tudo, está a Declaração da Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental, realizada na cidade de Tbilisi, na Georgia, em 1977.  "O processo educativo deveria ser orientado para a resolução dos problemas concretos do meio ambiente, através de enfoques interdisciplinares e, de participação ativa e responsável de cada indivíduo e da coletividade", defende o documento.
Terça, 19 Junho 2012 14:26

O fortalecimento do multilateralismo

Economia verde, erradicação da pobreza e governança do desenvolvimento sustentável estão na base da discussão na Rio+20, diz a ministra do Meio Ambiente. E comemora avanços obtidos pelo Brasil.Letícia VerdiÉ possível conciliar preservação e desenvolvimento? Esse foi o mote do programa Roda Viva, da TV Cultura de São Paulo, que foi ao ar às 22h desta segunda-feira, 18, tendo como entrevistada a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. A primeira pergunta abordou o documento final que será apresentado aos chefes de estado no primeiro dia da conferência de alto nível na Rio+20, amanhã (20/06). "Está havendo um processo de fortalecimento do multilateralismo, em torno de um paradigma que foi estabelecido na Rio-92. Economia verde, erradicação da pobreza e governança do desenvolvimento sustentável estão na base da discussão" respondeu. "Como fazer o manejo dos recursos naturais sem prejudicar o desenvolvimento, esse é um dos pontos fundamentais".Apresentado pelo jornalista Mario Sergio Conti, o programa contou com cinco entrevistadores: a repórter especial do jornal O Estado de S. Paulo, Marta Salomon; a editora assistente da revista UNESP Ciência, Martha San Juan França; o fundador e diretor da ONG Amigos da Terra – Amazônia Brasileira, Roberto Smeraldi; o editor de Ciência e Saúde do jornal Folha de S. Paulo, Reinaldo Lopes; e o editor de Internacional do jornal Valor Econômico, Humberto Saccomandi.Em seguida, a repórter Marta Salomon questionou por que algumas decisões estão sendo adiadas para 2015. "A Rio+20 é uma conferência de partida. Não é para resolver crises de curto prazo, mas para trabalhar compromissos de longo prazo. 2015 é a data limite para os países em desenvolvimento atingirem os objetivos do milênio", disse Izabella Teixeira.SEM DESCULPAOusadia versus pragmatismo foi a questão seguinte. "Acho que uma coisa não exclui a outra. A presidenta Dilma [Rousseff] falou, no Dia do Meio Ambiente – 5 de junho –, que a crise mundial não é desculpa para os países não assumirem compromissos mais ousados. Na Rio+20, o Brasil acolhe os outros países e tem que ouvir a todos. Então, temos que ser pragmáticos, não vejo contradição. É impossível querer pensar em desenvolvimento econômico sem levar em conta o desenvolvimento sustentável".A jornalista Martha França trouxe uma reflexão sobre o tema meio ambiente parecer não estar integrado às outras pastas do governo. Segundo a ministra, houve uma evolução do tema no âmbito das políticas públicas. "Desde que assumi o Ministério do Meio Ambiente, abrimos 26 agendas bilaterais com outros ministérios. O Programa Bolsa Verde, por exemplo, integra a questão ambiental com a social, ao combater a miséria e incentivar a preservação ambiental junto à população rural", exemplificou a ministra. "Assinei, com o ministro Edson Lobão, de Minas e Energia, o primeiro ato normativo de petróleo e gás. Foram cinco anos de estudos preparatórios para chegar ao texto final. Também no Ministério da Ciência e Tecnologia temos uma agenda que começa a dar frutos. Junto ao Banco Central, também. O desafio é colocar a sustentabilidade no dia a dia de todo tomador de decisão", enfatizou.BELO MONTEQuando a Usina Hidrelétrica de Belo Monte foi citada, a ministra definiu a questão como emblemática. Segundo ela, todas as ações na justiça foram ganhas com base em questões técnicas analisadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), focadas no plano de desenvolvimento regional no Xingu. Sobre o Código Florestal, a ministra destacou o Cadastro Ambiental Rural (CAR), que está sendo feito pelos proprietários rurais e que permite a regularização das áreas de preservação permanente (APPs) e de reserva legal. "O governo analisou a estrutura fundiária do país. Setenta e seis por cento das terras estão nas mãos de menos de 10% dos produtores. O nosso incentivo é junto aos pequenos produtores, que são os que abastecem o país de alimentos. Com o CAR em dia, eles têm acesso ao crédito rural e podem reflorestar as áreas degradadas".IzabellaTeixeira afirmou que há vontade política e que o Brasil está em um novo momento. "A Lei [Código Florestal] é para convencer o produtor de que vale pena preservar. No Paraná, por exemplo, o programa do estado Água Boa oferece assistência técnica para que todos recuperem suas matas ciliares, porque isso aumenta a produtividade".  Sobre a tramitação do Código Florestal no Congresso, a ministra afirmou que o governo vai trabalhar junto a uma comissão mista de senadores e deputados para construir o consenso e não permitir qualquer retrocesso.À metade do programa, o tema foi a pressão do empresariado para novas hidrelétricas. Para Izabella Teixeira, o potencial energético da Amazônia é enorme, mas nem todo ele poderá ser aproveitado. "Vamos debater a eficiência da distribuição da energia. Como é a oportunidade de gerar energia mais barata num sistema baseado em tarifa, como conciliar os usos – esta discussão está na mesa e busca novos modelos", disse. "Se depender do MMA, vamos buscar mais energia renovável e tirar a energia suja. Há um debate sobre as oportunidades em transformar energia eólica e solar em realidade complementar".Questionada sobre a possibilidade de o arquipélago de Abrolhos, na costa da Bahia, virar área de extração de petróleo, a ministra afirmou que, se depender dela, o local continua preservado e sai da rota de exploração. Ainda sobre áreas protegidas, ela afirmou que a intenção é criar áreas de proteção integral no pantanal, no cerrado e na caatinga. "Temos que fazer estudos, minimizar conflitos [com posseiros]", disse.TRANSPORTEQuando o assuntou migrou para a redução de IPI, promovida pelo governo para favorecer a indústria automobilística, a ministra do Meio Ambiente ressaltou que a medida foi emergencial, de curto prazo, tomada no contexto da crise. "Na Rio +20, o debate é de longo prazo, como a questão da melhoria no transporte coletivo". Ela citou, ainda, a renovação da frota de caminhões velhos, que reduziria as emissões de CO2.Segundo a ministra, a questão dos combustíveis verdes, como o etanol (álcool derivado da cana de açúcar) em substituição à gasolina – derivada de combustível fóssil e mais poluente – está sendo discutida na formulação do Plano Nacional de Mudanças de Clima. "Meio ambiente não é da noite para o dia. Existe um tempo para estruturar", acrescentou.Já no final da entrevista, Izabella Teixeira lembrou que "tem muita coisa acontecendo no Brasil, precisamos mostrar. O Brasil tem 60% de cobertura florestal de pé. Mas tem que fazer mais", enfatizou. "Temos que avançar na economia florestal estruturada. O desafio com a pecuária é enorme. Não tem sentido desmatar floresta para criar boi".Nesse momento, ela comemorou a meta divulgada pelo governo do Pará de atingir o desmatamento zero até 2020.  "O que vale é a floresta em pé". E o que cada um pode fazer pelo meio ambiente? – esta foi a última pergunta da rodada. A ministra respondeu: "Uma mudança de comportamento. Consumir melhor. Questionar de onde vem a energia, quanto custa, se tem eficiência. É preciso questionar para mudar o padrão".Após a entrevista, realizada em São Paulo, Izabella Teixeira retornou ao Rio de Janeiro para trabalhar no documento final da Rio+20, que será apresentado aos 130 chefes de estado que chegam à capital carioca nesta quarta-feira (20/06).
Terça, 19 Junho 2012 11:42

Campanha para ajudar a Amazônia

MMA, WWF, Funbio e instituições internacionais firmam acordo, na Rio+20, para financiar o programa de áreas protegidas da região.Cristina ÁvilaO Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o WWF-Brasil reuniram, nesta segunda-feira (18∕06), agências internacionais de financiamento na Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), para a assinatura de acordo multilateral para a captação de US$ 250 milhões, até 2019, e outros US$ 35 milhões nos anos seguintes. O acordo assinado funcionará como campanha global para a arrecadação de recursos, com o objetivo de expandir e consolidar o Programa de Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), que já atua em 15% da região.O Arpa é responsável pelo apoio a 95 unidades de conservação no bioma, que protegem 58 milhões de hectares. "São 22 milhões de pessoas que vivem na Amazônia e que esperam melhor padrão de vida, enfatizou o secretário de Biodiversidade e Florestas, Roberto Cavalcanti. "Não com prédios de ar condicionado, mas com saúde, educação e com preservação ambiental". O secretário enfatizou a necessidade de o programa crescer, em um momento em que o país também cresce e precisa cada vez mais de obras de infraestrutura.SUCESSOO documento chegou já assinado pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, ausente por causa de outro compromisso ligado à Rio+20, e foi firmado pelo Banco Mundial, WWF-Brasil, governo alemão, Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Fundação Gordon and Betty Moore e a empresa Linden Trust for Conservation."O Arpa é um sucesso. Com ele, pudemos trazer criar mais unidades de conservação, aperfeiçoar a sua gestão, ter mais conhecimento sobre a diversidade, reduzir o desmatamento e reduzir também a emissão de gases de efeito estufa", comemorou a secretária geral do WWF-Brasil, Maria Cecília Wey de Brito.
Segunda, 18 Junho 2012 19:17

Ministra elogia competitividade no campo

No Brasil, 80% das propriedades privadas rurais são destinados ao uso sustentável e proteção ao meio ambienteAlethea MunizA ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou, nesta segunda-feira (18/06), que os esforços dos produtores brasileiros para a conservação da natureza e das florestas do país precisam ser reconhecidos nas regras internacionais de mercado."É fácil falar em desmatamento, mas não se reconhece na competividade dos mercados a contribuição global para essa pegada ecológica dos produtores rurais brasileiros", disse a ministra na mesa de abertura do Dia da Agricultura e Desenvolvimento Rural. A quarta edição da celebração anual foi realizada pelo Banco Mundial em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) no Centro de Convenções Sul América, no Rio de Janeiro, paralelo aos debates da Conferência das Nações Unidas para Desenvolvimento Sustentável (Rio+20).USO SUSTENTÁVELAos mais de 600 especialistas de diferentes países reunidos no evento, a ministra afirmou que desconhece outro país como o Brasil, com até 80% das propriedades privadas rurais destinados ao uso sustentável e proteção ao meio ambiente. E ressaltou a importância de regularizar ambientalmente os produtores rurais. "O nosso esforço é para ter o produtor rural dentro da lei, protegendo o meio ambiente e produzindo de maneira sustentável", disse.Uma das estratégias para o desenvolvimento rural é o Cadastro Ambiental Rural (CAR), que é o registro dos imóveis rurais para fins de regularização ambiental das Áreas de Preservação Permanente (APP) e Reserva Legal (RL), perante o Código Florestal. Até o momento já foram regularizados cerca de 60 milhões de hectares no Brasil.Durante o evento, Izabella Teixeira destacou ainda esforço do país para incrementar ainda mais a participação dos biocombustíveis. "É um desafio que precisa ser feito com inclusão social, desenvolvimento regional e com crescimento econômico permanente", disse a ministra.Entre as discussões do Dia da Agricultura e Desenvolvimento Rural estão ainda a redução da pobreza na população rural, segurança alimentar, saúde e nutrição e manejo sustentável dos recursos naturais.
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