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Quinta, 23 Agosto 2012 15:53
Arpa amplia fronteiras
Convênio MMA/Funai levará ações de conservação ambiental do Programa Áreas Protegidas da Amazônia para regiões habitadas por índiosSophia GebrimParceria entre o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e a Fundação Nacional do Índio (Funai) levará ações de conservação ambiental do Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa) para regiões indígenas. A iniciativa foi celebrada nesta quinta-feira (23/08), por meio da publicação do Acordo de Cooperação Técnica MMA/Funai no Diário Oficial da União. O recurso utilizado para a execução da Parceria faz parte das linhas de investimento do Projeto Arpa com o Banco Mundial (US$ 15,9 milhões, equivalentes a R$ 32 milhões) e Banco Alemão KFW (10 milhões de euros, ou R$ 25,4 milhões)."Este acordo torna-se um importante marco para a parceria com a Funai pelo fato de estabelecer uma aliança que dará lugar à realização de atividades sinérgicas e ao melhor alcance das metas entre as instituições envolvidas", destaca a especialista em Cooperação Internacional do Departamento de Áreas Protegidas da Secretaria de Biodiversidade e Florestas do MMA, Carla Navarro. A partir das ações de capacitação técnica previstas no Acordo será possível implantar Planos de Ação dos Povos Indígenas (PPIs) previstos no Programa Arpa.RECURSOS NATURAISFazem parte da cooperação MMA/Funai ações de promoção da subsistência alternativas e compensatórias das atividades restringidas ou proibidas e promoção de tecnologias de uso dos recursos naturais que sejam mais sustentáveis nas terras indígenas. Além de capacitação relacionada à conservação ambiental e ao uso sustentável dos recursos naturais e atividades de proteção conjunta das áreas, incluindo a garantia da permissão do acesso dos povos indígenas a seus lugares sagrados.Outra linha de ação do Acordo é o desenvolvimento da competência gerencial das equipes e de parceiros envolvidos com o planejamento e a gestão das Unidades de Conservação no que diz respeito à sua interação com terras indígenas. "Todas as atividades estarão em conformidade com o Projeto de Gestão Ambiental e Territorial Indígena (Gati), desenvolvido em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), bem como com a implantação da Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas (Pngati)". Para ela, tais ações serão desenvolvidas de forma que as ações do MMA e Funai sejam complementares e sinérgicas.Confira a publicação do Acordo de Cooperação MMA/Funai no Diário Oficial da União
Quinta, 23 Agosto 2012 13:35
Logística reversa cresce
Recolhimento e descarte pelo fabricante do resíduo pós-consumo já são praticados por 60 das 100 maiores empresas do paísAlana Gandra (*)Sessenta das 100 maiores empresas do país já desenvolvem alguma atividade relacionada à operação de logística reversa (prevê o recolhimento e descarte pelo fabricante do resíduo pós-consumo), segundo pesquisa divulgada nesta quarta-feira (22/08) no 18º Fórum Internacional de Logística, no Rio de Janeiro. De acordo com o levantamento, 40% ainda não têm programas com esse objetivo.A pesquisa foi feita pelo Instituto de Logística e Supply Chain (cadeia de fornecimento), que é o Instituto Ilos. A instituição se dedica à geração de conhecimento e soluções em logística e é liderado por Paulo Fleury, professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)."O fato de essas grandes empresas já terem alguma atividade mostra uma predisposição em cumprir o que determina a lei", analisou a consultora do Instituto Ilos e responsável pela pesquisa, Gisela Sousa. De cada dez entrevistados, seis apontaram a lei como principal motivação para implantar a logística reversa.ESTÁGIOS DIFERENTESA consultora ressalvou, porém, que embora a maioria das empresas já desenvolva alguma atividade referente ao recolhimento e descarte de material no pós-consumo, em atendimento à Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), nem todas estão no mesmo estágio. "Estão com alguma atividade, mas não necessariamente é uma atividade muito representativa", disse.Cerca de 70% das consultadas querem gastar, "no máximo", R$ 400 mil por ano para fazer uma operação de logística reversa, revelou Gisela Sousa. Ressaltou que a maior parte das companhias está preocupada com a questão da imagem. Têm a consciência que, atualmente, deixar de fazer alguma coisa associada às áreas ambiental e social pode ter um impacto direto na sua imagem institucional.Segundo ela, muitas empresas veem a questão da sustentabilidade como uma forma de ganhar mercado, além da conscientização em relação à preservação do meio ambiente. "Se você vai olhar para o futuro, não tem como deixar de lado a questão da sustentabilidade, porque isso tem sido cada vez mais relevante para os novos consumidores", acrescentou. Dentro desse contexto, os maiores motivadores para realizar um trabalho de logística reversa de resíduos são a marca e o aumento das vendas.Entre os principais obstáculos apontados pelas empresas para investirem na logística reversa, está o da questão geográfica. Alegam que como o consumidor está espalhado pelo país, isso dificulta um pouco a operação e eleva custos, em razão da baixa escala de transporte. A necessidade de instalação de pontos para a coleta do resíduo foi apontada como barreira por 53% das companhias consultadas. Para 45%, falta mais apoio governamental para a coleta seletiva.(*) Da Agência Brasil
Quarta, 22 Agosto 2012 15:02
Contra o efeito estufa
Governo, iniciativa privada e sociedade civil fazem sugestões para reduzir emissões de gases nas atividades industriais, de mineração, saúde e em projetos de modalidade urbana.Lucas TolentinoAs atividades da indústria, da mineração, da saúde e dos projetos de mobilidade urbana seguirão políticas de redução das emissões de gases de efeito estufa. Na última semana, foi concluído o processo de consulta pública dos Planos Setoriais de Mitigação e Adaptação à Mudança do Clima que preveem medidas para os quatro setores. Ao todo, os documentos receberam 177 contribuições de representantes do governo, da iniciativa privada e da sociedade civil.O Ministério do Meio Ambiente (MMA) avaliou como positiva a participação popular no processo. A gerente Karen Silverwood-Cope, da Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental (SMCQ) do MMA, elogiou as observações enviadas para os planos setoriais. "As contribuições foram bastante qualificadas e pertinentes", disse. "Todas serão julgadas pelos órgãos competentes."MÉTODOO total se refere às participações enviadas por meio eletrônico e durante os encontros realizados em cidades das cinco regiões do país, organizados pelo Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas. "Houve uma participação significativa da sociedade e da academia, principalmente na consulta presencial, e a internet se mostrou como um método eficiente no processo", acrescentou Karen.A previsão é que os planos setoriais estejam concluídos até o fim do ano. Agora, as sugestões de alterações aos documentos serão analisadas pela equipe do MMA e dos demais órgãos envolvidos. Após a avaliação técnica, as contribuições serão submetidas ao Grupo Executivo sobre Mudança do Clima (GEx) para incorporação, ou não, no texto final.REDUÇÃOO objetivo da elaboração dos planos é contribuir para o alcance da meta nacional de redução entre 36,1% a 38,9% das emissões projetadas para 2020. O plano setorial da indústria trabalhará medidas de mitigação de emissões de sete áreas: alumínio, cimento, papel e celulose, químico, cal, vidro e ferro gusa (aço).A meta do Acordo de Cooperação do Plano Indústria, assinado na tarde da última terça-feira (21/08), é reduzir em 5%, até 2020, as emissões dos gases de efeito estufa nos sete setores industriais. A parceria foi feita entre o MMA, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) e vale até o fim de 2015.O plano de mineração envolve medidas de lavra, beneficiamento físico, pelotização e transporte interno. O da saúde sintetiza ações voltadas para adaptação às mudanças climáticas. Por fim, o plano de transportes e mobilidade urbana trabalhará com o transporte de cargas e o transporte público de passageiros.Confira a quantidade de contribuições feitas por meio da consulta pública eletrônica:Plano Indústria: 18 contribuiçõesPlano Saúde: 7 contribuiçõesPlano Mineração: 6 contribuiçõesPlano Transporte e Mobilidade Urbana: 16 contribuições- Total de contribuições enviadas nas consultas públicas presenciais: 130
Quarta, 22 Agosto 2012 12:44
As cidades e a biodiversidade
Curitiba é projeto-piloto para ajudar o Brasil a cumprir compromissos assumidos na Convenção sobre Diversidade BiológicaLuciene de AssisFazer com que as cidades usem, de forma sustentável, a diversidade biológica local é a primeira das 20 Metas de Aichi, e um dos temas que integram a listas dos compromissos assumidos pelos 193 países componentes da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB). Nesse sentido, o Brasil já está desenvolvendo um projeto-piloto em Curitiba, experiência apresentada pela professora Tatiana Gadda, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, em reunião ocorrida na Secretaria de Biodiversidade e Florestas (SBF) do Ministério do Meio Ambiente na tarde desta segunda-feira (20/08), para debater o tema Cidades e biodiversidade."Trata-se de iniciativa do Instituto de Estudos Avançados da Universidade das Nações Unidas (UNU), em desenvolvimento em outros países com o objetivo de alcançarmos as Metas de Aichi", explica Tatiana Gadda. As metas foram extraídas da 10ª Convenção sobre Diversidade Biológica (COP-10), realizada em Nagóia, Japão, em 2010.ORIENTAÇÃOPara a professora, a experiência de Curitiba, iniciada em março deste ano, permitirá a formulação de um guia para nortear estados e municípios brasileiros a desenvolverem ações que privilegiem a conservação da biodiversidade local. "O principal aprendizado é que a biodiversidade ultrapassa as fronteiras dos municípios e as políticas locais precisam ser coerentes com esse fato", sugere.Como representante da UNU na reunião sobre Cidades e biodiversidade, o pesquisador sênior adjunto da instituição, Tony Gross, disse que, apesar de quase todos os 193 países da CDB se preocuparem com sustentabilidade e biodiversidade, os investimentos realizados nos últimos dez anos não conseguiram reverter as taxas de perdas da diversidade biológica, embora haja consenso de que essas perdas resultam em sérias consequências para todos os países. "Biodiversidade é a base da provisão de vários recursos ecossistêmicos, como água, clima, polinização, segurança alimentar, entre outros pontos", enfatizou.Em se tratando de desenvolvimento sustentável, as cidades representam papel essencial. "As cidades consomem, de forma predatória e negativa, a biodiversidade em geral, como o consumo descuidado da água, as emissões de gases poluentes e qualidade de vida ligada à mobilidade, já que o mundo não é mais rural, inclusive o Brasil", esclareceu a analista ambiental da SBF Lúcia Lopes. O ponto positivo, segundo ela, é que as cidades podem melhorar esse panorama, não só do ponto de vida da biodiversidade em geral, como no que se refere ao consumo de água e na criação de parques, facilitando a manutenção da diversidade biológica da região.EXPERIÊNCIAO assunto debatido na reunião envolveu, também, representantes da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano (SRHU); da Assessoria Internacional do MMA; do Programa de Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa); do banco alemão para desenvolvimento sustentável (GIZ); do Departamento de Geografia e Ecologia da Universidade de Brasília (UnB); e Da ONG Iclei, sigla em inglês para Governos Locais pela Sustentabilidade.O evento já rendeu os primeiros frutos, segundo Lúcia Lopes, que recebeu correspondência enviada, na manhã desta terça-feira, pelo coordenador do Programa de Biodiversidade e Cidades da Convenção sobre Biodiversidade (CDB) da Organização das Nações Unidas (ONU), Oliver Hillel, considerando a iniciativa da extremamente positiva. Hillel acredita que a experiência brasileira poderá estimular outros países a se organizarem para, igualmente, tornar suas cidades sustentáveis.
Terça, 21 Agosto 2012 17:04
Indústria sustentável
Governo federal e setor empresarial firmam acordo para reduzir a emissão de gases em sete atividades industriaisSophia GebrimReduzir em 5% as emissões de gases efeito estufa de sete setores da indústria brasileira, até o ano 2020, é a meta do Acordo de Cooperação do Plano Indústria – Plano de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas do Setor Industrial, assinado na tarde desta terça-feira (21/08) entre a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga e o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, na sede da CNI, em Brasília. Durante a cerimônia também foi assinada portaria que institui a Comissão Técnica do Plano Indústria, composta por representantes da CNI, governo e associações dos setores da indústria."A parceria com o setor industrial é um desafio para o Brasil, como país que avançou e tem avançado cada vez mais na redução das emissões relacionadas ao desmatamento", ressaltou a ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira. Para ela, o país tem que aproveitar os debates em torno da modernização do parque industrial para alcançar novos mercados e garantir mais competitividade. "A questão das mudanças climáticas e emissões de CO2 veio para ficar e talvez seja o único tema que hoje está na agenda econômica de tomadas de decisões em função dos cenários que estão sendo colocados em discussão", destaca a ministra.CO2 X PIBA relação das emissões de CO2 por unidade de Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma das riquezas produzidas no país, também foi destacada pela ministra. "O Brasil deve avançar, não somente com uma matriz energética limpa, mas também permitir que a relação de emissão de CO2 por produto ou PIB gerado ofereça todas as condições de bons resultados em termos do Plano Nacional de Mudanças Climáticas", afirmou. Segundo ela, o avanço influenciará, também, em termos de competitividade de mercado, gerando emprego e desenvolvimento do país.Para o presidente da CNI, o acordo demonstra o esforço da indústria em atuar conjuntamente com o governo a favor de uma economia de baixo carbono. "Sabemos que isso é fundamental para tornarmos o discurso sobre mudanças climáticas uma realidade", disse Braga. Destacou, ainda, a importância de reforçar o diálogo com o governo, que foi um dos compromissos firmados pela CNI durante a Conferência das Nações Unidas Sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), como forma de viabilizar o cumprimento de metas por parte do setor, de forma voluntária e adaptando-se à nova necessidade do mercado.O ministro do Fernando Pimentel apontou que a competitividade no mercado brasileiro hoje é fundamentada em três pilares: tecnologia, conteúdo e abrangência nacional e sustentabilidade ambiental e social. "São esses três pontos que compõem o novo conceito de competitividade que o mercado busca, modelo que o Brasil certamente irá servir de exemplo para o mundo inteiro", ressaltou.MENOS GASESCom a parceria, que tem vigência até o fim de 2015, CNI, MMA e MDIC trabalharão juntos na implantação do Plano Indústria - Plano de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas do Setor Industrial. O documento prevê meta de redução de 5% das emissões até 2020 para sete setores da indústria: alumínio, cimento, papel e celulose, químico, cal, vidro e ferro gusa (aço).Cada um dos sete setores já tem o seu plano desenhado, a partir de diretrizes elaboradas pelo governo federal e colocadas em consulta pública. Estão previstas, ainda, contrapartidas econômicas para as ações de mitigação. A Comissão Técnica do Plano Indústria será responsável pelo detalhamento e monitoramento das ações, revisão periódica do Plano e encaminhamento de demandas específicas relativas à implementação das ações do Plano.Confirma a íntegra do Plano de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas do Setor Industrial no site do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).
Terça, 21 Agosto 2012 15:12
O Conabio e as Metas de Aichi
Conselho deve incluir propostas da sociedade civil no documento que será levada à Índia, onde 193 países discutirão conservação da diversidade biológicaLuciene de AssisAs propostas da sociedade civil organizada para a conservação da diversidade biológica no Brasil deverão fazer parte do Painel da Biodiversidade, o Painel Bio, secretariado pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), permitindo articular uma plataforma com organizações de todos os setores da sociedade brasileira para alcance das Metas de Aichi. De acordo com o coordenador nacional da UICN, Luiz Fernando Merico, o trabalho conjunto facilitará o alcance esse objetivo.As Metas de Aichi foram estabelecidas durante Convenção sobre Diversidade Biológica (COP-10), realizada em 2010, pelos 193 países-membros, na cidade de Nagóia, Japão. Elas balizarão a posição do Brasil durante evento semelhante, que acontecerá na Índia, a partir de 1º de outubro. "Será possível identificar tarefas relacionadas ao alcance dessas metas, como capacitação, vazios de conhecimento necessários e a consequente mobilização da academia, da sociedade civil, dos diferentes níveis de governo", enumerou Luiz Merico.O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), em parceria com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), será o responsável por finalizar o Plano de Ação Governamental para Atingimento das Metas de Aichi, explicou o secretário de Biodiversidade e Florestas (SBF-MMA), Roberto Cavalcanti. O documento será construído a partir de processo esquemático que os técnicos batizaram de "árvore de problemas e soluções".RUMO À ÍNDIAEssas definições foram extraídas da 49° Reunião Ordinária da Comissão Nacional da Biodiversidade (Conabio), ocorrida na tarde desta segunda-feira (20/08), em Brasília. Conforme estabelecido anteriormente, o MPOG deverá consultar os outros ministérios para saber se eles têm algo a colaborar na concretização do plano.A união das propostas do governo e da sociedade civil resultará na versão brasileira para a conservação da diversidade biológica. Os conselheiros da Conabio se reunirão, novamente, dia 27 de setembro para finalizar o documento que será levado à Índia.
Terça, 21 Agosto 2012 12:49
O Brasil da agroecologia
Política nacional se propõe a reduzir o uso de agrotóxicos e aumentar os índices de conservação da agrobiodiversidade. Será, também, instrumento público para construir agenda sustentável em favor da sociedadeSophia GebrimA Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (PNAPO) já é uma realidade. Instituída pelo Decreto nº 7.794, de 20 de agosto de 2012, foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (21/08). O objetivo é integrar, articular e adequar políticas públicas, programas e ações indutoras da transição agroecológica e da produção orgânica, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida da população, por meio do uso sustentável dos recursos naturais e da oferta e consumo de alimentos saudáveis."Com as ações esperamos reduzir o uso de agrotóxicos e aumentar os índices de conservação da agrobiodiversidade, além de trata-se de mais um instrumento público que busca construir agenda sustentável para a sociedade brasileira" destaca a diretora de Extrativismo da Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente, Cláudia Calório. Os próximos passos serão a instalação da Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, que será responsável pela construção do Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo).INTEGRANTESA comissão incluirá representantes da Secretaria-Geral da Presidência da República, dos ministérios do Meio Ambiente, Agricultura, Saúde, Educação, Ciência e Tecnologia, Desenvolvimento Social, Pesca e Aquicultura e entidades da sociedade civil. Caberá ao colegiado promover a participação da sociedade na elaboração do Plano Nacional de Agroecologia, construir subcomissões temáticas que reunirão setores governamentais e da sociedade, propor diretrizes ao Poder Executivo e acompanhar e monitorar programas e ações.O governo federal oferecerá, por meio do Planapo, uma série de ferramentas para disseminar as práticas sustentáveis, como crédito rural e demais mecanismos de financiamento e seguro agrícola e de renda. Também estão previstos preços agrícolas e extrativistas incluídos nos mecanismos de regulação e compensação de preços e aquisições ou subvenções, pesquisa e inovação científica e tecnológica, métodos de controle da transição agroecológica da produção orgânica e avaliação da produção de base ecológica. O plano será implantado por meio da linha orçamentária dos órgãos parceiros da ação, que são os mesmos integrantes da Comissão Nacional de Agroecologia.Confira o texto que institui a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica
Sexta, 17 Agosto 2012 18:54
Um bioma singular
Metade das espécies de plantas existentes no cerrado não é encontrada em outra região do planeta, alerta secretário. E precisa de atenção especial.Luciene de AssisO bioma cerrado e sua biodiversidade foi o tema abordado nesta sexta-feira (17/08), durante o encontro O Poder Judiciário e o Meio Ambiente, promovido, em Brasília, pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). O secretário de Biodiversidade e Florestas (SBF) do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Roberto Cavalcanti, abriu as palestras do dia, lembrando que o cerrado é detentor da maior biodiversidade do planeta e também está exposto a elevado grau de ameaça. "Praticamente metade das espécies de plantas do cerrado não existem em nenhum outro lugar do mundo, além dos atributos biológicos, do ponto de vista hídrico, pois as nascentes de quase todos os grandes rios brasileiros estão aqui no cerrado", salientou.O secretário lembrou que se trata de uma das regiões onde ainda se encontram os elementos culturais que presentes desde o Descobrimento do Brasil, como os grupos indígenas, as comunidades tradicionais, quilombolas e grupos alternativos. "É o celeiro do Brasil, em termos de agronegócio, já que produz 50% ou mais da produção agrícola, da carne, da soja", disse Cavalcanti. Segundo ele, apesar de ter uma ocupação relativamente recente, a importância internacional do cerrado só tende a crescer, como palco político, como área de grande produção agrícola e como um dos biomas mais importantes e representativos do mundo.PERIGOSDonald Sawyer, professor da Universidade de Brasília (UnB), lembrou a região corre sério risco, pois toda a extensão desse bioma possui apenas 5% de sua extensão territorial protegida por Unidades de Conservação. "As pressões sobre o cerrado são intensas, em se tratando de desmatamento, já que a metade dos dois milhões de quilômetros quadrados já se foi", acrescentou.No encerramento do seminário, o ator Vitor Fasano, ambientalista de reconhecida luta em favor do meio ambiente, falou sobre o Movimento Amazônia para sempre e suas metas. Ele chamou a atenção para a importância de os governos se voltarem para a conservação da biodiversidade, ameaçada na maior parte do planeta.
Sexta, 17 Agosto 2012 18:00
É tempo de Kwarup
Índios do Xingu celebram o antropólogo Darcy Ribeiro, que completaria 90 anos em 2012. MMA atua na região, com projetos de promoção da agroecologia e agrobiodiversidadeSophia GebrimEm homenagem dos 90 anos de nascimento do antropólogo Darcy Ribeiro (26 de outubro), o povo Yawalapíti (tribo indígena que vive no Parque Nacional do Xingu, em Mato Grosso) realiza, neste sábado e domingo (18 e 19/08), a cerimônia do Itsatki – Kwarup. O Ministério do Meio Ambiente, que está presente na região por meio de projetos de promoção da agroecologia e agrobiodiversidade, participa das festividades."Desde janeiro estamos promovendo diversas ações que visam o incentivo do manejo sustentável de produtos florestais, gestão participativa de Unidades de Conservação (UCs) e promoção de cadeias de produtos da sociobiodiversidade naquela região", relata o secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável, Paulo Guilherme Cabral, que participará da cerimônia. Para ele, o objetivo é aproximar o contato entre as práticas tradicionais indígenas dos Yawalapíti com as práticas agroflorestais.INTERCÂMBIOA ação do Ministério do Meio Ambiente na tribo indígena, por meio da Secretaria de Extrativismo de Desenvolvimento Rural Sustentável (SEDR), conta com investimento e recurso dentro da linha dos Projetos Demonstrativos (PDA). Como parte do programa também está previsto intercâmbio entre os povos Yawalapíti e Mehinako (também localizado no Parque do Xingu) durante o ritual da Doação do Polvilho e Quebra da Castanha de Pequi, que é uma das etapas preparatórias do ritual Kuarup.O Kuarup, que nesta ocasião irá celebrar 90 anos de nascimento de Darcy Ribeiro, é composto por duas etapas preparatórias que envolvem diretamente a agroecologia: a doação do pequi (realizada em novembro de 2011) e a doação do polvilho junto com a quebra da castanha do pequi (realizado no último mês de abril). Cada uma dessas etapas rituais consiste, ao mesmo tempo, em manejar o território, produzir alimentos, reproduzir a cultura alimentar e a rede de socialização interetnica.SAIBA MAISA doação do polvilho é um encontro entre os povos anfitriões do Kwarup, em que as casas e a etnia convidada para promover a cerimônia, neste caso, os Mehinako, doam polvinho para o dono do ritual, que será utilizado para alimentar os convidados, que muitas vezes chegam a somar mais de mil pessoas. Já a doação do pequi, que ocorreu em novembro de 2011, tratou-se do benefício coletivo dos caroços do fruto para armazenamento no rio, configurando uma doação para o dono do ritual, que retirará porções e oferecerá o mingau extraído dessa polpa aos participantes nos momentos cerimoniais.
Sexta, 17 Agosto 2012 16:25
Prevenção fortalecida
Ação interministerial enfrenta seca e desertificação no semiárido. Trabalho concentra-se em 821 municípios, onde há o maior número de ocorrências.Sophia GebrimComo parte das ações do Plano Nacional de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres Naturais, lançado no último dia 8 de agosto, o Ministério do Meio Ambiente (MMA), por meio do Departamento de Combate à Desertificação da Secretaria de Extrativismo de Desenvolvimento Rural Sustentável (DCD/SEDR), está investindo em ações de prevenção de secas e desertificação. São ações de suporte técnico e financeiro ao Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden), coordenado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).O acordo de cooperação prevê apoio técnico para a estruturação de um Sistema de Alerta Precoce Contra Secas e Desertificação (SAP). O MMA iniciou as ações para prevenção das secas por meio de cooperação técnica com o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA). Essa iniciativa foi ampliada com a transferência de recursos do Fundo Clima para o MCTI no montante de R$ 9 milhões. O acordo prevê a continuidade dos trabalhos que vinham sendo desenvolvidos pelo Departamento de Combate à Desertificação do MMA e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), para fundamentar o SAP."Um Sistema de Alerta Precoce de Secas e Desertificação é parte integrante dos esforços para assegurar a convivência com o semiárido", destaca o diretor do Departamento de Combate à Desertificação do SEDR/MMA, Francisco Campello. Para ele, o investimento tanto técnico quanto financeiro, possibilita uma melhor atuação da Comissão Nacional de Combate à Desertificação (CNCD), que tem entre outras finalidades estabelecer estratégias de ações de governo para a mitigação dos efeitos da seca, com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável nas áreas suscetíveis à desertificação.EM ALERTALançado em Brasília no último dia 8, o Plano Nacional de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres Naturais prevê investimentos de R$ 18,8 bilhões em ações articuladas de prevenção e redução do tempo de resposta a ocorrências. O objetivo é garantir segurança às populações que vivem em áreas suscetíveis a desastres naturais. As ações preventivas visam também preservar o meio ambiente e abrangem 821 municípios que concentram o maior número de ocorrências em todo país.Para os sistemas de monitoramento serão destinados R$ 362 milhões. Está prevista a estruturação, integração e manutenção da rede nacional de monitoramento, previsão e alerta com a operação integrada do Cemaden, coordenado pelo MCTI, e do Cenad, vinculado ao Ministério da Integração Nacional. O trabalho é realizado 24 horas por dia de forma articulada com estados e municípios.O plano prevê recursos para a expansão da rede de observação com a aquisição de nove radares, 4100 pluviômetros, 286 estações hidrológicas, 100 estações agrometeorológicas, 286 conjuntos geotécnicos e 500 sensores de umidade de solo. Serão também implementadas salas de situação em todos os estados para monitoramento hidrológico pela Agência Nacional de Águas (ANA). Nessa estrutura, o Cemaden enviará ao Cenad alertas de possíveis ocorrências de desastres nas áreas de risco mapeadas. O Cenad, por sua vez, transmitirá os alertas aos estados, aos municípios e a outros órgãos federais e oferecerá apoio nas ações de resposta a desastres.