Metade das espécies de plantas existentes no cerrado não é encontrada em outra região do planeta, alerta secretário. E precisa de atenção especial.
Luciene de Assis
O bioma cerrado e sua biodiversidade foi o tema abordado nesta sexta-feira (17/08), durante o encontro O Poder Judiciário e o Meio Ambiente, promovido, em Brasília, pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). O secretário de Biodiversidade e Florestas (SBF) do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Roberto Cavalcanti, abriu as palestras do dia, lembrando que o cerrado é detentor da maior biodiversidade do planeta e também está exposto a elevado grau de ameaça. "Praticamente metade das espécies de plantas do cerrado não existem em nenhum outro lugar do mundo, além dos atributos biológicos, do ponto de vista hídrico, pois as nascentes de quase todos os grandes rios brasileiros estão aqui no cerrado", salientou.
O secretário lembrou que se trata de uma das regiões onde ainda se encontram os elementos culturais que presentes desde o Descobrimento do Brasil, como os grupos indígenas, as comunidades tradicionais, quilombolas e grupos alternativos. "É o celeiro do Brasil, em termos de agronegócio, já que produz 50% ou mais da produção agrícola, da carne, da soja", disse Cavalcanti. Segundo ele, apesar de ter uma ocupação relativamente recente, a importância internacional do cerrado só tende a crescer, como palco político, como área de grande produção agrícola e como um dos biomas mais importantes e representativos do mundo.
PERIGOS
Donald Sawyer, professor da Universidade de Brasília (UnB), lembrou a região corre sério risco, pois toda a extensão desse bioma possui apenas 5% de sua extensão territorial protegida por Unidades de Conservação. "As pressões sobre o cerrado são intensas, em se tratando de desmatamento, já que a metade dos dois milhões de quilômetros quadrados já se foi", acrescentou.
No encerramento do seminário, o ator Vitor Fasano, ambientalista de reconhecida luta em favor do meio ambiente, falou sobre o Movimento Amazônia para sempre e suas metas. Ele chamou a atenção para a importância de os governos se voltarem para a conservação da biodiversidade, ameaçada na maior parte do planeta.
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