Índios do Xingu celebram o antropólogo Darcy Ribeiro, que completaria 90 anos em 2012. MMA atua na região, com projetos de promoção da agroecologia e agrobiodiversidade
Sophia Gebrim
Em homenagem dos 90 anos de nascimento do antropólogo Darcy Ribeiro (26 de outubro), o povo Yawalapíti (tribo indígena que vive no Parque Nacional do Xingu, em Mato Grosso) realiza, neste sábado e domingo (18 e 19/08), a cerimônia do Itsatki – Kwarup. O Ministério do Meio Ambiente, que está presente na região por meio de projetos de promoção da agroecologia e agrobiodiversidade, participa das festividades.
"Desde janeiro estamos promovendo diversas ações que visam o incentivo do manejo sustentável de produtos florestais, gestão participativa de Unidades de Conservação (UCs) e promoção de cadeias de produtos da sociobiodiversidade naquela região", relata o secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável, Paulo Guilherme Cabral, que participará da cerimônia. Para ele, o objetivo é aproximar o contato entre as práticas tradicionais indígenas dos Yawalapíti com as práticas agroflorestais.
INTERCÂMBIO
A ação do Ministério do Meio Ambiente na tribo indígena, por meio da Secretaria de Extrativismo de Desenvolvimento Rural Sustentável (SEDR), conta com investimento e recurso dentro da linha dos Projetos Demonstrativos (PDA). Como parte do programa também está previsto intercâmbio entre os povos Yawalapíti e Mehinako (também localizado no Parque do Xingu) durante o ritual da Doação do Polvilho e Quebra da Castanha de Pequi, que é uma das etapas preparatórias do ritual Kuarup.
O Kuarup, que nesta ocasião irá celebrar 90 anos de nascimento de Darcy Ribeiro, é composto por duas etapas preparatórias que envolvem diretamente a agroecologia: a doação do pequi (realizada em novembro de 2011) e a doação do polvilho junto com a quebra da castanha do pequi (realizado no último mês de abril). Cada uma dessas etapas rituais consiste, ao mesmo tempo, em manejar o território, produzir alimentos, reproduzir a cultura alimentar e a rede de socialização interetnica.
SAIBA MAIS
A doação do polvilho é um encontro entre os povos anfitriões do Kwarup, em que as casas e a etnia convidada para promover a cerimônia, neste caso, os Mehinako, doam polvinho para o dono do ritual, que será utilizado para alimentar os convidados, que muitas vezes chegam a somar mais de mil pessoas. Já a doação do pequi, que ocorreu em novembro de 2011, tratou-se do benefício coletivo dos caroços do fruto para armazenamento no rio, configurando uma doação para o dono do ritual, que retirará porções e oferecerá o mingau extraído dessa polpa aos participantes nos momentos cerimoniais.
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