Melissa Silva
Começou nesta quinta-feira (20/5), em Brasília, o VII Seminário Técnico Científico de Análise dos Dados do Desmatamento, realizado pelos Ministérios do Meio Ambiente e de Ciência e Tecnologia, com apoio do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O encontro reúne até amanhã (21/5) pesquisadores de instituições públicas e privadas que atuam com o tema de prevenção e controle do desmatamento na Amazônia. Os participantes irão debater e identificar oportunidades para o aprimoramento das metodologias de avaliação do desmatamento na região Amazônica, bem como identificar mudanças na dinâmica desse problema ambiental, que, em 2009, apresentou uma taxa de 7.462 Km², de acordo com os dados consolidados do Sistema Prodes do Inpe.
Em sua 7ª edição, o Seminário tem se consolidado como um espaço de debates para receber recomendações que venha a aperfeiçoar o Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAm).
Segundo o diretor do Departamento de Articulação de Ações da Amazônia, Mauro Pires, o Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real (Deter) do Inpe, que faz um levantamento rápido mensalmente, foi desenvolvido a partir de recomendação de edição passada do Seminário. Isso porque os órgãos envolvidos na redução do desmatamento sentiam a necessidade de uma ferramenta que auxiliasse na fiscalização em campo.
O satélite japonês ALOS, utilizado atualmente para monitoramento em períodos de cobertura de nuvens, também é outro exemplo fruto de recomendação de edição anterior do Seminário.
No encerramento do primeiro dia do evento, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, destacou que o Seminário é uma ótima oportunidade para aumentar a integração do grupo, mas principalmente para expor as contradições. "O interessante é que as contradições sejam bem expostas para provocar positivamente o discurso político. Fiquei muito feliz de saber que a programação contempla o debate sobre a ocorrência de desmatamento em áreas protegias e em terras indígenas e de ocupação agrícola", acrescentou.
Para a ministra, além de comemorar os dados exitosos conquistados com o monitoramento da Amazônia, é necessário iniciar as discussões sobre um novo patamar de desenvolvimento socioeconômico, baseado no uso sustentável. "Não há mais sentido lidar com conflitos de interesse, nem discutir um modelo de desenvolvimento econômico que compromete os recursos naturais. Mas também não podemos ignorar a vocação da região e os desafios estratégicos para o desenvolvimento da Amazônia."
O encontro reúne profissionais dos diversos órgãos envolvidos no combate ao desmatamento, como Ibama, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Funai, Ministério do Desenvolvimento Agrário e também representantes do Imazon, instituição de pesquisa sem fins lucrativos que irá compartilhar a metodologia do Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD) utilizado pelo Instituto.
O evento acontece no Lake Side Hotel, no SHTN Trecho 1 Lote 2 - Projeto Orla 03, em Brasília/DF.
Redes Sociais