A campanha "Saco é um Saco" foi lançada hoje (3), às 9h, na Ecobarreira do Canal do Cunha, localizada na Maré, Rio de Janeiro. O objetivo é estimular os moradores locais a trocarem as sacolas plásticas por bolsas feitas de material reciclável. A iniciativa contou com as presenças do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, e da secretária do Ambiente do Rio, Marilene Ramos.
A ação consolida o projeto de lei sancionado ao fim de julho pelo governador Sérgio Cabral, que obriga os estabelecimentos comerciais a substituírem os sacos plásticos gradualmente. O setor terá de seis meses a três anos para efetuar a substituição, a partir da entrada em vigor da lei.
A secretária Marilene Ramos explica que os comerciantes não serão obrigados a recomprar sacolas, mas poderão dar incentivos à população. Por exemplo, cada 50 sacolas podem ser trocadas por um quilo de feijão, ou, a cada cinco itens levados fora de sacolas plásticas, ganha-se um desconto de R$ 0,03.
De acordo com o ministro Minc, o Rio é o primeiro estado brasileiro a aprovar uma lei que incentiva o uso de material reciclável como as sacolas de pano. Ele também ressalta a importância desta campanha ter sido realizada com o apoio de vários supermercados, dentre eles o Wal Mart (pioneiro na iniciativa) e o Prezunic.
A partir de agora, a ação também conta o apoio do Metrô do Rio. Os cartazes da campanha serão instalados nas estações da cidade, e o mesmo projeto será implementado no metrô de Brasília. A campanha ainda será lançada em outros estados brasileiros.
Minc alega que um dos objetivos desse movimento de reciclagem é incentivar o trabalho das cooperativas de catadores, além da melhoria da qualidade de vida e da saúde das populações. "Esta iniciativa pode ajudar a evitar inundações e também estimula a criatividade da garotada com oficinas artísticas de material reutilizável", explica.
Além da participação do AfroReggae, houve também uma apresentação do grupo de garis "Chegando de Surpresa", da Companhia de Limpeza Urbana do Rio (Comlurb).
Ecobarreira
A Ecobarreira do Canal do Cunha foi o local escolhido para a promoção da campanha por reter grande quantidade de lixo flutuante lançado nos corpos hídricos. Cerca de 600 quilos de plástico, incluindo sacolas, e 590 quilos de garrafas pet em média são retirados por mês do local.
Cada sacola plástica leva de 30 a 40 anos para se decompor. Dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) revelam que apenas no Brasil são consumidas anualmente 12 bilhões de sacolas plásticas. Cada brasileiro utiliza cerca de 66 unidades por mês. Além de não serem biodegradáveis, estas sacolas obstruem a passagem da água, o que promove o acúmulo de detritos e impede a decomposição de outros materiais.
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