Em discurso na plenária da COP 25 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas), em Madri, nesta terça-feira (10), o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou que implementar o artigo 6 do Acordo de Paris é um passo crucial para demonstrar o compromisso dos países desenvolvidos com as nações em desenvolvimento.
O Acordo, adotado no fim da COP 21, na capital francesa, tem como principal objetivo que o aumento da temperatura média do planeta não supere os dois graus centígrados. Dentro do acordo, o artigo 6 faz referência a mecanismos de mercado que apoiem a implementação dos compromissos de corte de emissões de carbono, mas ainda não foi viabilizado.
Salles destacou o contraste da Amazônia brasileira, com uma população de mais de 20 milhões de pessoas que habitam a área mais rica do planeta em biodiversidade e recursos naturais, mas com o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país.
O ministro fez questão de ressaltar que o Brasil tem mais de 60% de sua vegetação nativa preservada e 80% da Floresta Amazônica intocada. “Temos uma legislação ambiental extremamente rígida, que é o Código Florestal Brasileiro”, afirmou.
Os dados sobre emissões de carbono também foram mencionados pelo ministro. Ele afirmou que o Brasil é responsável por menos de 3% das emissões globais de carbono e sempre esteve engajado em iniciativas para proteger o planeta e o futuro. “Assinamos o Protocolo de Mudanças Climáticas, o Protocolo de Kyoto e o Acordo de Paris. Reduções significativas de emissões foram geradas no Brasil e essa foi uma grande contribuição do setor privado para a luta contra as mudanças climáticas”.
Em seu pronunciamento para representantes de 195 nações presentes na COP, o ministro do Meio Ambiente ainda falou sobre os avanços do Brasil no desenvolvimento de fontes renováveis de energia, a exemplo do biocombustível etanol, que substitui os combustíveis fósseis amplamente utilizados nos países ricos. “Ao contrário de muitos países que ainda dependem do carvão, 84% de nossa rede elétrica são baseados em fontes de energia renováveis, como biomassa, eólica, solar e hidrelétrica”.
Salles finalizou conclamando os países mais sensíveis para resolver as lacunas referentes à mitigação e ao financiamento dos créditos de carbono. “Hoje, o fundo tem meros cem milhões de dólares, provavelmente menos do que o custo da organização das COPs. Precisamos ir além das palavras bonitas e fornecer os recursos que possam atender efetivamente às necessidades dos países em desenvolvimento. Como diz o lema da COP 25, é hora de agir”, concluiu.
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