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40 milhões de tartarugas marinhas protegidas

Marca deve ser alcançada na atual temporada de desova, que acaba de começar. Anúncio foi feito pelo Projeto Tamar, responsável pelas ações de conservação das 5 espécies que ocorrem na costa brasileira
Publicado: Quarta, 02 Outubro 2019 17:28 Última modificação: Quarta, 02 Outubro 2019 18:32
Crédito: Divulgação Temporada de desova: estimativa é que 2 milhões de filhotes nasçam nas praias brasileiras Temporada de desova: estimativa é que 2 milhões de filhotes nasçam nas praias brasileiras
Brasília – Na atual temporada de desova das tartarugas marinhas, que acaba de começar, o Brasil deve alcançar a marca de 40 milhões de animais protegidos. O anúncio foi feito pelo Projeto Tamar, gerido em conjunto pela Fundação Pró-Tamar e pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), autarquia do Ministério do Meio Ambiente (MMA).

“Podemos dizer que a tartaruga de número 40 milhões já existe e navega em uma viagem transcontinental rumo às praias brasileiras. Mas é importante lembrar que, a cada mil tartarugas que nascem, apenas uma ou duas sobrevivem. Ainda há muito a fazer para livrar esses animais da ameaça de extinção”, diz o fundador do Projeto Tamar, Guy Marcovaldi.

Do início dos anos 80, quando foi criado, até hoje, o Tamar contabiliza 38 milhões de tartarugas protegidas. A cada temporada, cerca de 2 milhões de filhotes nascem nas praias brasileiras monitoradas pelo projeto, que trabalha também na proteção de tartarugas jovens e adultas resgatadas de captura incidental na pesca.

O presidente do ICMBio, Homero Cerqueira, disse que esse resultado é fruto da união de esforços para salvar a vida de milhões de tartarugas marinhas, que têm como principais fatores de risco acidentes com redes e anzóis, plásticos e o trânsito de veículos nas praias. 

O PROJETO

O Projeto Tamar trabalha na pesquisa, proteção e manejo das cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no país, todas ameaçadas de extinção: tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), tartaruga-verde (Chelonia mydas), tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea) e tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea).

Protege cerca de 1.100 quilômetros de praias e está presente em 26 localidades, em áreas de alimentação, desova, crescimento e descanso das tartarugas marinhas, no litoral e ilhas oceânicas dos estados da Bahia, Sergipe, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina.

O Tamar é membro da Rede de Projetos de Biodiversidade Marinha (Rede Biomar), grupo composto também pelos projetos Albatroz, Baleia Jubarte, Coral Vivo, todos patrocinados por meio do Programa Petrobras Socioambiental. Executa a maior parte das ações previstas no Plano de Ação Nacional para a Conservação das Tartarugas Marinhas, coordenado pelo ICMBio/MMA.

SAIBA MAIS

As tartarugas marinhas são animais altamente migratórios, circulando pelas águas de diversos países em sua longa vida. Levam de 20 a 30 anos para se reproduzir. O lixo no mar, no entanto, tem sido um dos principais riscos para elas. Estima-se que entre 4 milhões a 12 milhões de toneladas de plástico são despejados nos oceanos a cada ano.

No mar, o plástico vira uma armadilha para as tartarugas marinhas, ao ser confundido com alimento. Ingerido, pode bloquear o sistema digestório e interferir no processo de flutuação das tartarugas, fazendo com que elas morram por inanição, pois param de se alimentar, ou pela liberação de toxinas no organismo e lesões no sistema gastrointestinal.

Os canudos de plástico são apenas um dos tipos de lixo que vão parar nos oceanos e ameaçam a vida desses animais marinhos. Há, também, restos de redes de pesca que se enroscam no corpo das tartarugas, podendo levá-las à morte.
 
A pesca incidental é um outro grave risco, causando a morte de tartarugas adultas e jovens. Alguns apetrechos, como anzóis e redes inadequadas, acabam capturando os animais, embora eles não sejam alvo da pesca.

Para reduzir os impactos da pesca incidental, o Tamar monitora embarcações e promove a divulgação de medidas mitigadoras que podem ser adotadas por pescadores, como o uso do anzol circular, que captura o peixe mas não a tartaruga marinha.

Ascom MMA – (61) 2028-1227 – com informações do ICMBio – (61) 2028-9280
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