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MMA reforça ações para conter danos ambientais

Equipes fazem monitoramento diário da lama ao longo do rio Paraopeba, na região atingida pelo rompimento da barragem de Brumadinho (MG). Nesta terça, trabalhos serão ampliados para resgate de animais.
Publicado: Segunda, 28 Janeiro 2019 20:25 Última modificação: Terça, 12 Fevereiro 2019 11:27
Crédito: Divulgação Ibama Equipes do Ibama e do ICMBio atuam na área devastada pela lama da barragem Equipes do Ibama e do ICMBio atuam na área devastada pela lama da barragem
Brasília – Equipes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), vinculados ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), fazem desde sexta-feira (25) o monitoramento e avaliação dos danos ambientais na região atingida pelo rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), de propriedade da empresa Vale S.A.
 
Nesta terça-feira (29), mais 13 analistas – dez do Ibama e três do ICMBio – se juntam aos cerca de 20 servidores que já se encontram no local para ampliar as vistorias que vêm sendo feitas nos pontos de interesse ambiental – matas nativas e ciliares, cursos d´água e áreas de ocorrência de fauna nativa silvestre. O objetivo é resgatar animais e reduzir os impactos dos rejeitos na vegetação. Outros dez biólogos e veterinários se juntaram à equipe para ampliar as buscas por animais. Até o momento, 32 animais domésticos foram resgatados.
 
Analistas ambientais realizam diariamente sobrevoos ao longo da calha do rio Paraopeba para monitorar o deslocamento da onda de rejeitos, que percorreu até a tarde desta terça-feira 60 km a partir da barragem I da mina Córrego do Feijão. De acordo com o último boletim divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM), a pluma (mistura de rejeito e água) deverá chegar ao município de São José da Varginha na noite desta terça-feira (29) e, entre os dias 5 e 10 de fevereiro, no reservatório da Hidrelétrica de Retiro de Baixo.
 
“A expectativa é que todo o rejeito fique retido no reservatório desta usina (Retiro de Baixo), não alcançando o reservatório da Hidrelétrica de Três Marias”, informou o CRPM, que divulga boletins diários em parceria com a Agência Nacional de Águas (ANA).
 
Desde sábado (26), técnicos do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Peixes Continentais (Cepta), do ICMBio, estão na área da represa. Todos os dias, eles fazem a coleta e avaliação de amostras da água para detectar possíveis impactos dos sedimentos na ictiofauna (peixes).
 
Nesta terça, está prevista a chegada à região de especialistas do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Antífibios (RAN) e do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade do Cerrado (CBC), do ICMBio, para ajudar nos trabalhos, segundo informou o diretor-substituto de Criação e Manejo de Unidades de Conservação (Diman) do Instituto, Ricardo Brochado.
 
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
 
O ICMBio mantém em Três Marias uma unidade de conservação de proteção integral, a Estação Ecológica (Esec) de Pirapitinga. A unidade fica numa ilha no interior da represa. Além de servir a pesquisas sobre a ictiofauna, a unidade é responsável por projeto de recuperação da vegetação do Cerrado.
 
O Instituto também monitora outras duas unidades de conservação que ficam próximas ao local do desastre, em Brumadinho. A Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Inhotim e a Floresta Nacional (Flona) de Paraopeba. A RPPN fica bem ao lado da barragem, mas não foi atingida. A Flona também apresenta pouco risco porque entre ela e o curso do rio há um cinturão de proteção formado pelo núcleo urbano do município de Paraopeba, informou Ricardo Brochado.
 
Analistas do Ibama e do ICMBio farão, ainda, nesta terça-feira, junto com funcionários da Fundação Nacional do Índio (Funai), vistoria numa Terra Indígena (TI) da etnia Pataxó Hã-Hã-Hãe, situada no município de São Joaquim de Bicas, vizinho ao local da tragédia. Mais de 80 indígenas vivem às margens do rio Paraopeba,segundo a Funai.
 
"Identificamos uma concentração de peixes mortos junto à aldeia e determinamos à Vale que faça o recolhimento desses peixes, que estão causando impactos à vida das populações indígenas, assim como as análises necessárias", disse a coordenadora-geral de Emergências Ambientais do Ibama, Fernanda Pirillo.
 
PROVIDÊNCIAS
 
Logo após o rompimento da barragem, na sexta-feira, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, sobrevoaram a área atingida. O presidente da República, Jair Bolsonaro, sobrevoou o local no sábado passado (26) e anunciou a criação de um Conselho Ministerial de Supervisão de Respostas a Desastre para acompanhar e fiscalizar as atividades de socorro e recuperação do município de Brumadinho.

Desde então, representantes do Ibama e do ICMBio estão integrando o Posto de Comando (PC) montado em Brumadinho, sob a coordenação da Defesa Civil do estado de Minas Gerais, responsável por todas as ações locais, com o apoio do Gabinete de Crise instaurado no Palácio do Planalto, em Brasília.
 
O MMA disponibilizou helicópteros, viaturas (pick up 4x4) e corpo técnico especializado para reforçar o grupo de especialistas em ações de resposta a acidentes e na avaliação dos danos ambientais.
 
No sábado, o Ibama lavrou cinco autos de infração contra a empresa Vale S.A. – Mina Córrego do Feijão, totalizando R$ 250 milhões. Os valores correspondem ao teto da multa estipulada pela Lei de Crimes Ambientais.
 
 
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Por: Elmano Augusto/ Ascom MMA, com informações do ICMBio e do Ibama.

Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA)
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