Katowice (Polônia) - As medidas de proteção do Cerrado e a forma como o governo brasileiro promove a produção sustentável no país foram apresentadas nesta sexta-feira (7) aos participantes da Conferência do Clima (COP 24), reunião das Nações Unidas que ocorre até a próxima semana, na Polônia. O assunto foi discutido na programação do Espaço Brasil na COP 24, que também sediou debates entre representantes da comunidade científica.
Ao longo de 2018, R$ 400 milhões foram aplicados em multas decorrentes de crimes ambientais constatados em áreas de Cerrado. O valor é referente às 900 autuações aplicadas, neste ano, na região. “Estamos trabalhando para evitar que novas áreas sejam desmatadas”, afirmou o coordenador-geral de Fiscalização Ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Renê de Oliveira.
Entre as ações de fiscalização deste ano, está a operação realizada na região conhecida como “Matopiba”, que envolve áreas do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. A atividade resultou em 62 autos de infração, que totalizaram R$ 105,7 milhões em multas aplicadas. A operação flagrou crimes associados ao desmatamento ilegal em áreas já embargadas pelo Ibama.
O Sistema Nacional de Controle da Origem dos Produtos Florestais (Sinaflor) foi apontado como uma das principais medidas de incentivo à sustentabilidade. Pela plataforma, o poder público consegue rastreara cadeia de produtos florestais, desde a extração e do transporte até a destinação final. “Toda a produção tem de ser dentro da legalidade”, ressaltou o coordenador-geral de Fiscalização Ambiental do Ibama.
CIÊNCIA
Pesquisadores de diferentes países analisaram a contribuição de trabalhos científicos para o entendimento dos prejuízos causados pelo aquecimento global. Vice-presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), a brasileira Thelma Krug ressaltou as recomendações de relatório recente da entidade sobre os impactos de um aumento de 1.5ºC na temperatura média do planeta.
Para evitar que o aquecimento supere esse limite, será necessária uma série de medidas voltadas para a redução das emissões e dos impactos da mudança do clima, com contribuição para a erradicação da pobreza. “Os caminhos são diferentes para cada nação e região”, explicou Thelma. Segundo ela, o mundo precisará alavancar uma transição substancial tecnológica para chegar a esse objetivo.
Os debates desta sexta também envolveram representantes de universidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, além de entidades da sociedade civil. Organizado pelos ministérios do Meio Ambiente (MMA) e das Relações Exteriores (MRE), o Espaço Brasil na COP 24 engajará, até o fim da Conferência, representantes de diversos setores da sociedade em discussões relacionadas à agenda climática.
SAIBA MAIS
A Conferência do Clima que ocorre até o próximo dia 14, na Polônia, é a 24aConferência das Partes (COP 24) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Na reunião, estão reunidos representantes de 195 países, com o objetivo de negociar e chegar a um consenso sobre as regras para a implementação do Acordo de Paris, pacto mundial com o objetivo de conter o aumento da temperatura média do Planeta.
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