Katowice (Polônia) - Impactos como ondas de calor, incêndios florestais e tempestades estão entre os alertas feitos nesta segunda-feira (3) na abertura da Conferência do Clima, a COP 24. A cúpula reúne, até o fim da próxima semana, mais de 190 países, com o objetivo de avançar em medidas capazes de conter esses eventos extremos. Além das negociações diplomáticas, o Brasil participa da COP 24 com um espaço onde serão divulgadas as políticas nacionais na área ambiental.
Na abertura, a comunidade internacional destacou a importância da transição tecnológica e a necessidade de definições em questões como o financiamento de ações para conter a mudança do clima. A mobilização de recursos é um dos vários pontos em pauta na COP 24. Juntos, esses itens formarão, após aprovados, o livro de regras para a implementação do Acordo de Paris – pacto mundial com o objetivo de limitar o aumento da temperatura média do Planeta.
Formada por representantes do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e de outros órgãos do governo federal, a delegação brasileira já está em atuação na COP 24. O ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, chefiará a equipe brasileira a partir da próxima semana, quando ocorrerão reuniões do segmento de alto nível. No contexto geral, a Conferência será presidida pelo governo polonês, anfitrião do evento.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou que o combate à mudança do clima é urgente. “Para muitos, essa é uma questão de vida ou morte”, declarou, em referência a regiões de várias partes do mundo, que já sentem os efeitos do aquecimento global.
O potencial de mobilização da economia em nível mundial também foi citado por Guterres. De acordo com ele, são necessários investimentos em setores como energias renováveis, cidades sustentáveis, recursos hídricos e indústria. “A ação climática oferece um caminho atraente para transformar o mundo”, resumiu.
ESPAÇO BRASIL
Pelo terceiro ano consecutivo, o governo federal organizou uma área dentro da Conferência do Clima para engajar a sociedade e discutir os resultados do país na área ambiental. Neste ano, a programação do Espaço Brasil na COP 24 será dividida por dias temáticos. Entre eles, haverá eventos dedicados a florestas, comunidades e povos tradicionais, negócios e ao legado do país na agenda ambiental.
Os debates terão a participação de representantes do setor público, iniciativa privada, sociedade civil e comunidade científica. O Espaço Brasil é uma realização do MMA, Serviço Florestal Brasileiro (SFB), Agência Nacional de Águas (ANA), Ministério das Relações Exteriores (MRE) e Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex).
SAIBA MAIS
A Conferência do Clima que começou na Polônia atende pelo nome oficial de 24ª Conferência das Partes (COP 24) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Essa é a reunião anual em que os signatários da Convenção negociam novos protocolos voltados para a redução de emissões de gases de efeito estufa, além de avaliar o andamento de acordos estabelecidos anteriormente.
Diante dos delegados de mais de 190 países, a abertura ocorreu em duas sessões. No domingo (2), houve sessão plenária com a definição da pauta da reunião. Na segunda (3), ocorreu a cerimônia de abertura com o secretário da ONU, António Guterres, o presidente da Polônia, Andrzej Duda, a secretária-executiva da Convenção do Clima, Patrícia Espinosa, e o presidente da COP 24, Michal Kurtyka.
Adotado em 2015, na COP 21, o Acordo de Paris representa um esforço mundial para manter a temperatura média global abaixo de 2ºC, com esforços para limitar esse aumento a 1.5ºC. Nesse contexto, cada país apresentou uma meta própria para fazer sua parte frente ao aquecimento global. O compromisso do Brasil é reduzir 37% das emissões até 2025, com indicativo de cortar 43% até 2030 – ambos em comparação a 2005.
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