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Pecuária a caminho da sustentabilidade

Parceria para o controle do desmatamento pela cadeia produtiva da carne é fortalecida em Brasília entre governo, produtores e sociedade civil.
Publicado: Quinta, 22 Novembro 2018 19:01 Última modificação: Sexta, 23 Novembro 2018 16:51
Crédito: Gilberto Soares/MMA Juliana Simões (centro): "Objetivo é encontrar meios de desenvolver a cadeia da carne e conservar a floresta" Juliana Simões (centro): "Objetivo é encontrar meios de desenvolver a cadeia da carne e conservar a floresta"
Brasília - O seminário Sistemas Integrados para a Cadeia Produtiva da Pecuária começou na noite desta quarta-feira (21), em Brasília, e terminou nesta quinta (22). O objetivo do evento foi integrar sistemas de informação dos governos, setor produtivo e sociedade civil, a fim de aprimorar o controle do desmatamento associado à cadeia produtiva da pecuária na Amazônia Legal.
 
 
O seminário forneceu subsídios para a preparação de sistema informatizado que vai ajudar a verificar o cumprimento do Código Florestal nos imóveis produtores de carne, gerando mais segurança para o mercado. “Queremos gerar informações da cadeia produtiva da carne para demonstrar ao mercado quem está produzindo de forma ambientalmente correta e, assim, influenciar a redução do desmatamento ilegal e a recuperação dos passivos ambientais”, afirmou o diretor de Florestas e Combate ao Desmatamento do MMA, Jair Schmitt.
 
Essas informações serão geradas a partir de um sistema de dados financiado pelo governo alemão, dentro da cooperação alemã com o governo brasileiro. “A assinatura de um dos projetos de cooperação com o governo alemão deve ocorrer até o final deste ano, e o outro, até final de 2019”, disse Jair Schmitt.
 
Para o diretor, há uma grande tendência atual, no cenário internacional, de avaliar critérios ambientais dentro do mercado agropecuário. “Se não demonstrarmos a legalidade ambiental da origem da carne, poderemos sofrer com barreiras comerciais, prejudicando o desenvolvimento econômico do país”, destacou.

Essas exigências colaboram com o cumprimento dos compromissos internacionais assumidos pelo governo brasileiro dentro do Acordo de Paris para a mudança do clima. A Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC), assumida pelo Brasil, determina que até 2030 o desmatamento na Amazônia será zero, serão restaurados 12 milhões de hectares de florestas e 15 milhões de pastagens degradadas serão restauradas.
 
PRODUTIVIDADE E CONSERVAÇÃO
 
“Nosso principal objetivo aqui é encontrar meios de desenvolver a cadeia da carne de modo a conservar a floresta, sem perda de produtividade”, disse a secretária de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do MMA, Juliana Simões. “Precisamos construir caminhos para ganhar sustentabilidade nessa cadeia, como investir em tecnologia para aumentar a produtividade”.
 
Na Amazônia, 60% das áreas já desmatadas estão ocupadas por pastagens, segundo dados do TerraClass 2014, levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Um dos avanços, até o momento, se refere aos Termos de Ajustamento de Conduta (TACs), assinados entre o Ministério Público Federal e frigoríficos. Com isso, frigoríficos passaram a exigir dos pecuaristas que lhe vendem o gado (fornecedores diretos) uma série de critérios socioambientais.
 
Segundo Juliana Simões, um acordo entre os setores envolvidos está sendo elaborado, para estabelecer os compromissos de cada um na estratégia para uma pecuária sustentável. A expectativa é que esse acordo seja assinado em 2019.
 
TEMAS EM DEBATE

Nesta quinta-feira (22), a programação do seminário contou com quatro painéis expositivos. O primeiro abordou os sistemas de monitoramento ambiental, a partir da pergunta: como o sistema pode ajudar no cumprimento do código florestal pela cadeira da carne? Participaram do painel Ibama, Serviço Florestal Brasileiro, Embrapa e secretarias de estado de Meio Ambiente do Acre e de Rondônia.

No segundo painel, a conjuntura de mercado foi o tema central. “Qual o potencial do mercado para valorizar a pecuária sustentável?” foi o mote das discussões. As contribuições da sociedade civil para o monitoramento da cadeia da carne e risco de desmatamento associado aos frigoríficos na Amazônia estiveram no terceiro painel.
 
Já os sistemas de monitoramento da pecuária, sob a ótica de como o sistema pode contribuir para a garantia da procedência da carne, foi o assunto do quarto e último painel.

GT PERMANENTE

Realizado pelo Grupo de Trabalho (GT) para o Controle do Desmatamento pela Cadeia Produtiva da Carne, o seminário reuniu representantes das secretarias de Meio Ambiente, de Agricultura e das agências de Defesa Agropecuária dos estados da Amazônia Legal.

O GT é coordenado pelo MMA e reúne, além das unidades vinculadas, os frigoríficos JBS, Marfrig e Minerva, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), o Grupo Pão de Açúcar, Carrefour, Walmart, Cencosud (grupo de mercado varejista da América do Sul), Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Amigos da Terra, Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Embrapa e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O GT atua no âmbito do Comitê Permanente de Coordenação sobre Desmatamento, criado em 2017.
 
 
 
Por: Letícia Verdi /Ascom MMA

Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA)
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