Por: Luciene de Assis - Editor: Marco Moreira
Um cubo de seis lados, idealizado pelo escultor mineiro Darlan Rosa, tomou forma de obra de arte ao ser entalhado numa chapa de compensado revestido com a madeira freijó, a ser entregue aos finalistas e ganhadores da primeira edição do Prêmio Nacional de Biodiversidade, promovido pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA). O vencedor de cada uma das seis categorias do Prêmio, com solenidade marcada para a noite desta sexta-feira (22/05), às 19h, no Itamaraty, em Brasília, receberá uma escultura de 35 centímetros de diâmetro, sustentada por uma base sólida em freijó, com dedicatórias pessoais entalhadas em baixo-relevo.
Darlan Rosa conta que gerou uma imagem tridimensional no computador para ter uma ideia real do produto final. O cubo, esculpido em diagonal, simboliza a célula de um ser vivo e cada uma de suas seis faces recebeu um desenho abstrato, retratando o maior número possível de espécies de plantas, animais quadrúpedes, répteis, insetos, aves. “A obra remete à ideia de preservação, de construção de novos seres, de reconstrução de novas espécies metaforicamente falando”, explica o artista.
AMOR E ARTE
A peça foi, originalmente, pensada pelo escultor para ser em metal, mas o aspecto ecológico foi considerado e optou-se pela madeira. A escultura é toda desmontável para facilitar o transporte e foi elaborada em madeira por se tratar de um item de fácil reciclagem, entrando na esfera de recomposição e renovação quando seus resíduos voltam ao meio ambiente, lembra Rosa.
O criador do troféu desta primeira edição do Prêmio Nacional de Biodiversidade lamenta não estar no Brasil na data da revelação dos vencedores das seis categorias concorrentes. Ele explica: “Nessa data, estarei em Cuba participando de uma bienal, mas me sinto honrado pelo convite do Ministério do Meio Ambiente para idealizar a peça”. E garante: “Não trabalho por dinheiro; minha relação com a arte é de amor, tanto que doei minha criação para o MMA”.
TOM SOBRE TOM
O freijó é uma árvore de grande porte e sua madeira rajada, de média densidade, em variados tons de castanho, é muito usada no mercado por ser fácil de trabalhar e abundante na região Amazônica. A empresa Protomak, que presta serviço de engenharia de produto e prototipagem rápida (impressão 3D), foi responsável pela confecção de 40 troféus. O sócio-gerente do estabelecimento, Murilo Lana, explica que cada um dos seis lados do cubo foi usinado individualmente para depois ser montado sobre a base maciça.
Segundo Lana, cada uma das 240 peças dos 40 cubos foi entalhada com uma ferramenta de corte chamada fresa, semelhante a uma broca, comandada por uma máquina computadorizada, obedecendo aos detalhes do desenho virtual preparado por Darlan Rosa. A máquina “cava” cada face no bloco de madeira e, depois, a finalização é feita com cera de carnaúba para manter seu aspecto natural, realçando os veios sem usar verniz ou produtos e processos químicos. Foram preparados dez troféus de 35 cm de diâmetro cada e outras 30 peças de 25 cm.
De acordo com a bióloga do Laboratório de Produtos Florestais do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), órgão vinculado ao MMA, Vera Coradin, a madeira freijó permite um acabamento muito bonito e foi a melhor opção de material para a confecção das peças, dentro do que existe disponível no mercado. Segundo ela, a espécie é bastante utilizada como madeira serrada e em painéis decorativos, entre outras possibilidades.
Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA) – 2028.1165
Notícias
MMA entrega o Prêmio de Biodiversidade
Troféu concebido por Darlan Rosa simboliza a célula de um ser vivo. Cada uma de suas seis faces recebeu um desenho abstrato, retratando o maior número possível de espécies de plantas, animais quadrúpedes, répteis, insetos, aves.
Crédito: Reprodução
O troféu: idealizado por Darlan Rosa
Redes Sociais