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Áreas prioritárias - Avaliação - Cerrado e Pantanal

Workshop Cerrado e Pantanal

O subprojeto Ações Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade do Cerrado e do Pantanal foi realizado ao longo de mais de três anos, fruto de uma parceria das instituições Fundação Pró-Natureza, Conservation International do Brasil, Fundação Biodiversitas e Universidade de Brasília e que envolveu dezenas de outras instituições. Para sua realização, as instituições organizadoras tiveram o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP). O subprojeto contou, ainda, com a colaboração das seguintes instituições: Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, Unibanco Ecologia, Fundação André Tosello/Banco de Dados Tropicais e do projeto Biodiversidade do Bioma Cerrado (DFID/Embrapa-Cerrados/UnB/ISPN/Ibama).

O complexo formado pelo Cerrado e pelo Pantanal foi a primeira região contemplada com a avaliação das áreas e das ações prioritárias para a conservação da biodiversidade. Entre 23 e 27 de março de 1998, em Brasília, foi realizada a Fase Decisória, quando os participantes foram divididos em grupos temáticos para identificar áreas prioritárias dentro da ótica de cada tema e do grau de conhecimento científico sobre a diversidade biológica, contemplando os seguintes grupos biológicos e não-biológicos: vegetação e flora, invertebrados, biota aquática, répteis e anfíbios, aves, mamíferos, fatores abióticos, socioeconomia e desenvolvimento e Unidades de Conservação. O conceito de prioridade foi definido a partir de dois critérios básicos. O primeiro diz respeito à importância biológica e o segundo, à urgência das ações para a conservação de áreas. A importância biológica tem um amplo espectro de avaliação, desde o nível de espécies até o das grandes paisagens. Os locais de ocorrência de endemismo, de espécies raras e ameaçadas, de espécies migratórias e de interesse econômico, de uso cultural ou tradicional foram identificados. Foram também mapeadas as grandes extensões contínuas de cobertura vegetal nativa, da ordem de 100.000ha ou mais. Além dos dados biológicos, foram utilizados outros elementos determinantes de biodiversidade, como clima, solos e relevo.

A urgência de ações de conservação foi avaliada pelas pressões demográficas, a vulnerabilidade das áreas naturais às atividades econômicas e expansão urbana e os incentivos atuais aos diversos tipos de exploração econômica.

Foram identificadas 87 áreas prioritárias para conservação da biodiversidade nos biomas Cerrado e Pantanal, desde os cerrados na divisa do Paraná e São Paulo até as savanas amazônicas do Amapá e Roraima. A delimitação das áreas foi realizada com base nas distribuições de elementos da biota, enfatizando áreas de alta riqueza de espécies, com alto grau de endemismo biológico e com presença de comunidades únicas. Para cada área, foi realizado um diagnóstico da importância biológica e uma avaliação das ações prioritárias para sua conservação. Estas ações abrangem a proteção (criação de unidades de conservação), o estudo científico (inventários), o uso direto dos recursos bióticos e a restauração ou recuperação de áreas antropizadas (manejo). No mapa das áreas prioritárias estas informações são apresentadas de maneira sintética, com destaque para a importância biológica da área (cor) e com a identificação da ação de conservação mais urgente (hachurado).

O resultado final apresenta diversos padrões significativos. As áreas de maior importância biológica concentram-se nos estados de Goiás, Bahia, Mato Grosso e Tocantins, ao longo do eixo central da distribuição do bioma Cerrado. Um número substancial de áreas, entretanto, teve informação insuficiente para avaliar sua importância. Isto ressalta a carência de dados biológicos para a região, e a necessidade urgente de proceder a inventários de campo na maior parte do Cerrado e Pantanal. Além da carência de inventários, o reduzido número de unidades de conservação é um problema sério. Em quase todas as áreas prioritárias, a criação de novas unidades foi assinalada como a ação mais urgente. 

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