Mudança de comportamento de toda a sociedade é fundamental para enfrentar grave problema das cidades
LUCIENE DE ASSIS
Será realizada, em Brasília, às 18h desta quinta-feira (12/09), a abertura da IV Conferência Distrital e I Conferência Regional do Meio Ambiente, que ocorrem até o próximo sábado no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Durante a solenidade, haverá o lançamento do programa de criação dos Centros de Triagem do Governo do Distrito Federal (GDF), que terá apoio financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES). Serão investidos R$ 21,3 milhões em projetos de inclusão de catadores.
O GDF investirá o mesmo montante no projeto, que se destina à instalação de 12 centrais de triagem e prevê, também, assistência aos centros, compra de equipamentos e capacitação dos 3 mil catadores, que faturam, em média, um salário mínimo por mês. Mas, a previsão é que, a partir da adoção da nova política de resíduos sólidos, ocorra, inicialmente, um aumento da renda em 50%.
A abertura dos dois eventos reunirá o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz; o presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu, além de representantes do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Distrito Federal.
INCLUSÃO
O governo de Brasília prevê, ainda, a construção de seis áreas para a reciclagem de resíduos da construção civil, duas áreas de aterro de resíduos inertes (que não sofrem transformações físicas, químicas ou biológicas significativas, mantendo-se inalterados por um longo período de tempo), e um centro de comercialização de materiais recicláveis. Entre as principais metas do projeto está a promoção da inclusão social de todos os catadores, por meio da formação profissional, assistência técnica e inserção em cooperativas e associações.
O objetivo das duas conferências é discutir a gestão dos resíduos sólidos do Distrito Federal, abrindo espaço para debater sua gestão consorciada com os municípios da Região Integrada Desenvolvimento Econômico (Ride). Cinco temas foram apresentados para o debate envolvendo o DF e a Ride: produção e consumo sustentáveis; redução de impactos ambientais; geração de emprego, trabalho e renda; educação ambiental e gestão consorciada de resíduos sólidos.
No DF e Ride, mais de 800 representantes da sociedade civil, do governo e do empresariado participaram dos encontros preparatórios visando identificar os problemas específicos de cada comunidade, a fim de propor uma política pública adequada. Todas as propostas listadas serão apresentadas durante a conferência. O secretário do Meio Ambiente do DF, Eduardo Brandão, destacou a importância da mudança de comportamento de toda a sociedade no enfrentamento de um grave problema das cidades.
NOVA MENTALIDADE
De acordo com Brandão, a capital do Brasil tem o maior lixão a céu aberto em operação na América Latina e o governo local tem se empenhado em mudar esta realidade. Como ocorre em quase todo o país, em Brasília as mulheres são maioria entre os catadores e a capacitação prevista para o gênero engloba a realização de cursos para agregar valor aos trabalhos que elas já desenvolvem. O projeto para o prevê a abertura de polos industriais de reciclagem.
O encontro nacional está previsto para acontecer entre os dias 24 e 27 de outubro e reunirá as expectativas de todo o país no que se refere a resíduos sólidos. Entre as principais propostas para o DF estão o encerramento das atividades do lixão da Estrutural; a abertura do Aterro Sanitário Oeste, localizado entre Ceilândia e Samambaia; a implantação da coleta seletiva em todo o DF, além da instalação de 12 centrais de triagem de materiais recicláveis para abrigar o trabalho das cooperativas.
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