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Definido projeto para Antártica

Publicado: Terça, 16 Abril 2013 18:07 Última modificação: Quarta, 17 Abril 2013 16:42
Crédito: Divulgação Projeto vencedor prioriza energia limpa Projeto vencedor prioriza energia limpa
Nova base brasileira Comandante Ferraz terá energia elétrica proveniente de fontes limpas, como eólicas, solar fotovoltaica e da queima de etanol

LUCIENE DE ASSIS

Começa, no próximo verão antártico, a construção da nova Estação Antártica Comandante Ferraz. A Marinha do Brasil calcula investir R$ 72 milhões para erguer as futuras instalações, que ocuparão uma área de 3,2 mil metros quadrados. O projeto arquitetônico, vencedor do concurso lançado em fevereiro pela Marinha do Brasil e pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), foi elaborado por equipe sob a coordenação do arquiteto Fábio Henrique Faria, de Curitiba (PR).

O diretor do Departamento de Biodiversidade e Conservação Costeira e Marinha do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Paulo Rogério Gonçalves, disse que, do ponto de vista do meio ambiente, o projeto vencedor atende aos critérios de preservação de uma arquitetura polar, “criada para uma região tão delicada”. A proposta vencedora, que ainda deverá passar por ajustes, a partir das recomendações de melhorias para o espaço de circulação, privilegia a tecnologia, a economia energética, a funcionalidade e a integração das pessoas.

A novidade é que a Estação Antártica Comandante Ferraz terá energia elétrica proveniente de fontes limpas, como eólica, solar fotovoltaica e até da queima de etanol. Paulo Rogério Gonçalves garantiu que o MMA e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) estarão presentes em todas as etapas da construção da nova base brasileira, localizada na península Keller, Baía do Almirantado, na Ilha Rei George.

TRATADO

Foto 2 copy

O projeto arquitetônico da nova Estação Antártica Comandante Ferraz será transformado em vídeo e apresentado pelo Brasil durante a reunião anual do Tratado da Antártica, previsto para acontecer na Bélgica no final de maio. Paulo Rogério ressalta que a escolha do projeto envolveu a formação de uma importante parceria, composta por ciência (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação), meio ambiente (MMA) e logística (Marinha do Brasil).

A previsão é que a complexa estrutura da Estação Comandante Ferraz esteja concluída até o final deste ano, prazo considerado muito curto pelo IAB para uma obra deste porte. Os pesquisadores terão à disposição, entre outros ambientes, 19 laboratórios modernos, num espaço capaz de abrigar 64 pessoas no verão e 34 no inverno.

De acordo com o memorial descritivo do projeto vencedor, os edifícios projetados levam em consideração, entre outros fatores, a topografia da Península Keller e a necessidade de preservação da vida animal e vegetal da região. De acordo com o projeto, a nova estação brasileira na Antártica será organizada em três blocos, contendo camarotes, áreas de serviço e salas de jantar e estar, espaço para convívio social, sala de áudio e vídeo, biblioteca, sala de reuniões e até uma lan house.

PESQUISA

O Brasil ocupa espaço na Antártica há 32 anos. Em fevereiro do ano passado, um incêndio destruiu as instalações anteriores, vitimando dois militares. O complexo brasileiro consumido pelo fogo tinha cerca de 2.600 metros quadrados de área construída, incluindo laboratórios, oficinas, garagens para lanchas e embarcações, biblioteca e enfermaria.

A Estação Comandante Ferraz começou a operar naquela região há 28 anos, realizando estudos e pesquisas sobre o ambiente antártico por meio do Programa Antártico Brasileiro (Proantar), mantido pelo governo brasileiro.

A comunidade científica que utiliza a base é formada por estudiosos de diversas áreas do conhecimento, como oceanografia, meteorologia, biologia, geologia, química e arquitetura. E as ações do governo brasileiro na Antártida atendem ao acordado no Protocolo de Madri, relacionado ao Tratado da Antártida sobre Proteção do Meio Ambiente, segundo o qual a região é designada como “reserva natural”, consagrada à paz e à ciência, sendo que todos os países devem se comprometer com a preservação daquele meio ambiente.

As pesquisas realizadas na estação destinam-se à compreensão dos fenômenos naturais do ambiente local e sua repercussão global, particularmente no Brasil. O continente influencia, diretamente, no equilíbrio climático de todo o planeta, constituindo-se num laboratório natural, onde é possível estudar e desvendar alguns dos segredos da atmosfera, dos mares e da vida na Terra.

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