Rogério Ippoliti
Apresentar os desafios da agenda ambiental modelada pela sustentabilidade e expor críticas construtivas em relação a políticas públicas para o desenvolvimento do País. Essa foi a tônica do discurso da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, nesta quarta-feira (13/7), durante o Seminário de Construção da Dimensão Estratégia do Plano Plurianual (PPA) 2012/2015, no auditório do Ministério do Planejamento, em Brasília. "O PPA ainda é conservador. Temos um conjunto de decisões corretas, mas nos falta estratégias para o futuro e o meio ambiente está sendo trabalhado depois. Não dá para tratar o meio ambiente de forma marginal", disse a ministra.
Izabella Teixeira enfatizou que a discussão do PPA deve abordar formas de tornar o País mais competitivo em termos ambientais, com um desenvolvimento sustentável. A ministra criticou, por exemplo, "a politização de licenciamentos". "Licenciamento é tão somente uma cessão, que deve ser transparente, com visão estratégica e voltado para a expansão comercial, dentro das normas de sustentabilidade e responsabilidade", frisou. A defesa é pela integração da tecnologia, competitividade e negócios. "Não adianta ter linha de crédito sem visão empresarial e estratégica", ponderou.
A ministra comentou que, no Brasil, hoje em dia não se pode ter um hotel dentro de um parque - ela considera isso uma "arquitetura anacrônica" para o desenvolvimento do País. "Nos Estados Unidos, a realidade é totalmente diferente. Além de ter um estabelecimento, tudo em volta dele gera renda, com infraestrutura e responsabilidade ambiental. Não se trata de ser reativo, mas sim estratégico." Outro exemplo dado pela ministra é que o Brasil, país com a maior floresta tropical do planeta, detém apenas 4% do PIB mundial em produtos florestais. "Está na hora de mudar o jogo, claro, de acordo com a sustentabilidade."
Em relação aos desafios ambientais, Izabella mencionou as ações do Governo para os próximos 20 anos em questões como mudança climática, biodiversidade, seguranças hídrica e energética (66% do potencial hídrico está na Amazônia) e conflitos socioambientais. Neste último quesito, comentou o desmatamento e a violência no meio rural. Por fim, a ministra colocou as fronteiras oceânicas também como um desafio global. "É de onde está se buscando, hoje mais do que nunca, alimentos e insumos energéticos."
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