Ministros e representantes de cerca de 60 países reuniram-se nesta quinta-feira (11/3), em Paris, para discutir estratégias de combate ao desmatamento como forma de conter as emissões de gases-estufa. A Conferência Internacional sobre Grandes Bacias Florestais ocorre três meses após a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15), realizada em Copenhague, e busca dar novo fôlego às discussões iniciadas na Dinamarca.
Para o ministro Carlos Minc, que participou do encontro, a reunião desta quinta-feira "marca uma mudança no pessimismo e ceticismo originados pelo fracasso da cúpula de Copenhague". Segundo ele, é preciso "mais consenso e respostas imediatas" para que a cúpula das Nações Unidas sobre clima, marcada para o fim do ano, em Cancun (México), não obtenha o mesmo resultado que a de Copenhague.
Em Paris, os participantes debateram o REDD+, mecanismo compensatório para iniciativas que visem à redução de emissões de gases-estufa por desmatamento e degradação. A ideia é que o REDD+ vigore mesmo na ausência de um acordo internacional sobre clima.
Na abertura do evento, o presidente francês Nicolas Sarkozy defendeu que os países ricos contribuam mais para que as nações pobres tenham condições de combater o desmatamento - problema responsável por cerca de 20% do total de emissões de gases-estufa no mundo.
"A reunião buscou organizar a questão de implementação e financiamento do REDD+, porque existe uma série de iniciativas acontecendo tanto em países interessados em colaborar quanto em países interessados em receber ajuda, mas não há nenhuma coordenação, e isso faz com que haja uma dispersão de recursos e projetos", diz a secretária de Mudanças Climáticas do MMA, Suzana Kahn, que também participou da reunião na capital francesa.
Por isso, em Paris foi formado um grupo de países, do qual o Brasil faz parte, para mapear os projetos já existentes e identificar quem precisa de recursos e quanto.
Respostas - Carlos Minc ressaltou que os países devem buscar "mais consenso e respostas imediatas" para problemas como o desmatamento, no qual o Brasil desempenha papel de protagonista, já que abriga em seu território boa parte da Floresta Amazônica. O ministro disse, ainda, que os países devem começar a trabalhar em aspectos como a gestão dos recursos, para não ir a Cancun somente com teorias a respeito, e "para que o México possa superar os problemas encontrados em Copenhague".
O ministro deu as declarações em uma entrevista coletiva realizada em conjunto com o ministro de Ecologia da França, Jean-Louis Borloo. Para o ministro francês, apesar de o desmatamento ser um tema que não está na agenda internacional, é absolutamente vital. Borloo pediu resultados concretos e disse esperar "decisões operativas" a partir da reunião desta quinta-feira.
Além do ministro Carlos Minc e da secretária Suzana Kahn, a comitiva brasileira em Paris inclui o consultor do MMA, Tasso Azevedo, e a diretora do Serviço Florestal Brasileiro, Thais Linhares Juvenal.
Minc fala na OCDE
Na sexta-feira, 12 de março, às 10h, ainda em Paris, Minc participa de reunião do Grupo Informal sobre o Brasil, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O ministro fará uma apresentação sobre a política ambiental brasileira, especificando seus focos e prioridades. O evento ocorre na sede da OCDE, sala CC18, na Rue André Pascal.
Com informações de agências
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