Os três países com as maiores áreas de floresta tropical do mundo - Brasil, República Democrática do Congo e Indonésia - reúnem-se a partir desta quinta-feira (4/3), para discutir o potencial de cooperação Sul-Sul com o objetivo de acelerar a implementação de políticas de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD).
Esta é a primeira vez que as três nações se aproximam formalmente para discutir o assunto. "Espera-se que esse workshop seja o início de uma plataforma de diálogo e cooperação entre os países em desenvolvimento com cobertura florestal para implementação do REDD", afirma a diretora do Serviço Florestal Brasileiro, Thaís Linhares Juvenal, que integra a comitiva brasileira.
A pauta do encontro inclui a definição de uma agenda de cooperação relacionada à construção de capacidades, transferência de tecnologia, troca de informações e papel de potenciais doadores e parceiros. Deve ser formulada ainda uma agenda para engajar outras nações na cooperação. As discussões também vão abordar aspectos como monitoramento, níveis de referência para calcular a redução de emissões, contabilidade do carbono florestal e estruturas de governança.
O Brasil é, hoje, um dos países onde os debates sobre REDD estão mais avançados. Segundo um levantamento feito pelo Serviço Florestal Brasileiro, há 22 iniciativas em curso, sendo 21 locais e uma de âmbito nacional, o Fundo Amazônia. No total, os projetos lidam com uma área de 33 milhões de hectares.
HISTÓRICO - O mecanismo de REDD surgiu nas discussões internacionais do aquecimento global pela primeira vez em 2005, na Conferência das Partes (COP) realizada em Montreal (Canadá) e ganhou força em 2007, quando o Plano de Ação de Bali, elaborado na COP-13, incentivou a realização de projetos demonstrativos de REDD.
O encontro Brazil-DRC-Indonesia Technical Workshop on REDD+: South-South Cooperation, que será realizado em Bogor, Indonésia, terá a participação da Austrália, Noruega, Reino Unido e do Forest Carbon Partnership Facility do Banco Mundial, UN-REDD Programme, Centre for Climate Risk and Opportunity Management, South East Asia and the Pacific e Terrestrial Carbon Group.
A delegação brasileira contará com representantes do Ministério do Meio Ambiente, do Serviço Florestal Brasileiro, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
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