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Basic vai ampliar cooperação técnica e financeira com países pobres

Acordo vai ampliar a transferência de tecnologia e criar fundo de apoio à adaptação de países em desenvolvimento
Publicado: Sábado, 23 Janeiro 2010 22:00 Última modificação: Sábado, 23 Janeiro 2010 22:00

Países pobres receberão ajuda técnica e financeira do Basic (grupo formado por Brasil, África do Sul, Índia e China) para ações de adaptação e mitigação às mudanças climáticas. Segundo o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que participou da reunião do grupo neste domingo (24), em Nova Délhi (Índia), o Basic fechou o acordo de cooperação para ampliar a transferência de tecnologia e para criar o fundo de apoio à adaptação de países em desenvolvimento.

"O Basic era um espaço de negociação política e diplomática. Agora, vamos lançar a linha da cooperação, sobretudo, entre o Basic e os países em desenvolvimento", ressaltou Minc.
O grupo também vai apoiar parcerias de assistência técnica para o uso adequado das novas tecnologias para adaptação e mitigação. Mas os países do Basic já vêm ajudando várias nações mais pobres.

O Brasil, por exemplo, ajuda países africanos e da América Latina a fazer o monitoramento de suas florestas, com os satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Tal iniciativa permite que esses países possam ter acesso a recursos do Redd (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação). E, em março, o Brasil realizará oficinas de capacitação, na Indonésia, sobre mecanismos que permitirão aos países pobres receberem recursos do Redd. Entre eles, o monitoramento e o manejo florestal sustentável.

Durante a reunião, o grupo também apoiou a proposta brasileira de criação de um fundo para ajudar as nações pobres em ações de adaptação às mudanças climáticas. Segundo Minc, os valores do fundo serão definidos pelos presidentes e primeiros ministros dos países que integram o Basic.

Apesar do fracasso da COP-15, o Basic saiu fortalecido com o protagonismo no debate climático. O grupo elaborou uma carta, endereçada à secretaria da conferência, sugerindo a realização, ainda neste ano, de cinco rodadas de discussões internacionais, para chegar à COP-16, em dezembro, no México, com os pontos do novo acordo do clima acertados.

O Basic já agendou três reuniões do grupo para este ano. A próxima está marcada para a última semana de abril, na África do Sul. O grupo também vai se reunir com outros países do G77 (bloco dos países em desenvolvimento) para debater os pontos acertados. Minc lembrou que os quatro países do Basic fazem parte do G77,  e afirmou que trabalharão para fortalecê-lo.

Segundo Minc, a tendência é o Basic recompor os laços com o grupo dos 77. "O Basic funciona como um motor de arranque. Ele sozinho não faz o carro andar. Então, a idéia é fortalecer o G77", disse Minc, sobre a importância do G77 para a criação de um novo acordo climático global.

O ministro disse ainda que o Basic irá se reunir com representantes dos Estados Undos, da União Européia e de outros grupos mundiais para "afinar" os detalhes sobre acordos climáticos. O grupo também se reunirá com os representantes do México, que sediará a COP-16, para que não ocorra a mesma falta de coordenação que aconteceu na COP-15. Para ele, o encontro da Dinamarca teve uma direção "frouxa", o que deixou vários países, principalmente os que sofreram com os efeitos da alteração do clima, sem serem ouvidos.

Metas - Os países do Basic também se comprometeram a assinar, até o dia 31 de janeiro, as metas de redução voluntárias de emissão de gases de efeito estufa apresentadas em Copenhague. A assinatura do chamado "Acordo de Copenhague" acontecerá no mesmo dia, nos quatro países. A meta brasileira é de reduzir a emissão entre 36% e 39%, até 2020.

O Basic cobrou das nações ricas os US$ 10 bilhões acordados para ações de adaptação e mitigação nos países em desenvolvimento. Tal valor faz parte do compromisso das nações mais ricas de direcionar US$ 30 bilhões, até 2012, para adaptação e mitigação às mudanças climáticas dos países pobres.

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