O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, desembarca nesta quinta-feira (11) em Póznan, na Polônia, para apresentar aos representantes de mais de 190 países que participam da 14ª Conferência das Partes sobre o Clima (COP-14) o Plano Nacional sobre Mudança do Clima, lançado pelo presidente Lula no último dia 1º de dezembro.
Minc, que chefia a delegação brasileira, terá a missão de divulgar o Fundo Amazônia entre os participantes e convencê-los a cooperarem com o Brasil no esforço de combate ao desmatamento que hoje representa 75% das nossas emissões de gases estufa e nos coloca como quarto maior emissor mundial.
O governo brasileiro chega ao encontro com um ambicioso compromisso. Quer reduzir em 72% o índice de desmatamento na Amazônia até 2017. O Plano Nacional sobre Mudança do Clima prevê a redução dos índices de devastação em 40% no primeiro quadriênio, 30% no segundo e 30% no terceiro. Isso equivale a 4,8 bilhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) a menos na atmosfera.
O documento também aponta outras medidas a serem tomadas nas áreas de produção de energia elétrica, álcool, biodiesel e carvão. "Isso é mais do que o esforço de todos os países desenvolvidos. A Inglaterra, por exemplo, quer reduzir 80% até 2050", avaliou o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.
A cooperação internacional com o Fundo Amazônia é fundamental para que o Brasil alcance os objetivos propostos no plano, por isso, no dia 11, será promovido pelo governo brasileiro um evento paralelo à COP com a participação dos ministros de Meio Ambiente da Alemanha, Sigmar Gabriel, e da Noruega, Erik Solheim; além do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Luciano Coutinho, do diretor executivo do Pnuma, Achim Steiner, e do economista Nicholas Stern, conselheiro do governo britânico sobre mudanças climáticas e autor do primeiro relatório a inserir o aspecto econômico no combate às mudanças climáticas.
Na abertura do evento, a secretária de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do MMA, Suzana Kahn, fará uma apresentação sobre o plano brasileiro e o diretor do Serviço Florestal Brasileiro, Tasso Azevedo, apresentará o Fundo Amazônia. O objetivo é demonstrar a relação entre os dois instrumentos para a redução do desmatamento.
O encontro de Póznan é mais uma jornada de negociações entre os países para definir um acordo substituto ao Protocolo de Kyoto - que atualmente regula as emissões de gases de efeito estufa e vence em 2012 - e pretende avançar em decisões para a próxima reunião em dezembro de 2009, em Copenhagen (Dinamarca), prazo final para se chegar a um novo acordo global sobre o clima.
Criado em 1997, o acordo de Kyoto determina que as nações industrializadas devem reduzir, até 2012, as emissões de gases de efeito estufa em aproximadamente 5% em relação aos níveis registrados em 1990. Para o próximo período de compromisso, a expectativa é de que as metas sejam mais ambiciosas.
Na agenda das delegações, temas como a Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD), transferência de tecnologia entre países, financiamento de ações de mitigação e adaptação e metas quantitativas de redução de emissões de gases de efeito estufa.
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