O Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse na sexta-feira (28), em entrevista coletiva sobre o desmatamento da Amazônia que "conseguimos inverter a explosão do Prodes e estamos com expectativa de retomada do viés de baixa dos últimos três anos". Dados do Instituto Naconal de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam um crescimento de 3,8% no índice entre os meses de agosto de 2007 e julho de 2008, número abaixo das expectativas no início do período. Entre 2006 e 2007 o instituto registrou 11.532 km² contra os 11.968 Km dos últimos 12 meses.
Segundo o ministro, era esperado que o desmatamento ficasse entre 14 e 15 mil km2 em função do aumento registrado nos últimos meses do ano passado fruto da pressão da soja e da carne. "Todas as estimativas indicavam que o Prodes/Inpe iria aumentar, mas com as ações que foram tomadas desde a gestão da ministra Marina ele praticamente estabilizou", disse Minc.
A estabilização do índice de desmatamento ocorre graças a ações emergenciais que foram tomadas para conter a alta na devastação. A manutenção da Resolução do Banco Central que limitou o crédito na região para os desmatadores ilegais, a ação focada nos 36 municípios que mais desmatam no país, além do decreto que regulamenta a lei de Crimes Ambientais editado esse ano pelo presidente Lula foram responsáveis pela queda de expectativas, avalia Minc.
Ele citou ainda a intensificação das operações do Ibama, que praticamente dobraram na região, e a criação dos portais rodoviários como exemplos de medidas que implicaram na redução do desmatamento em 23% nos últimos cinco meses desse ano em relação ao ano anterior. Dados do Ibama ostram que dos 20 municípios que mais desmatam, apenas dois tiveram aumento: Novo Repartimento, no Pará, e Juara, no Mato Grosso. "Nós passamos de um viés de alta, para um viés de baixa. Ainda não estamos satisfeitos, queremos uma queda muito mais acentuada, mas essas ações conseguiram frear o aumento do desmatamento", defendeu Minc.
Segundo o ministro nos próximos meses as ações do MMA estarão direcionadas ao estado do Pará, que há quatro anos mantém uma média elevada de desmatamento da ordem de 5 mil km2 por ano, e no Maranhão que praticamente dobrou o desmatamento em 2007 e passou a ocupar a terceira posição atrás do Pará e do Mato Grosso.
O Prodes é o sistema mais detalhado de monitoramento de desmatamento do INPE e se baseia somente no desmatamento por corte raso, ou seja, o estágio final de devastação em que o solo já foi tomado por vegetação de pastagem.
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