Adriano Ceolin
A secretária de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, Maria Cecília Wey de Brito, afirmou nesta terça-feira (11) que a preservação e o uso sustentável do Cerrado ajudam a evitar o aquecimento global. "O Cerrado e outros ecossistemas, quando alterados na sua composição e no seu uso, acabam influenciando nas mudanças climáticas porque proporcionam a liberação daquele carbono que estava estocado nas vegetações", disse Maria Cecília, em entrevista, no Senado Federal, após participar de audiência pública na Comissão Mista de Mudanças Climáticas do Congresso Nacional.
No encontro, ela fez uma palestra sobre projeções do aumento das temperaturas no Brasil até 2100 e apresentou dados sobre cobertura vegetal do Cerrado. Participaram também da audiência o diretor de Conservação da Biodiversidade do MMA, Bráulio Dias, e o analista ambiental Adriano Santhiago de Oliveira, da Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental. O evento fez parte das comemorações do Dia Nacional do Cerrado, celebrado neste 11 de setembro.
A secretária aproveitou a oportunidade para renovar o seu apoio à aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 15, de 1995, que torna o Cerrado e a Caatinga patrimônios nacional. Atualmente, a Constituição prevê essa distinção apenas para a Amazônia, o Pantanal, a Mata Atlântica e a Zona Costeira. A medida encontra-se pronta para ser apreciada em plenário, o que deve ocorrer até o fim deste mês.
"O Cerrado é importantíssimo, principalmente por conta da sua rica biodiversidade. Ele representa uma área territorial enorme do Brasil e está na cabeceira das maiores bacias hidrográficas do País", disse Maria Cecília. "Com a PEC, a gente reconstitui para o povo brasileiro que o Cerrado e a Caatinga serão tão fundamentais quanto os outros biomas. Por isso, esse Dia do Cerrado tem essa particular importância", completou a secretária.
O diretor Bráulio Dias defendeu, durante a audiência, a necessidade de se aumentar o número de áreas protegidas no Cerrado. "O esforço atual de áreas protegidas no Cerrado ainda é muito baixo. Não passa de 5%, se considerarmos todas das categorias. A meta nacional é atingir 10%. Precisamos contar com a ajuda dos governos estaduais, municipais, da sociedade civil e do setor privado", disse. "O Cerrado é um importante centro de origem de recursos genéticos", afirmou.
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