Uma equipe da Secretaria de Recursos Hídricos (SRH), do Ministério do Meio Ambiente, está em Natal dando continuidade ao ciclo de reuniões de implementação do Programa Água Doce. Também no Rio Grande do Norte será inaugurada pelo governo federal, nesta sexta-feira (30), a primeira Unidade Demonstrativa, nome dado a um complexo produtivo cujo ponto de partida é um dessalinizador.
O ciclo de reuniões inclui quatro encontros de membros da secretaria em cada estado, sendo um com os coordenadores estaduais do programa, outro com o grupo executivo de implementação e um terceiro com o secretário estadual de Recursos Hídricos. Uma última reunião envolve todo o núcleo estadual do programa, incluindo organizações não-governamentais, universidades, órgãos públicos e segmentos da sociedade.
O mesmo ciclo de reuniões já passou por Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. No mês de abril, serão contemplados os estados do Maranhão, Piauí, Ceará e Paraíba. Por fim, na primeira quinzena de maio as reuniões ocorrem em Minas Gerais e Espírito Santo. "Até o final deste ano deveremos ter concluído todo o planejamento do programa nos estados", afirma o coordenador do Programa Água Doce, Renato Saraiva Ferreira, da SRH.
O Programa Água Doce, desenvolvido pelo governo federal com participação do MMA e de outros ministérios, tem como finalidade fornecer água potável às populações de comunidades difusas que habitam o semi-árido brasileiro. Uma das formas de alcançar os resultados é conseguir aproveitar a água subterrânea da região, conhecida por sua alta salinidade. Para retirar o sal da água, inicialmente serão instaladas 22 Unidades Demonstrativas em 11 estados, em parceria com a Fundação Banco do Brasil, BNDES, Petrobras e o Programa de Revitalização do São Francisco, por intermédio da Codevasf.
A primeira unidade será inaugurada nesta sexta-feira em São José do Seridó, no vilarejo de Caatinga Grande, interior do Rio Grande do Norte. A cerimônia contará com a participação do secretário-executivo do MMA, Claudio Langone, e do secretário de Recursos Hídricos do ministério, João Bosco Senra. Até o fim de 2008 deverão ser beneficiados com duas unidades cada um dos 11 estados.
Elas são chamadas demonstrativas porque o objetivo é tornar essas 22 apenas o começo de uma realidade que se dissemine por todo o sertão, garantindo o consumo de água potável a centenas de milhares de pessoas nos próximos anos. Além de assegurar a saúde da população com água própria para consumo humano, os complexos ajudam a fomentar renda. Após separar a água potável, o restante, com alto teor de sal, é despejado em tanques para criação de tilápias rosas, peixe que se desenvolve em meios salobres.
O passo seguinte consiste em aproveitar o efluente dessa criação, enriquecido em matéria orgânica, para irrigar a erva-sal (Atriplex nummularia), por sua vez utilizada na produção de feno. Também enriquecido de nutrientes da erva-sal, o feno servirá para alimentar ovinos e caprinos, principalmente durante o período de estiagem. Assim, fecha-se o complexo sustentável. A parceria com o Banco do Brasil e o BNDES prevê não somente a instalação das unidades, mas também sua manutenção.
Adesão maranhense - Nesta quarta-feira (28), será realizada uma nova reunião com a equipe da Secretaria de Recursos Hídricos do MMA, desta vez com os coordenadores estaduais dos 11 estados, para tratar de estratégias conjuntas sobre o Programa Água Doce. O Maranhão ainda não havia confirmado participação no programa, mas na última semana indicou seu coordenador. Agora, o grupo de participantes está completo, de acordo com o projeto inicial. Além dos nove estados do Nordeste, integram o Água Doce Minas Gerais e Espírito Santo.
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