Aida Feitosa
O Brasil acaba de ganhar um guia que vai auxiliar a gestão da água no território nacional. Trata-se do GEO Brasil Recursos Hídricos, relatório que indica o histórico do manejo dos recursos hídricos do País e orienta como deve ser construída uma agenda de sustentabilidade para os próximos anos.
Lançado, na segunda-feira (5), na sede da Agência Nacional de Águas (ANA), o documento é o primeiro volume de uma série de relatórios sobre o estado do meio ambiente no País, e sistematiza, pela primeira vez, informações sobre a situação da água brasileira, além de traçar 91 recomendações para um futuro sustentável desse patrimônio.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que participou do lançamento do Geo Brasil, falou sobre a importância de planejar as políticas públicas e tomar as decisões a partir de informações sistematizadas. "Isso nos possibilita acertar mais e errar menos", disse. O GEO Brasil Recursos Hídricos é uma iniciativa conjunta da ANA, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e do Ministério do Meio Ambiente.
O secretário-executivo do Pnuma, Achim Steiner, presente à cerimônia de lançamento do GEO Brasil, afirmou que o estudo é um esforço colaborativo. "Se quisermos superar os desafios enfrentados pelo planeta e sua população temos que reconhecer que não há mais espaço para interesses egoístas. A cooperação e a colaboração são os nossos aliados", disse.
O diretor da ANA, Bruno Pagnoccheschi, afirmou que a partir da instituição da Lei das Águas, criada há dez anos, foi possível estruturar a gestão hídrica no País. "O relatório extrai as vantagens conseguidas nesse processo", explicou. Para o secretário de Recursos Hídricos do MMA, João Bosco Senra, a Lei das Águas, o Plano Nacional de Recurso Hídricos e o GEO Brasil dialogam no processo de envolvimento de toda sociedade, na redução dos conflitos reais e potenciais para o uso da água e na percepção da conservação da água como um valor socioambiental.
Mudanças climáticas - A ministra Marina Silva, na ocasião, chamou a atenção para o problema do aquecimento global e sua grave conseqüência para a gestão dos recursos hídricos. "A questão das alterações do clima não é algo que vai acontecer, já está acontecendo", afirmou Marina Silva. A ministra disse ainda que a ação humana ao longo dos últimos cinqüenta anos acelerou o processo de esquentamento do planeta, com repercussões econômicas, sociais, culturais e até emocionais.
"As mudanças climáticas podem afetar em até 20% o Produto Interno Bruto mundial e seus efeitos atingem todas as pessoas, particularmente as que têm mais dificuldade para se proteger", afirmou Marina Silva.
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