Rubens Júnior
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, avalizou nesta terça-feira (6), em Nairóbi, no Quênia, a posição pelo começo das negociações mundiais pela progressiva redução até o fim da utilização de mercúrio no processo industrial. A posição do governo brasileiro contra o uso do metal poluente foi anunciada durante plenária de ministros do Meio Ambiente de vários países na 24ª sessão do Conselho de Administração do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e do Fórum Global de Ministros da área, realizada na capital queniana.
Marina Silva defende que a substituição do mercúrio, um processo longo, seja feita mediante mecanismos de compensação, como transferência de tecnologia e a adoção de fundo financeiro de apoio internacional aos países em desenvolvimento que abdicarem da utilização daquele metal em seus processos industriais.
A ministra participou também de um debate sobre o tema Globalização e Meio Ambiente, coordenando uma das mesas do encontro. O foco central das discussões foi o desenvolvimento econômico e suas formas de relação com o meio ambiente - relação esta que Marina Silva não vê como incompatível. Para ela, o Brasil tem dado demonstrações exemplares para o mundo de que é possível crescer sem destruir o meio ambiente, como ocorre, por exemplo, na substituição dos combustíveis fósseis (responsáveis pelo efeito estufa) por fontes renováveis - 42% da matriz energética brasileira são renováveis.
Mercúrio - O mercúrio é um dos problemas mais sérios para o ambiente e a saúde humana na Amazônia. Além de ser usado na produção de soda, lâmpadas fluorescentes, termômetros e de outros produtos, o metal é empregado na amalgamação do ouro. O uso indiscriminado e sem critérios em garimpos contaminou o ar, os rios e solos da região, alcançou os peixes e os seres humanos, sobretudo habitantes da região ribeirinha.
Numa pessoa não-contaminada, é possível encontrar seis partes por milhão (ppm) de mercúrio nos fios de cabelo. O índice de 50 ppm indica toxicidade. Em algumas comunidades de ribeirinhos, ao longo do rio Madeira, o índice chegou a 150 ppm. O problema da contaminação por mercúrio extrapola as fronteiras do Brasil, atingindo países vizinhos, como Venezuela e Colômbia.
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