Regina Rabelo
Unidades de conservação (UC's) criadas e ampliadas no entorno da BR-319, a rodovia que liga Porto Velho a Manaus, terão como funções proteger a Amazônia, gerar emprego, renda e desenvolvimento para a região. Elas concluirão a construção de cinturão verde para proteger o bioma de forma segura e eficiente porque ocupam posições estratégicas na região. Segundo o diretor de Áreas Protegidas (DAP) do Ministério do Meio Ambiente, Maurício Mercadante, a estratégia adotada não foi simplesmente conter o desmatamento, mas mudar o padrão de ocupação e a dinâmica econômica da região, que hoje está, em grande medida, baseada na agricultura, na pecuária e na exploração predatória da madeira.
Para Mercadante, a meta do MMA foi dirigir todos os incentivos, a ação do governo para a economia florestal, tanto de recursos madeireiros quanto de recursos não madeireiros, sem eliminar totalmente o espaço ou a possibilidade do desenvolvimento da agricultura e da pecuária, que continuam sendo necessárias. "A expectativa é gerar emprego, renda e promover o desenvolvimento da região, mas com base no recurso florestal, mantendo a floresta em pé. Essa é a missão", ressaltou Mercadante. A proposta é dirigir a economia da região para a atividade florestal de forma sustentável e permanente, garantindo a conservação da biodiversidade, dos serviços ambientais que a floresta presta.
De acordo com o diretor, a proposta é gerar emprego, renda e desenvolvimento com base na economia florestal e, ao mesmo tempo, conservar a biodiversidade e os serviços ambientais que a floresta oferece. Ele lembrou que a floresta amazônica é um reservatório de carbono. A maior fonte de carbono do Brasil é o desmatamento."E nós estamos num momento em que a questão climática global está na ordem do dia. Para nós, portanto, é estratégia fundamental, inclusive para posição do Brasil nesse cenário internacional, em que está se discutindo a questão climática, controlar o desmatamento", concluiu.
Na opinião de Maurício Mercadante, além da criação de unidades de conservação, o MMA tem o desafio da gestão das áreas, em grande parte apoiada pelo Programa de Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), que superou já no ano passado metas previstas para 2007. Além disso, apoiou a consolidação de sete milhões de hectares de áreas de proteção integral já existentes na Amazônia. Até 2009, a meta do Arpa é criar mais 19,5 milhões de hectares de novos parques, reservas biológicas e estações ecológicas federais e estaduais. Além disso, consolidará mais 20, 5 milhões de hectares de áreas protegidas já declaradas. Para 2012, o objetivo é atingir 50 milhões de hectares de áreas protegidas na Amazônia.
Mata Atlântica - Em relação à Mata Atlântica, as principais iniciativas visando conter o desmatamento por meio da criação de UC's, foram dirigidas para os estados do Paraná, Santa Catarina e Bahia. Sete unidades de conservação foram criadas no Paraná e Santa Catarina, resultado de esforço grande para proteger os remanescentes das matas de araucárias, que inclui também o Parque Nacional de Itajaí, com cerca de 50 mil hectares. O Parque Nacional dos Campos Gerais ocupa áreas de Ponta Grossa, Castro e Carambeí. Apresenta paisagem típica da associação entre florestas com araucárias e campos naturais. Abriga sítios arqueológicos importantes e formações geológicas singulares. O Parque Nacional das Araucárias é uma autêntica "mata-preta" e inclui espécies ameaçadas de extinção.
Duas reservas biológicas ficam no Paraná, a das Araucárias é uma das maiores áreas remanescentes de floresta. Abriga importantes mananciais, além de significativas áreas de várzea, campos úmidos e florestas de galeria. A das Perobas é o único refúgio da fauna da região. O Refúgio de Vida Silvestre dos Campos de Palmas abrange área de dois municípios paranaenses com remanescentes de campos naturais.
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