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Gilbués ganha primeiro núcleo de pesquisa de combate à desertificação do País

A ministra Marina Silva inaugurou nesta terça-feira (28), juntamente com o governador do Piauí, Wellington Dias, o primeiro Núcleo de Pesquisa de Recuperação de Áreas Degradadas e Combate à Desertificação (Nuperade), em Gilbués, no Piauí.
Publicado: Segunda, 27 Novembro 2006 22:00 Última modificação: Segunda, 27 Novembro 2006 22:00

Gerusa Barbosa

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou nesta terça-feira (28) que a implementação do Plano Nacional dos Recursos Hídricos é uma das ações mais importantes adotadas pelo Ministério para combater a desertificação no Brasil. Ela inaugurou, juntamente com o governador do Piauí, Wellington Dias, o primeiro Núcleo de Pesquisa de Recuperação de Áreas Degradadas e Combate à Desertificação (Nuperade), localizado no município de Gilbués (PI). A sede do Nuperade, construída com recursos do Ministério do Meio Ambiente (cerca de R$ 100 mil), vai apoiar estudos sobre o fenômeno da desertificação, além de testar tecnologias para o controle do processo de degradação de terras e de recuperação de áreas degradadas.

Marina Silva disse que a área de Gilbués é a mais afetada pela desertificação, mas também é o lugar onde a parceria entre governo federal, estadual, universidades, comunidade tem conseguido boas respostas tanto na fixação do recurso hídrico como na recuperação de áreas degradadas. "As experiências aqui processadas serão levadas para outras regiões com os mesmos problemas de desertificação". Para ela, o Núcleo será uma espécie de centro de irradiação dos conhecimentos e das práticas que as comunidades estarão aprendendo não só para o estado do Piauí, mas também para outras regiões.

De acordo com Marina Silva, o Ministério do Meio Ambiente, junto com os parceiros, está trabalhando, no âmbito do plano de combate à desertificação, para recuperar áreas degradadas, definir reservas permanentes, recuperar nascentes e realizar curvas de nível para que a água fique retida no solo. "Isso aumenta umidade e vegetação, importante para sustentar o solo e conter o processo erosivo", afirmou Marina.

A exploração de diamante, a extensão da pecuária, a agricultura sem os devidos cuidados com a preservação do solo são as principais causas da desertificação em Gilbués, que atinge também mais 14 municípios da região. Para sanar o problema, a ministra salientou a união da ciência com o conhecimento das populações locais para "curar a terra ferida" pela falta de visão sustentável dos recursos naturais. "A natureza não sabe se defender, mas ela sabe se vingar. Nós estamos trabalhando para evitar essa vingança", reforçou.

O Nuperade faz parte das ações do Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAN-Brasil). O Núcleo fica num terreno de 53hectares, que abriga, além da sede, pequenas barragens de terra para contenção do escoamento superficial e experimentos de pesquisa agrossilvopastoril. A iniciativa representa uma estratégia para mostrar que é possível barrar o processo de erosão e tornar a terra produtiva por meio do uso de técnicas adequadas.

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