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Marina Silva destaca conhecimentos simbólicos dos povos da floresta

Publicado: Domingo, 12 Novembro 2006 22:00 Última modificação: Domingo, 12 Novembro 2006 22:00
Gerusa Barbosa

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou que as comunidades da Amazônia vivem atualmente um momento diferente, onde em vez de lutarem só pelos bens materiais e territoriais buscam também a apropriação e valorização do espaço simbólico. "A visão simbólica assegura o território e o território assegura a visão simbólica", enfatizou Marina Silva neste sábado (11), em São Paulo, ao fazer palestra no Seminário Acre, como parte da programação da 27ª Bienal de São Paulo. A ministra abordou no evento sobre a luta pelo direito à terra dos povos da floresta do Acre, enfocando a variável da diversidade social e fundiária do País.

"Conviver é aprender a transitar no ambiente diferente", observou Marina Silva, ressaltando os ensinamentos dos povos da floresta, que, para ela, têm menos informação, mas muita simbolização. "Quando a gente não tem tempo para processar nem para simbolizar, a gente fica subtraído", avaliou.

Ela lembrou a potencialidade dos conhecimentos tradicionais associados com relação à pesquisa. De acordo com a ministra, para que uma espécie procurada alhures tenha resultado positivo para virar medicamentos ou cosméticos será preciso dez mil amostras pesquisadas, enquanto que partindo dos conhecimentos tradicionais associados será necessário mil. "O trabalho de verificar diminui nove mil vezes. É algo extremamente potente", salientou.

Marina Silva considera que cada vez mais se aprende com essa troca. "E é por isso que é bom às vezes os pesquisadores conviverem com os artistas, os artistas com os pesquisadores e, principalmente, com os políticos, para que a gente possa apreender os saberes. É disso que forma a civilização, é com isso que a gente pode ter força e energia para renunciar, às vezes, e presenciar".

Para ela, a civilização não é só mal-estar. "Depende da nossa capacidade de trânsito com o diferente, com o outro. É ser um pouco transversal", concluiu.


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