Marluza Mattos
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, pediu compromisso ético nas ações de proteção à biodiversidade nesta segunda-feira (24), em Luziânia, Goiás, durante a II Conferência Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente (CNIJMA). "O problema da humanidade não é a técnica, é a ética. Não nos falta técnica para proteger o meio ambiente. Não nos falta técnica para controlar o aquecimento global. Não nos falta técnica para acabar com a fome. Nos falta é compromisso ético", disse Marina Silva, ao final de sua exposição, para uma platéia de aproximadamente 600 crianças e adolescentes de todo o país.
Ao relembrar o projeto de lei da Mata Atlântica, a ministra pediu que os jovens se engajassem na luta pela aprovação das regras para o uso do bioma, em tramitação no Congresso há 14 anos. Se cada um fizer sua parte, a biodiversidade, o clima, cada um de nós ficará mais seguro, argumentou.
Marina Silva falou sobre a importância da valorização da biodiversidade brasileira. Segundo ela, atualmente apenas 200 mil espécies são conhecidas no território brasileiro, parte muito restrita de um universo que, conforme estimativas, pode chegar a 2 milhões de espécies. "Cerca de 50% da nossa economia depende da biodiversidade", disse.
A diversidade biológica, para a ministra, é um dado importante da identidade de cada brasileiro. "O pessoal do Norte se identifica com a Amazônia. O pessoal do Centro-Oeste com o Cerrado", exemplificou. Marina Silva explicou também que a biodiversidade garante vários benefícios para a população. E citou a influência da diversidade biológica na formação do solo, na formação de habitats naturais, na purificação do ar, no controle das chuvas. "A biodiversidade faz parte da nossa vida", resumiu.
A ministra da Secretaria Especial de Políticas de Promoção e Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, também fez uma exposição na conferência. Ela falou das diferentes influências que determinaram a formação do povo brasileiro e da diversidade étnica e racial que o país possui. De acordo com Matilde Ribeiro, a igualdade entre as raças é fundamental e deve permear os debates que crianças e adolescentes desenvolverão até sexta-feira (28) em Luziânia.
O secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, Claudio Langone, participou do evento, apresentando inúmeros pontos que os jovens devem levar em conta na discussão sobre mudanças climáticas. Ele chamou a atenção para o fato de que até agora os Estados Unidos não aderiram ao Protocolo de Quioto, tratado em que os países se comprometem em reduzir a emissão de gases de efeito estufa na atmosfera. O evento ainda contou com a presença do secretário do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Crispim Moreira, que abordou a importância de os jovens perceberem que acesso à alimentação com qualidade e quantidade, necessárias para garantir a boa nutrição, é um direito de todos.
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