Ir direto para menu de acessibilidade.
Página inicial > InforMMA > Grupo de trabalho terá agenda para conservação do bioma Pampa
Início do conteúdo da página

Notícias

Grupo de trabalho terá agenda para conservação do bioma Pampa

O grupo de trabalho foi criado nesta quinta-feira (30), na COP-8, para preservar o bioma, que ocupa 63% do Rio Grande. De acordo com a ministra Marina Silva o pampa, que exibe as belezas e riquezas do Brasil, terá uma agenda vigorosa para protegê-lo.
Publicado: Quarta, 29 Março 2006 21:00 Última modificação: Quarta, 29 Março 2006 21:00

Marluza Mattos

Um grupo de trabalho (GT) vai se dedicar, a partir de agora, a estudar ações que possam garantir a preservação do Pampa, bioma que se estende por 63% do território do Rio Grande do Sul. O GT foi criado nesta quinta-feira (30) pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em solenidade realizada no estande do ministério na 8ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP8), que ocorre na região metropolitana de Curitiba.

O pastoreio, atividade comum no estado gaúcho, por muito tempo protegeu o bioma. Porém, o avanço da degradação ambiental, causado pela expansão da agricultura, pela substituição da vegetação nativa por gramíneas exóticas e pela intensa exploração florestal, fez com que o Pampa se transformasse num bioma ameaçado. "O Pantanal nos hidrata. A Caatinga nos esquenta. O Cerrado e a Mata Atlântica nos vestem. A Amazônia nos guarda e o Pampa nos exibe. Ele exibe as belezas e riquezas do Brasil. E agora temos uma agenda vigorosa para protegê-lo", disse Marina Silva.

Caracterizados por grandes áreas cobertas por campos, entremeadas por capões de mata, matas ciliares e banhados, os ecossistemas do Pampa são compartilhados entre Uruguai, Argentina e Brasil, abrangendo uma área total de 700 mil Km2. Estima-se que somente 1% da porção brasileira está protegida na forma de unidades de conservação (UCs). A exemplo de ações adotadas para outros biomas no Brasil, um conjunto de medidas está sendo desenvolvidas para contemplar as necessidades da região.

Apesar de apresentar vegetação pouco exuberante e de estrutura mais simples, se comparados às florestas e às savanas, os campos têm importante contribuição na preservação da biodiversidade, principalmente por atenuar o efeito estufa e auxiliar no controle da erosão. Na parte brasileira do bioma, existem cerca de 3 mil espécies de plantas vasculares, sendo que aproximadamente 400 são gramíneas, pelo menos 385 espécies de aves e 90 de mamíferos terrestres.

Além de criar o GT, o ministério também deverá divulgar, até agosto, o mapeamento dos remanescentes do Pampa. Ainda está sendo feita uma revisão das áreas prioritárias para a conservação, uso sustentável e repartição de benefícios da biodiversidade na região.A gerência-executiva do Ibama no estado está analisando as demandas locais. O Brasil também está envolvido, ao lado da Argentina e do Uruguai, na elaboração de um programa comum para atender as necessidades do Pampa. Para isso, os três países vão contar com o apoio do PNUMA.

Em seu discurso, Marina destacou a importância de o governo promover a integração dos biomas. Segundo ela, essa foi uma de suas prioridades ao assumir a pasta do Meio Ambiente. "Precisávamos horizontalizar as ações, fazendo com que atingissem todos os biomas", explicou. As medidas adotadas para o Pampa fazem parte dessa política.

A solenidade ainda contou com o lançamento do livro Lutzenberger e a Paisagem, do fotógrafo Paulo Backes, com a apresentação de Gilberto Monteiro, na gaita, e Paulo da Rosa, no violão, e com uma roda de chimarrão promovida pelo Movimento Tradicionalista do Paraná.

O GT será formado por um representante de cada um dos ministérios do Meio Ambiente, do Desenvolvimento Agrário, do Turismo e da Cultura. O Ibama também terá uma vaga. A secretaria estadual do Meio Ambiente do Rio Grande do Sul, a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul - (Fetag), a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (FARSUL), da Empresa Brasileira de Agropecuária (Embrapa), a Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RS), a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (FAMURS), as comunidades de pescadores artesanais do Pampa, a Comissão Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas, o Movimento Tradicionalista Gaúcho do Rio Grande do Sul também indicarão seus representantes.  A Associação Permanente de Defesa do Meio Ambiente (Apedema), uma organização-não-governamental, ainda deverá indicar dois representantes para compor o GT.





Fim do conteúdo da página