Marluza Mattos
O Ministério do Meio Ambiente estará disponibilizando no site (www.mma.gov.br) um estudo sobre as espécies encontradas na Chapada Diamantina. O trabalho foi realizado pela Associação de Plantas do Nordeste, pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e pelo Departamento de Vertebrados - Mastozoologia do Museu Nacional da Universidade do Rio de Janeiro. Esse é o inventário mais recente feito no local, publicado no final de 2005 pela Secretaria de Biodiversidade e Florestas.
A área de estudo abrange 35.392,9 Km² da região, desde o município de Morro do Chapéu, ao norte da Chapada, cruzando os municípios de Lençóis e Mucugê, na região central, e estendendo-se até os municípios de Rio das Contas e Jussiapê, ao sul. Nela são encontradas diversos tipos de vegetação, incluindo cerrados, campos ruprestes e caatingas, e uma fauna significativa. Financiaram o estudo, além do ministério, organismos como Banco Mundial e CNPq. O trabalho está inserido no Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Biodiversidade Biológica Brasileira (Probio).
Em 18 meses de pesquisa, foram encontradas amostras de 854 espécies de plantas e 99 de fungos. O trabalho também destacou o avanço do desmatamento na região. Dentre as atividades com maior impacto sobre o bioma estão a agropecuária, o turismo, a lavra de diamantes e outros minérios e o extrativismo de espécies vegetais ornamentais, como sempre-vivas, orquídeas e cactáceas. Os resultados são significativos para a região, já que, a partir desse estudo, foram atualizados mapas de unidades de paisagem e de vegetação, com nível de detalhamento que facilita o planejamento e a gestão ambiental.
A Chapada Diamantina ocupa uma posição central no estado da Bahia e inclui 58 municípios. Ao todo, ela compreende 50.610 Km². É composta por um mosaico de vegetações, como cerrado, campos rupestres, florestas e caatingas com grande diversidade.
Na caatinga foram encontradas 213 espécies de plantas. Nos campos rupestres, onde o estrato superior das matas é relativamente maior que das demais matas da Chapada, foram registradas 441 espécies, a maioria considerada rara. Somente nas áreas onde há incidência do que os estudiosos chamam de cerrado ralo foram encontradas 80 espécies. Os pesquisadores também coletaram, nos diferentes tipos de vegetação, 161 espécies de orquídeas e 124 espécies de pteridófitas.
O trabalho ainda traz detalhes sobre 23 espécies de vespas, 125 espécies de abelhas e 26 espécies de besouros. A pesquisa também apresenta dados sobre 32 espécies de dípteros asilídeos, 45 espécies de peixes (que somadas ao número registrado em estudos anteriores, obtém-se 76 espécies), 44 espécies de anuros, 132 de aves, 55 de mamíferos.
Redes Sociais