Aida Feitosa
Coordenadores e técnicos dos Centros Irradiadores do Manejo da Agrobiodiversidade (Cimas) em nove estados se reuniram, na última sexta-feira(16), em Brasíla (DF), onde apresentaram ações, avanços e dificuldades encontradas durante o trabalho. Cada centro, implementado com recursos do Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA), auxilia na preservação de variedades de sementes crioulas, como espécies tradicionais de milho, feijão e mandioca, cultivadas por agricultores familiares, comunidades indígenas e quilombolas.
De acordo com os técnicos, as espécies crioulas têm grande variabilidade genética e são melhoradas pelas comunidades e adaptadas às suas condições socioculturais e ambientais. A adaptação das sementes ao clima local garante maior produtividade. Os Cimas também incentivarão a produção de plantas para uso medicinal, a criação de animais domésticos e práticas de agroextrativismo.
Os centros são a realização de propostas da comunidade e contam com o apoio de organizações não-governamentais na área técnica e jurídica. Entre as atividades estão: resgate de sementes mantidas pelos agricultores, incentivo às técnicas de agrobiologia que não utilizam agrotóxicos, capacitação e formação de agentes comunitários.
Promovido por Ministério do Meio Ambiente, FNMA e Incra, o evento reuniu 30 pessoas que trabalham nos estados de Goiás, Maranhão, Espiríto Santo, Alagoas, Rio Grande do Sul, Ceará, Paraná, Rio Grande do Norte, São Paulo.
O Cima de Alagoas é um exemplo da diversidade de atuação do programa, pois atinge povos indígenas, quilombolas e agricultores familiares. Para o gerente de recursos genéticos do MMA, Rubens Nodari, o programa é um resgate de cidadania. "Durante a 2ª Conferência Nacional do Meio Ambiente, dez estados fizeram propostas para implementação de centros em suas regiões", disse. Isso, conforme Nodari, constataria o sucesso da iniciativa.
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