Aida Feitosa
A ministra do Meio Ambiente Marina Silva se reuniu ontem (22) com os ministros do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, e da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, para viabilizar um Curso de Agroecologia para comunidades indígenas do Mato Grosso do Sul. Idealizado pelas próprias comunidades, o projeto está sendo estruturado pelos governos federal e estadual, em parceria com a Universidade Católica Dom Bosco. O curso começa em fevereiro de 2006, e atenderá 40 indígenas das tribos Terena e Kadiwéu. Em 2007, está prevista a participação de povos guarani.
Os recusos para a realização do curso, com duração de três anos e meio, são de R$ 3 milhões. A Funai investirá R$ 780 mil, o MMA R$ 500 mil, o MEC R$ 400 mil, somando R$ 1,68 milhão. Outros ministérios estão definindo seus aportes. Parte da verba será investida no custeio pedagógico e na logística do projeto, que prevê que os indígenas passem 15 dias por mês na universidade e outros 15 na aldeia acompanhados de professores. Dessa forma, eles não deverão se desarticular das comunidades e poderão manter e resgatar conhecimentos tradicionais de seus povos.
A ministra Marina Silva destacou a importância do projeto para as comunidades. "Nossa expectativa é de que isso (o curso) possa promover ações estruturantes de reinclusão das comunidades indígenas na sua própria cultura", disse. O Curso de Agroecologia será voltado para atender demandas específicas das comunidades indígenas, valorizando sua cultura, suas práticas econômicas e seus laços sociais.
O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos (foto), e o presidente da Funai, Mércio Gomes, assumiram o compromisso de buscar investimentos com emendas parlamentares e recursos suplementares para viabiliar o curso. O ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, lembrou que o curso terá interface com o Comitê Gestor de Segurança Alimentar Indígena do MDS, e se colocou à disposição para buscar formas de novos aportes finaceiros.
O vice-governador do Mato Grosso do Sul, Egon Krakhecke, lembrou que o estado possui a segunda maior população indígena do País, formada principalmente pelos povos Kaiowá, Guarani, Terena, Kadiwéu, Guató e Ofaié. "Consolidar este curso é estratégico para a sustentabilidade dos sistemas de produção nas aldeias do estado", disse.
Durante a 2ª Conferência Nacional do Meio Ambiente, entre 10 a 13 de dezembro, governos federal, do Mato Grosso do Sul e a Universidade Católica Dom Bosco assinarão termo de cooperação para a efetivação do programa.
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