Gerusa Barbosa
O diretor do Programa Nacional de Conservação da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, Paulo Kageyama, destacou hoje a participação das comunidades tradicionais e de pesquisadores no seminário que debate, em Crato (CE), o uso e conservação da Caatinga e do Cerrado.
Promovido pelos ministérios do Meio Ambiente do Brasil e da Alemanha, o encontro termina amanhã, ocasião em que serão apresentadas e aprovadas conclusões e propostas de políticas públicas para os dois biomas. Também serão definidas recomendações para a 8ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica, que acontece em março de 2006 em Curitiba (PR).
Para Kageyama, unir representantes dos dois biomas, pela primeira vez, é extremamente favorável. "A discussão sobre os problemas da Caatinga e do Cerrado sempre foi feita de forma separada", disse. Segundo o coordenador, existem experiências de pequenos produtores em ambos os biomas que são plenamente favoráveis para o desenvolvimento sustentável, para o uso e a conservação ambiental e para minimização da pobreza. "A expectativa é de que surjam do seminário propostas que possam orientar as nossas políticas públicas", completou.
As palestras realizadas hoje são ministradas por representantes de comunidades tradicionais da Caatinga e do Cerrado, especialmente quilombolas e indígenas. Utilizando seus conhecimentos sobre espécies nativas, tanto de plantas como de animais, essas comunidades desenvolvem atividades auto-sustentáveis, agredindo de forma reduzida o ambiente em que vivem.
O Centro Irradiador do Manejo da Agrobiodiversidade, da Diretoria de Conservação da Biodiversidade do MMA, apóia desde 2004 essas comunidades com a instalação de pólos nas cinco regiões do País. A iniciativa do Ministério atende grande concentração de agricultura familiar em comunidades indígenas e quilombolas, que utilizam sementes crioulas (variedades de feijão, milho, mandioca, inhame).
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