O Ministério do Meio Ambiente apresenta nesta sexta-feira aos Ministérios da Educação e do Desenvolvimento Agrário proposta para criação do curso superior de Agroecologia em Terras Indígenas do Mato Grosso do Sul. Iniciativa do Programa Pantanal do MMA, o curso objetiva a formação de profissionais indígenas para a gestão socioambiental nas aldeias da Bacia do Alto Paraguai de Mato Grosso do Sul, utilizando conceitos da antropologia, agroecologia e do etnodesenvolvimento, de acordo com os saberes tradicionais. Inicialmente, serão atendidas as tribos Terena e Kadiwéu, provenientes de terras indígenas da Bacia do Rio Paraguai.
Previsto para iniciar em 2006, o curso terá duração de três anos e meio e será realizado pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) de Mato Grosso do Sul. As aulas serão ministradas em regime de alternância, associando teoria e prática, a partir das experiências cotidianas dos estudantes em suas aldeias. Para implementação, o curso contará com parcerias de Idaterra, governo do Mato Grosso do Sul, MEC, MDA, Funai e Núcleo de Estudos e Pesquisas em Populações Indígenas da UCDB.
O estado do Mato Grosso do Sul possui um grande número de povos indígenas, entre os quais destacam-se os Kaiowá, Guarani, Terena, Kadiwéu, Guató e Ofaié. Kaiowá, Guarani e Terena representam maior número de habitantes. A maior parte dessa população vive confinada em terras superpovoadas, comprometendo seus recursos naturais e qualidade de vida. Além da perda de parte de seus territórios, a alternativa econômica implantada de fora para dentro desarticula as formas tradicionais de produção, além de não suprir as necessidades básicas das aldeias. A idéia do curso é fortalecer a construção de novas alternativas de sustentabilidade para esses grupos sociais, além de ser referencial para uma política pública de formação superior indígena.
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