Uma lista com 53 espécies exóticas que afetam o ambiente marinho brasileiro foi apresentada nesta quarta-feira, em Brasília, no 1º Simpósio Brasileiro sobre Espécies Exóticas e Invasoras, promovido pelo Ministério do Meio Ambiente.Dessa relação, oito seriam espécies invasoras. O estudo revela que a maioria desses organismos foram introduzidos de forma não-intencional, ou seja, por meio da água de lastro e/ou por incrustação. As espécies pertencem às categorias: bactéria, microalga, macroalga, invertebrado e peixes marinhos.
A listagem fará parte do Informe Nacional que contemplará estudos sobre os impactos das espécies invasoras na agricultura, na pecuária, nos mares e na saúde. Coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, o levantamento foi realizado, com base em dados da literatura existente sobre o tema, por um grupo de pesquisadores da Universidade de Taubaté, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira, Universidade Federal de São Carlos. O documento será publicado até o final deste ano.
Segundo a professora da Universidade de Taubaté, Maria Célia Villac, que apresentou a listagem na Plenária: Invasões biológicas em ambientes aquáticos, as espécies foram distribuídas nas categorias: detectada, estabelecida e invasora. Detectadas teriam registros esporádicos e antigos, que, pelo entendimento da biogeografia mundial, seriam espécies introduzidas. A professora informou que as categorias estabelecidas são as que já têm tabulações em diferentes locais da encosta brasileira. Exemplo é o mexilhão dourado, molusco que chegou ao Brasil transportado por água de lastro de navios. As invasoras são as que ocupam grandes espaços, e a maioria causam impactos ecológicos, econômico e à saúde.
Entre espécies introduzidas na costa brasileira por lastro, a pesquisadora citou a microalga Alexandrium tamarense, encontrada no litoral do Paraná e do Rio Grande do Sul. De acordo com Maria Celia, ela causa maré vermelha (água cresce em grande quantidade), produz toxina e traz problemas econômicos e à saúde pública. Até a década de 70, a microalga era restrita ao Hemisfério Norte. A primeira ocorrência no Hemisfério Sul foi em 1980, na Argentina. No Uruguai, em 1991, e no Brasil, em 1996.
O Simpósio segue até sexta-feira (7) no auditório Parlamundi, em Brasília.
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