Para o pesquisador Eduardo Garcia, da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), a intoxicação por agrotóxicos tem sido tratada de forma simplista no Brasil. Ele falou durante painel sobre inseticidas organofosforados durante audiência pública sobre os problemas de saúde decorrentes de contaminação por substâncias tóxicas, realizada nesta sexta-feira na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF).
O evento foi promovido pelas comissões de Direitos Humanos e Minorias e de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
Segundo Garcia, o uso inadequado dos produtos vem sendo apontado como a causa do problema e, dessa forma, a solução proposta é a educação dos trabalhadores. Com isso, diz o pesquisador, os trabalhadores estão sendo equivocadamente responsabilizados. Para ele, a medida correta deve ser a substituição ou a restrição dos produtos de maior periculosidade, a partir do grau toxicológico de cada um. Hoje, de acordo com Garcia, esse dado não tem nenhum uso prático para restrição, embora apareça no rótulo dos produtos.
A representante da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), Heloísa Farza, informou que o faturamento da indústria de agrotóxicos no Brasil é de US$ 4,5 bilhões por ano (cerca de R$ 10,4 bilhões). Ela disse também que existem 20 grandes indústrias no mundo, oito delas instaladas no Brasil, e há 1.079 produtos registrados na Anvisa.
* com informações da Agência Câmara
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