Gerusa Barbosa
A recuperação ambiental da Bacia do Rio Taquari deve ser vista como um todo, envolvendo as partes baixa e alta. Esse é o entendimento do grupo de trabalho criado pelo Ministério do Meio Ambiente para elaborar propostas que contemplem alternativas para solucionar os problemas causados pelo assoreamento (foto) do manancial.
Nos próximos dias, o grupo deverá reunir-se, em Mato Grosso do Sul, para iniciar os debates públicos para estruturação das propostas. Participarão das discussões, ongs ambientalistas, comunidade científica, proprietários rurais, prefeituras e governos dos estados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul, entre outros setores.
Em reunião no fim de agosto, em Brasília, sob coordenação do Programa Pantanal do Ministério, representantes de várias instituições de pesquisa e dos governos do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul debateram sobre os problemas do rio e decidiram apoiar as ações de fiscalização da parte alta do Rio Taquari.
A recomendação do grupo é de que os proprietários utilizem uma porcentagem do valor das multas para elaboração de projetos de recuperação das áreas degradadas. Entre outras propostas apresentadas durante a reunião constam a criação de unidades de conservação na parte alta da bacia junto às nascentes do Rio Taquari (MT e MS) e apoio à gestão da bacia para conservação do solo.
O grupo de trabalho é formado pelo Programa Pantanal e Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente, Ibama, Agência Nacional de Águas e representantes dos estados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul.
Com 787 quilômetros de extensão, o Rio Taquari é um dos principais afluentes do Pantanal. Ao longo de 30 anos, o rio vem sofrendo agressões que resultaram em desastre ecológico. A região era caracterizada por "pulsos de inundação", que alagavam a área entre os meses de outubro e maio, como todo o ecossistema pantaneiro que apresenta características de inundação pluvial. Ao longo desse período, os pulsos deixaram de existir, obrigando pantaneiros e inúmeros animais silvestres que habitavam a área a abandonar a região. Atualmente, uma área de 11 mil quilômetros quadrados encontra-se submersa.
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