O Ministério do Meio Ambiente concluiu um atlas com a identificação das espécies de fitoplâncton (imagem) encontrados na Baía de Sepetiba, no Rio de Janeiro. O fitoplâncton é formado por algas microscópicas que fazem parte da cadeia alimentar que sustenta a vida aquática. O trabalho desenvolvido pela equipe de Biologia Marinha da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), destinado a pesquisadores, tem como objetivo auxiliar estudos de monitoramento ambiental, provocados por fenômenos naturais ou atividades humanas.
O Atlas de Fitoplâncton da Baía de Sepetiba, Rio de Janeiro, Brasil traz informações referentes a amostras coletadas no período de novembro de 2001 e abril de 2002. Além de informações detalhadas, o Atlas é ilustrado com 175 fotografias feitas com microscopia ótica e com microscopia eletrônica de varredura. Os estudos também servem para confirmar a presença de espécies invasoras potencialmente nocivas, tanto para a pesca como a saúde humana, introduzidas no ecossistema, transportadas na água de lastro e/ou nos sedimentos acumulados no fundo dos tanques dos navios de carga.
"O conhecimento da biodiversidade do fitoplâncton na área sob influência das atividades do Porto de Sepetiba servirá como base para estudos futuros de monitoramento e gestão de possíveis introduções de espécies, via água de lastro", explica o oceanógrafo do MMA, Robson José Calixto.
Segundo ele, os estudos além de contribuir para o conhecimento da biodiversidade da costa brasileira, vão ajudar a ampliar a capacidade do Estado no controle tanto das espécies aquáticas invasoras quanto dos vetores de sua disseminação nas águas brasileiras. "Na verdade, nos últimos quatro anos estivemos estabelecendo uma base muito sólida de conhecimento científico sobre essas
invasões silenciosas. Essas iniciativas, juntamente com todo o esforço realizado para o controle do mexilhão-dourado, implicam em diretrizes que podem estruturar uma ação muito mais ampla e decisiva", reforça o oceanógrafo.
O mexilhão dourado é um molusco asiático que chegou à costa brasileira, transportado na água de lastro de um navio cargueiro, e, sem encontrar predadores naturais, se espalha pelas bacias hidrográficas. Por enquanto, os maiores prejudicados são as companhias de abastecimento de água e energia que têm os filtros e turbinas entupidos com as grandes concentrações de mexilhões.
A elaboração do Atlas é uma iniciativa do Programa Global de Gestão de Água de Lastro (Globallast), desenvolvido pela Organização Marítima Internacional (IMO, em inglês), das Nações Unidas, sob a coordenação da Secretaria de Qualidade Ambiental nos Assentamentos Humanos do MMA. O programa, em andamento na Índia, China, Irã, África do Sul e Ucrânia, além do Brasil (no Porto de Sepetiba), tem como objetivo apoiar com recursos do Fundo para o Meio Ambiente Mundial (GEF) países em desenvolvimento no trato do problema de água de lastro.
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