Ir direto para menu de acessibilidade.
Página inicial > InforMMA > Projeto busca alternativas sustentáveis para uso da lenha
Início do conteúdo da página

Notícias

Projeto busca alternativas sustentáveis para uso da lenha

Um dos maiores desafios do Projeto Manejo Integrado da Caatinga, patrocinado pelo Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF, sigla em inglês) é oferecer alternativas sustentáveis para o uso da lenha na matriz energética.
Publicado: Terça, 14 Dezembro 2004 22:00 Última modificação: Terça, 14 Dezembro 2004 22:00

Um dos maiores desafios do Projeto Manejo Integrado da Caatinga, patrocinado pelo Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF, sigla em inglês) é oferecer alternativas sustentáveis para o uso da lenha na matriz energética. O GEF Caatinga, como é conhecido o projeto, tem recursos de US$ 4 milhões para os quatro primeiros anos de implantação. Este mês, um encontro em Natal (RN) reuniu os parceiros para a apresentação do relatório da fase preparatória e para discutir as estratégias de implementação do projeto.

Atualmente, 30% da energia utilizada em indústrias e em residências da região Nordeste é de origem madeireira. O pólo gesseiro do Araripe, em Pernambuco, utiliza 1,5 milhão de metros de lenha por ano. Na região do Seridó (RN), que tem 27 municípios,  residências e indústrias, na maior parte cerâmicas, usam 500 mil metros a cada ano.

O coordenador regional do GEF-Caatinga, Francisco Campelo, informa que a cobertura vegetal da Caatinga ainda permite atender a demanda, mas que na maior parte das vezes a lenha é usada de maneira inapropriada e sem esperar a regeneração da vegetação para realizar nova retirada. "A madeira da Caatinga é utilizada de forma predatória, irracional e ilegal", afirma Campelo.

Um dos objetivos do GEF-Caatinga é disseminar técnicas de coleta que respeitem o ciclo de corte. Também serão difundidas técnicas específicas para a convivência da produção de lenha com a produção de forragem para animais. A idéia não é mudar radicalmente a matriz energética, mas incentivar o uso de tecnologias simples, adequadas ao perfil socioeconômico da região, que possibilitem reduzir a pressão sobre a vegetação.

Na fabricação de carvão em ambientes normais, por exemplo, são necessários até 7 metros de lenha para a obtenção de 1 metro de carvão. Em fornos alternativos é possível obter 1 metro de carvão usando apenas 2 metros de lenha. O uso de termômetros em fornos, além de diminuir o uso de lenha, aumenta a qualidade da produção, garantindo a uniformidade do produto. Na produção de telhas uma das maiores causas de perda de produto é a temperatura exagerada do forno, que provoca rachaduras no material. Já o excesso de fumaça deixa as telhas escuras, reduzindo seu valor no mercado.

O gerente da Unidade de Apoio do Programa Nacional de Floretas no Nordetes, Newton Barcellos, explica que medidas simples, como o manejo da lenha no pátio, garantem o melhor aproveitamento da lenha e a redução da fumaça. O manejo consiste apenas em secar a lenha, expondo-a ao sol, antes de usar em fornos.

Fim do conteúdo da página